Nas sociedades contemporâneas o consumo de substâncias psicotrópicas se constitui um problema social e de saúde atrelado a questões de ordem política, cultural e econômica. Este consumo pode ocorrer em qualquer fase da vida do indivíduo e por motivos variados. No entanto, o início do uso na adolescência pode gerar e/ou potencializar situações de vulnerabilidades sociais e de saúde. O estudo tem como objetivo geral: analisar a prevalência e os fatores associados ao uso de substâncias psicotrópicas por adolescentes escolares. E como objetivos específicos: Caracterizar o perfil socioeconômico e demográfico da população do estudo. Identificar a prevalência do uso de substâncias psicotrópicas pelos adolescentes pesquisados. Verificar os fatores de vulnerabilidade para o uso de substâncias psicotrópicas por adolescentes. Investigar a associação entre os fatores de vulnerabilidade e os fatores sociodemográficos e o uso de substâncias psicotrópicas. Trata-se de um estudo de corte transversal, realizado em cinco escolas públicas, localizadas na cidade de Bom Jesus, Piauí, Brasil. A população foi composta por 665 adolescentes escolares. A coleta de dados foi realizada por meio da aplicação de questionário, durante o primeiro semestre de 2017. Adotou-se como variável dependente o consumo de drogas e como variáveis independentes os aspectos sociodemográficos e as densidades absolutas de problemas relacionados ao uso de substâncias. Os dados foram analisados pelo software SPSS versão 20.0, por meio do cálculo de frequências absolutas e relativas para as variáveis categóricas e médias para as variáveis contínuas. A associação foi identificada a partir do cálculo da razão de prevalência e teste Qui-quadrado ambos com nível de significância de 5%. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí, Campus Senador Helvídio Nunes de Barros, sendo aprovado com o parecer nº 1.811.768/2016. A prevalência de adolescentes escolares que utilizaram substância psicotrópica nos últimos 30 dias anteriores a pesquisa foi de 62,9%. Houve associação estatística para o uso de substâncias psicotrópicas como a idade (p<0,001), cor da pele (p<0,050), religião (p=0,001), e a série que estuda (p<0,001). Identificou-se o álcool como a substância mais consumida, seguida pelo analgésico. Os resultados das médias apontaram uma maior prevalência de problemas nas áreas de sociabilidade, lazer/recreação e comportamento. Já na análise das associações não houve significância para os problemas nas áreas de sociabilidade e escola. Conclui-se que o estudo identificou alta prevalência para o uso de substâncias psicotrópicas e associações importantes para este uso. Sugere-se o fortalecimento e readequação da estratégia de saúde na escola, como uma possibilidade para a diminuição da prevalência do consumo e intensidades de problemas decorrentes do mesmo.