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Banca de DEFESA: JULIANA CARDOZO DE FARIAS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JULIANA CARDOZO DE FARIAS
DATA: 10/06/2022
HORA: 14:00
LOCAL: https://meet.google.com/erc-kncc-sjk
TÍTULO: Sociobiodiversidade, morfometria e diversidade genética de cajuí (Anacardium occidentale L.) - ecótipos restinga e cerrado no Piauí, Brasil
PALAVRAS-CHAVES: Anacardiaceae, conservação, Etnobiologia, microssatélites, saber local, uso de recursos naturais
PÁGINAS: 195
GRANDE ÁREA: Outra(s)
ÁREA: Ciências Ambientais
RESUMO:

Anacardium occidentale L., com hipocarpo e fruto de tamanho reduzido, ocorrente na restinga e cerrado, e popularmente conhecido como cajuizeiros, têm importância ecológica e socioeconômica para várias comunidades do Nordeste brasileiro. Assim, objetivou-se identificar os usos e o manejo do cajuí, ecótipo restinga, em comunidades no Maranhão e no Piauí, bem como caracterizar a variabilidade morfométrica e molecular dos ecótipos restinga (Piauí: nos municípios de Parnaíba e Cajueiro da Praia e Maranhão: na Ilha das Canárias em Araioses) e cerrado (Campo Maior, José de Freitas e no Parque Nacional de Sete Cidades). Para avaliar os dados etnobiológicos foram empregados formulários semiestruturados a 88 extrativistas das comunidades Canárias no Maranhão e Labino e Barrinha no Piaui, empregando o valor de diversidade de uso (UDs), valor para a parte da planta (PPV) e análise de regressão linear multivariada. Também foi possível elaborar uma cartilha com os usos do cajuí. Para caracterizar e distinguir os dois ecótipos de A. occidentale das seis populações estudadas, com base no estudo de populações naturais e quantificar sua variabilidade morfológica em seis áreas, foram empregados 51 descritores fenotípicos. Amostras de material vegetativo (ramos com folhas) e férteis (com flores, frutos e hipocarpo) de 30 indivíduos de cada população de cajuí (A. occidentale) foram coletadas considerando sua distribuição, sendo três populações do ambiente costeiro e três do cerrado.  A variabilidade genética foi analisada pelo método de genotipagem utilizando 115 indivíduos das seis populações. Foram utilizados seis primers microssatélites, os dados foram avaliados usando os programas Micro-Checker, GenAlEx, GDA, Alerquin para realização da análise de variância molecular (AMOVA), Fstat, e Structure. A maioria (73%) dos entrevistados são mulheres. O cajuí é empregadocomo alimentício (UDs: 0,87), forrageiro (0,08), medicinal (0,03) e combustível (0,02). O hipocarpo tem maior diversidade de uso (PPV: 0,76). Observou-se que em Canárias existe a tendência dos que possuem um maior tempo de moradia serem detentores de maior número de usos (p: 0,041). Os cajuís são coletados manualmente principalmente em grupo, na mata (50%) e próximos das residências (50%) durante o período de safra. As análises morfométricas evidenciaram (PCA) separação de dois grupos, ecótipo restiga e cerrado, embora tenha havido superposição. Quanto aos caracteres da folha, a lâmina foliar é mais longa e mais larga no ecótipo cerrado. A validação cruzada (KNN) usando a classificação de ecótipos revelou que a maioria dos indivíduos podem ser corretamente alocados em sua categoria. As análises moleculares mostraram diferenciação em dois grupos, ecótipo restinga e cerrado usando o Structure. Os valores médios de Heterozigosidade esperada (He) foram maiores para o ecótipo cerrado (He= 0,66), exibindo maior diversidade genética em relação ao ecótipo restinga.  Os valores do coeficiente de endogamia (FIS) foram positivos, indicando excesso de indivíduos homozigotos, e consequentemente desvios do equilíbrio de Hardy-Weinberg foram observados em alguns marcadores. Dados da análise de variância molecular (AMOVA) mostraram que 74,15% da variabilidade genética encontra-se dentro das populações e 20,99% de variância está entre os grupos evidenciados pelas diferenças genética entre elas. Assim, estimativas usando técnicas moleculares permitiram diferenciar geneticamente as populações dos ecótipos restinga e cerrado; aliado a isso a heterogeneidade fenotípica observada usando os métodos morfométricos, possivelmente sejam reflexos ecológicos, ambientais e do fluxo gênico. Nesse cenário, o cajuizeiro tem grande importância socioeconômica para as comunidades estudadas e permitem a continuidade da identidade cultural associada à sociobiodiversidade.

 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1221652 - IVANILZA MOREIRA DE ANDRADE
Interno - 302.181.523-53 - FRANCISCO SOARES SANTOS FILHO - UESPI
Externo ao Programa - 1291400 - DENIS BARROS DE CARVALHO
Externo à Instituição - ELNATAN BEZERRA DE SOUZA - UVA
Externo à Instituição - LEONARDO CASTELO BRANCO CARVALHO - UFRA
Externo à Instituição - MARIA CLAUDENE BARROS - UEMA
Externo à Instituição - REJANE MAGALHÃES PIMENTEL - UFRPE
Notícia cadastrada em: 20/05/2022 14:12
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