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Banca de DEFESA: HIGO CARLOS MENESES DE SOUSA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: HIGO CARLOS MENESES DE SOUSA
DATA: 12/12/2019
HORA: 14:30
LOCAL: auditório do cce
TÍTULO: Um ginásio para a mocidade picoense: cultura escolar de uma instituição de ensino secundário (1950 -1971)
PALAVRAS-CHAVES: Palavras-chave: Ginásio Picoense; Cultura escolar; Instituição Educativa.
PÁGINAS: 358
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Educação
SUBÁREA: Fundamentos da Educação
ESPECIALIDADE: História da Educação
RESUMO:

 

Este estudo tem como objeto a cultura escolar do Ginásio Estadual Picoense (GEP). Trata-se de uma escola pública de ensino secundário ginasial, localizada na cidade de Picos, região centro-sul do Estado do Piauí. Analisamos o processo de criação e consolidação dessa instituição, gestada entre 1947 e 1950. O recorte temporal  foi realizado considerando que a escola foi criada pela lei estadual nº 90, de 20 de Janeiro de 1948 e iniciou suas atividades em 1950, sendo a única instituição pública de ensino secundário da cidade até 1971 quando a lei 5.692/71 extinguiu o exame de admissão e transformou todas as escolas públicas do Piauí, fosse Grupos Escolares, Escolas Reunidas, Ginásios ou Colégios em Unidades Escolares. Na realização da investigação foram utilizados referenciais teóricos e metodológicos da Nova História Cultural, tomando como base as categorias conceituais propostas por: Escolano Benito (2017), Frago (2005, 2007), Gallego (2008), Graça (2002), Julia (2001), Lopes (2011, 2017, 2019), Magalhães (1999, 2004, 2008, 2018), Sousa (2005), Souza (2000), Souza (2007), Valente (2001) entre outros.  Para realização do estudo utilizou-se como fontes: documentos oficiais, legislação educacional, escriturário escolar, fontes hemerográficas, fontes imagéticas, autobiografias, livros de historia das cidades, objetos da escola,  dados estatísticos, entrevistas e questionários. Metodologicamente realizou-se uma pesquisa do tipo qualitativa e historiográfica.  Como resultado final do estudo foi possível identificar que a criação do GEP esteve ligada a ação das elites locais por meio de disputas políticas e de acordos que possibilitaram a concepção de uma instituição de ensino secundário em Picos. Esse contexto de disputas entre as forças políticas do município, foi caracterizado pela ação da União Democráticos Nacional (UDN), grupo político denominado pelos adversários de “caretas” e pelo Partido Social Democrático, (PSD), chamados de “macacos”. Essa disputa se travou principalmente pelo fato de que a criação de um estabelecimento de ensino secundário em Picos era considerada uma ação que gerava grande prestigio social e político.  Entre 1950 e 1971 a escola possuiu quatro sedes: a primeira  no edifício destinado ao Grupo Escolar Coelho Rodrigues (1950-1954), neste prédio eram ministradas pela manha as aulas do Grupo Escolar, destinadas ao curso primário e a tarde funcionava turmas do GEP, inicialmente com duas turmas: uma masculina e uma feminina. A segunda sede (1954-1959)  em um conjunto de casas alugadas e adaptadas para que a escola funcionasse. Em 1960 o GEP recebeu sua primeira sede própria e em 1970 foi inaugurado o prédio que a escola ocupa até os dias atuais. A cultura material do GEP, composta pelo edifício escolar e pelos objetos da escola foram elementos que nos ajudaram a pensar a cultura escolar da instituição.  Nas quatro vezes que o GEP mudou de prédio, juntamente com essa mudança, houve alteração significativa na forma como a escola se apresentava para sociedade, mudanças em seu funcionamento interno e em elementos materiais, especialmente o uniforme e a mobília. Além disso, concluímos que o edifício é um lugar, um espaço ocupado pela ação e apropriação dos sujeitos que nele interagem. Dessa forma, estudamos o edifício escolar e outros elementos da materialidade dessa escola, como o uniforme, a caderneta, os livros didáticos e os artefatos materiais que nos dão indicativos da organização do GEP.  A materialidade nos mostra ainda discursos pedagógicos, valores e símbolos que ajudaram a compreender a instituição. Entre os elementos organizacionais destacamos no trabalho: o ingresso dos alunos por meio do exame de admissão e o caráter seletivo desse exame. Havia ainda a cobrança de anuidades pela Prefeitura Municipal de Picos, pois embora o GEP tivesse sido criado pelo governo estadual, constatamos que até 1963 a escola foi mantida pelo município, mesmo tendo sido oficializada pelo Estado em 1961. Analisamos ainda os critérios que eram utilizados pelo poder público para de composição de funcionários dessa instituição, bem como observamos que a organização desse quadro se alterou na medida em que o alunado crescia.  A Cultura escolar do GEP trouxe a Picos práticas sociais até então desconhecidas pela maior parte da população, como o associativismo estudantil, a imprensa escolar e os bailes de formatura. Além de ter reforçado as demais festas escolares e os desfiles cívicos de 7 de Setembro que já eram praticados pelas escolas primárias, notadamente, o Grupo Escolar Coelho Rodrigues e a Escola Municipal Landri Sales, colocando assim em destaque os uniformes e as performances dos estudantes secundaristas. Além disso, percebemos que ser ginasiano em Picos entre as décadas de 1950 e 1970 era sinal de grande prestigio, visto que a escola era a única instituição de ensino secundário pública do município e como consequência disso por muitos anos foi frequentada por sujeitos de diferentes grupos  sociais.

 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1168265 - ANTONIO DE PADUA CARVALHO LOPES
Interno - 3285792 - JANE BEZERRA DE SOUSA
Interno - 423549 - LUIS CARLOS SALES
Externo à Instituição - EURIZE CALDAS PESSANHA - FUFGD
Externo à Instituição - VIRGÍNIA PEREIRA DA SILVA DE ÁVILA - UPE
Notícia cadastrada em: 18/11/2019 16:40
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