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Banca de QUALIFICAÇÃO: BRUNNA LARYELLE SILVA BOMFIM

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: BRUNNA LARYELLE SILVA BOMFIM
DATA: 22/11/2022
HORA: 08:30
LOCAL: Sala de Aula 1 - TROPEN
TÍTULO: ETNOBIOLOGIA ENTRE INDÍGENAS PIAUIENSES
PALAVRAS-CHAVES: Etnobotânica, Agricultura indígena, Mudanças Ambientais
PÁGINAS: 84
GRANDE ÁREA: Outra(s)
ÁREA: Ciências Ambientais
RESUMO:

 

A Etnobiologia é uma ciência interdisciplinar que aborda o conhecimento e uso dos recursos naturais pelas diversas comunidades ao redor do mundo. As pesquisas etnobotânicas tem destaque entre os estudos etnobiológicos. O registro do conhecimento/uso de espécies vegetais por povos nativos nos mais diversos países ao redor do mundo tem demonstrado a importância que o meio ambiente tem nessas comunidades, bem como demonstrado a necessidade de preservação desse conhecimento. No Brasil, o estado do Piauí era um dos únicos que se dizia não haver presença indígena na atualidade, no entanto, dados do IBGE apontam presença indígena em 89 cidades piauienses, a maioria residente em áreas urbanas. Até o ano de 2021 não há registros de pesquisas etnobiológicas com índios no Piauí, bem como registro da percepção destes indivíduos sobre alterações climáticas, dessa forma o presente trabalho apresenta como problemática central: Os indígenas piauienses ainda apresentam conhecimento tradicional sobre uso de espécies vegetais, bem como práticas próprias na agricultura e pecuária? E os índios piauienses percebem as alterações climáticas e apresentam alternativas próprias para se adaptar a elas? Tem-se as seguintes hipóteses: Os indígenas piauienses conhecem e utilizam espécies de plantas para diversos fins; Os índios piauienses possuem práticas próprias utilizadas na pecuária e agricultura; Os índios piauienses percebem as alterações climáticas que ocorreram, ao longo dos anos, na região que moram; Os índios entrevistados apresentam alternativas próprias para se adaptarem às alterações ambientais sofridas; Existem diferenças significativas no conhecimento do uso de plantas entre os indígenas entrevistados nas diferentes faixas etárias e gênero; Os índios piauienses tem aspectos culturais próprios do grupo ao qual pertencem. Como objetivo geral pretende-se realizar estudo etnobiológico sobre uso de plantas por indígenas piauienses e apresentar a percepção destes sobre alterações climáticas. A presente pesquisa foi realizada com remanescentes indígenas dos grupos Gueguê e Tabajara. A pesquisa foi submetida e aprovada pelo CEP, CONEP e SisGen. Para coleta de dados foram realizadas entrevistas semiestruturadas com auxílio de formulário, lista livre e turnês-guiadas. As espécies citadas foram coletadas, herborizadas e incorporadas ao acervo do Herbário Graziela Barroso. A identificação foi feita por meio de especialistas e confirmada por meio do banco de dados da Flora do Brasil. Para análise dos dados foram calculados Valor de Importância e Índice de Saliência Cultural. Foram entrevistados 10 indígenas Gueguê e 123 indígenas Tabajara. Os entrevistados Gueguê apontaram 32 etnoespécies, que eram plantadas em suas roças ou quintas. As tarefas da roça eram compartilhadas entre homens e mulheres. As roças eram do tipo capoeira ou coivara. Os relatos apontam a quase inexistência de pragas entre as plantações da época, com destaque para o surgimento de novas pragas após a chegada das grandes fazendas na região. Dentre as principais formas de combate estavam o uso de formas naturais de combate a insetos e rezas. 52 espécies vegetais de 29 famílias botânicas foram citadas nas categorias medicinal, ornamental e alimentícia. As espécies de maior importância local foram a babosa (Aloe vera (L.) Burm.f.) e a imburana-de-caboclo (Commiphora leptophloeos(Mart.) J.B.Gillet). Os indígenas, embora habitantes de zonas urbanas, afirmaram manter o uso de plantas medicinais como primeira opção no tratamento de enfermidades. O conhecimento do uso das plantas é passado de forma vertical, ao longo das gerações, e de forma horizontal, por meio da indicação para família, amigos e vizinhos. Os dados coletados a respeito da percepção sobre mudanças climáticas bem como dados etnobotânicos entre os Tabajara ainda serão analisados.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1167785 - ROSELI FARIAS MELO DE BARROS
Interno - 423289 - JOAO BATISTA LOPES
Interno - 1354664 - WILZA GOMES REIS LOPES
Externo à Instituição - DENIZE DIAS DA CRUZ - UFPB
Externo à Instituição - JULIANA CARDOZO DE FARIAS - SEDUC-CE
Externo à Instituição - MARIA PESSOA DA SILVA - UEPE
Notícia cadastrada em: 04/11/2022 16:01
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