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Banca de QUALIFICAÇÃO: CAROLINE FERNANDA DA COSTA SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: CAROLINE FERNANDA DA COSTA SILVA
DATA: 13/12/2022
HORA: 15:00
LOCAL: Online/Remoto - Google Meet
TÍTULO: ABANDONO AFETIVO E BEM ESTAR SUBJETIVO: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE CASAIS HOMOAFETIVOS E HETEROAFETIVOS PÓS-PANDEMIA
PALAVRAS-CHAVES: Abandono Afetivo; Pandemia Covid-19; Bem-Estar Subjetivo
PÁGINAS: 50
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO:

Introdução. Com o surgimento da pandemia da Covid-19 e sua rápida expansão global, devido a sua alta taxa de transmissão e proliferação do vírus, o mundo precisou aos poucos se readequar e diversos países realizaram medidas protetivas para tentar diminuir os impactos do alastramento da doença em suas populações. A Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou estado de pandemia e com isto implementaram-se medidas protetivas para evitar o alastramento do vírus, em que a maior delas foi o isolamento social. Com o isolamento social houveram grandes impactos na saúde mental da população. A saúde mental é uma parte integrante e essencial da saúde, sendo definida como um estado de bem-estar no qual um indivíduo realiza suas próprias escolhas, lidando com as questões do cotidiano, atuando produtivamente através do trabalho e contribuindo com a sua comunidade. Com isto, faz-se necessário considerar os efeitos psicológicos causados devido ao isolamento social, assim como fatores que contribuíram para sofrimentos psíquicos dentro de casa, como o excesso de convivência familiar. Apesar de muitos estudos sobre o impacto da pandemia na saúde mental se centrarem nos indivíduos (Burkova et al., 2021; Germani et al., 2020; Kowal et al., 2020), é importante também avaliar em que medida a crise pandémica afeta/ou as relações familiares e, em particular, a relação conjugal. O isolamento social neste período trouxeram olhares para essa relação, em que no confinamento desses casais, puderam visualizar e ampliar entre si os potenciais e os incômodos, pois de todo modo estavam imersos em uma convivência que possibilitou olharem para a relação conjugal e como se viam dentro dela (Homem, 2020; Penso; Sena, 2020; Lartigue, 2020). O Colégio Notarial do Brasil — Conselho Federal (CNB/CF) apontou, no segundo semestre de 2020, uma turgência de 43,8 mil processos de divórcio, sendo este o maior número já registrado no Brasil, totalizando um acréscimo de 15% em relação ao ano anterior. É necessário ampliar o questionamento: a pandemia produziu problemas conjugais ou deu visibilidade a eles na convivência dentro do isolamento? Referencial Teórico. Quando se fala acerca do abandono afetivo dentro das relações amorosas, se faz necessário compreender que, o abandono afetivo advém de uma rejeição ou ausência afetiva em que os pares não conseguem atender suas necessidades emocionais e com isso se distanciam em comportamentos que evidenciem sua ausência nesta relação (Almeida, 2022; Matos, 2022; Olson, 2000). A ausência desse afeto está ligada a sinais de indiferença e falta de empatia, quando uma das pessoas da relação não se sente mais emocionalmente disponível para aquela configuração conjugal. Esses indícios de abandono emocional na relação podem advir de determinados fatores, tanto fatores externos estressores, quanto a fatores disfuncionais dentro da própria relação (Almeida, 2022; De Souza, 2022; Matos, 2022). A concepção subjetiva de abandono afetivo não advém de conceitos jurídicos, mas sim da existência da afetividade nas relações, pautando em uma solidariedade familiar e todo o vínculo que a envolve, como o princípio da afetividade, que está diretamente ligado ao significado de afeto (De Souza, 2022; Machado, 2008). O abandono afetivo não está relacionado aos toques físicos, mas a falta de habilidades nas relações para manter um diálogo, mostrar-se presente mesmo quando há barreiras físicas impedindo este contato presencial. Esta ausência na relação, a falta de atenção intencional e a pouca flexibilidade no apoio ao parceiro tem como características de um abandono afetivo. Com a Covid-19, os indícios de abandono afetivo relacionados a fatores externos estressores, podem ser exemplificados em ações. O stress acarreta não só a diminuição do bem-estar individual, como também na redução de comportamentos de suporte e de afeto para com o cônjuge, podendo diminuir a percepção de qualidade da relação. Essas conexões podem ter sido perdidas dentro deste espaço de imersão em convivência (Bodenmann, 2006; Donato et al., 2021). Durante uma crise, casais podem fortalecer seus vínculos afetivos, que são advindos de mudanças internas, ou fragilizar essas relações, que ocasionam em mudanças externas, como o divórcio. A Covid-19 mostrou que no Brasil e na China, houveram um crescimento recorde no número de casais se divorciando, o que pode ter como possibilidade de que esse BES dentro das relações conjugais sofreu grandes impactos em contexto pandêmico. Objetivos: A presente investigação tem como objetivo verificar a relação entre o abandono afetivo e o bem-estar subjetivo entre casais heteroafetivos e homoafetivos no período mais crítico da pandemia da COVID-19. Objetivos Específicos: 1. Verificar se as variáveis abandono afetivo