Em virtude da emergência de saúde pública, os servidores dos Institutos federais de educação foram autorizados a desempenhar suas atividades remotamente, durante o período em que perdurasse a situação relacionada ao Coronavírus. O presente estudo teve como objetivo geral analisar o processo de implantação, funcionamento e as possibilidades geradas pelo trabalho remoto no serviço público federal, em especial nos servidores técnico-administrativos em educação (TAEs) do IFPI, no período pandêmico, entre 2020 e 2022. A investigação de natureza teórica aplicada utiliza como técnicas de pesquisa questionários estruturados e análise de documentos que tenham relação com o tema. Foi obtido 175 (cento e setenta e cinco) respostas válidas, em um total de 18,51% da população da pesquisa que eram 956 (novecentos e cinquenta e seis). Para a análise foram divididos de acordo com o perfil funcional, sociodemográfico, aspectos relacionados a estrutura para a realização do trabalho remoto durante o período da pesquisa, aspectos relacionados a execução do serviço público via trabalho remoto e aspectos relacionados ao teletrabalhador. O referencial teórico desta investigação, inicia com a evolução do serviço público no Brasil desde o período colonial, passando pelo período imperial, depois pelas principais reformas administrativas do Estado (reformas no Governo de Vargas, no Governo dos Militares, até no Governo de Fernando Henrique Cardoso). Na sequência apresenta-se os conceitos e contexto histórico do trabalho remoto, como ele surgiu na administração pública brasileira e finaliza com os aspectos introdutórios da implantação dessa modalidade no IFPI. A análise dos dados coletados demonstrou que, em termos gerais, a implantação ocorreu de forma inesperada, que a maior parte dos servidores possuíam equipamentos de TIC de boa qualidade para realizar as atividades, porém, não dispunham de mobiliário e espaço adequada. como vantagem, houve uma flexibilidade de horários, uma maior autonomia, menos interrupções durante a execução do trabalho, maior celeridade na tramitação de processos e na execução de atividades, menos custos com deslocamentos, maior interação familiar e melhor qualidade de vida para o servidor. Já como desvantagem tem um menor intercâmbio de conhecimento com os colegas de trabalho, a estrutura física, em casa insuficiente, falta de treinamento para essa modalidade laboral, conciliação com o ambiente doméstico e a falta de meios de comunicação instantâneo para uma comunicação rápida com servidores e o público em geral. A maioria dos servidores respondentes indicaram que suas atribuições são possíveis de serem realizadas via trabalho remoto parcial e preferem essa modalidade laboral. A aplicação prática do trabalho remoto nessas instituições demanda softwares que permitam a execução das atividades e o acompanhamento pelas chefias e setores de recursos humanos. Além disso, é essencial a definição de quem será o provedor dos equipamentos a serem utilizados. Um estudo mais aprofundado pelos próprios órgãos, através de seus servidores, pode ser o ideal para implantação de um projeto-piloto de trabalho remoto, aproveitando os resultados e as recomendações práticas aqui descritas.