e satisfação com a vida apresentam relação negativa, considerando os casais heteroafetivos e homoafetivos; 2. Analisar a diferença em função do sexo e da categoria de casais nas variáveis em estudo; 3. Verificar se o stress Conjugal Pandémico media a relação entre o abandono afetivo e o bem-estar subjetivo entre os casais heteroafetivos e homoafetivos; 4. Verificar se o abandono afetivo interferiu na comunicação entre os casais heteroafetivos e homoafetivos, durante o período mais crítico da pandemia da covid-19; 5. Verificar a relação entre o stress Conjugal Pandêmico e o medo de abandono e rejeição em casais heteroafetivos e homoafetivos. Método: Trata-se de um estudo de metodologia quantitativa de natureza transversal. O seu desenho é observacional e analítico, uma vez que não se pretende intervir ou modificar qualquer caraterística da população estudada, procurando estabelecer uma relação entre as variáveis e não apenas descrever as suas caraterísticas (Pocinho, 2012). É um estudo nacional em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA) e financiado pela CAPES-EPIDEMIAS, fazendo parte da pesquisa “Efeitos Psicológicos do Isolamento Preventivo na Pandemia da COVID-19” coordenada pelo professor Dr. Janari da Silva Pedroso. Este estudo será realizado considerando os aspectos éticos pertinentes a pesquisas envolvendo seres humanos. O projeto já foi aprovado pela Comissão Nacional de Ética Em Pesquisa (CONEP) com o número do parecer: 3.960.596. Pretende-se obter uma amostra com 300 participantes. Os critérios de inclusão são casais heterossexuais e homossexuais que já se encontravam em relação marital e/ou morando junto com o seu/sua parceiro(a) no período pandêmico (março de 2020 a junho 2022). Para a coleta dos dados serão utilizados: Questionário sociodemográfico para caracterizar a amostra. Com o intuito de avaliar o abandono afetivo experienciado foi desenvolvida uma medida de autorrelato “Abandono Afetivo em Período Pandêmico” composta por 5 itens. Escala de Satisfação com a vida (Satisfaction With Life Scale) proposta por Diener, Emmons, Larsen, e Griffin (1985), adaptada no Brasil por Giacomoni & Hutz, 1997 e a Escala de Afetos Positivos e Negativos (Positive and negative Affect Schedule -PANAS), desenvolvida por Watson e Clark (1994) foi adaptada para contexto brasileiro por Giacomoni e Hutz (1997). Escala de Satisfação Global com Relacionamento Amoroso construída por Rusbult (1983), traduzida e validada por Wachelke, de Andrade, Souza e Moraes (2007). Escala de Avaliação da Adaptabilidade e Coesão Familiar (FACES IV), desenvolvida por Olson, Gorall e Tiesel, em 2004, serão utilizadas apenas as subescalas de comunicação e satisfação. A escala Experiences in Close Relationships – short version (ECR-S; Wei, Russel, Mallinckrodt & Vogel, 2007; versão portuguesa de Oliveira & Costa, 2007. Trata-se de uma medida de autorrelato, composta por 12 itens, que permite avaliar a vinculação na idade adulta, com base em duas dimensões - ansiedade e evitamento. Medida de Stress Conjugal Pandémico, trata-se de uma medida de autorrelato com o intuito de avaliar o stress percecionado no domínio específico da relação romântica, durante o período de pandemia COVID-19. Para a análise dos dados será construído um banco de dados utilizando o Software SPSS for Windows – versão22. Serão utilizadas medidas de tendência central (frequência, média, mediana) e medidas de dispersão (desvio-padrão) para descrever as características sócio-demográficas dos participantes. Para a associação entre as variáveis de estudo serão realizados Correlação r de Pearson, teste t de Student e Regressão. Ainda pretende-se verificar a estrutura fatorial dos instrumentos, cujas análises serão realizadas por meio do software Factor 9.2 (Lorenzo-Seva & Ferrando, 2013) com o método Hull Comparative Fit Index (CFI; Lorenzo-Seva, Timmerman, & Kiers, 2011), a partir de uma análise fatorial exploratória categórica Unweighted Least Squares (ULS) com correlações policóricas. Resultados e/ou Encaminhamentos para os Resultados: Foi realizada uma pesquisa de revisão sistemática sobre produções científicas que abordam a interface Relações Amorosas, Pandemia Covid-19 e Isolamento Social de Casais. Os achados apontam ainda uma incipiência na produção dos estudos no que tange o tema da pesquisa e confirmam a importância do estudo que está sendo desenvolvido, visto que o tema abandono afetivo é mais expressivo na área do direito de forma parental. Será feito um segundo artigo após iniciada a coleta dos dados e a conclusão deles irá subsidiar as análises e discussão dos resultados. Espera-se ao final do estudo demonstrar a importância da temática e ampliar discussões e conhecimento do termo abandono afetivo dentro das relações amorosas, afim de criar estratégias mais positivas a adaptativas o que pode impactar positivamente na qualidade e comunicação da relação dos casais.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - CARLOS EDUARDO PIMENTEL - UFPB
Interno - 2730053 - EMERSON DIÓGENES DE MEDEIROS
Externo à Instituição - JANARI DA SILVA PEDROSO - UFPA
Presidente - 1867530 - SANDRA ELISA DE ASSIS FREIRE
Notícia cadastrada em: 30/11/2022 11:14
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - STI/UFPI - (86) 3215-1124 | © UFRN | sigjb06.ufpi.br.instancia1 25/04/2024 20:57