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Banca de QUALIFICAÇÃO: MATEUS EGILSON DA SILVA ALVES

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MATEUS EGILSON DA SILVA ALVES
DATA: 12/12/2022
HORA: 10:00
LOCAL: Online/Remoto - Google Meet
TÍTULO: VELHICE, QUALIDADE DE VIDA E PANDEMIA DE COVID-19: UM ESTUDO DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS ENTRE HOMENS IDOSOS BRASILEIROS E ESPANHÓIS
PALAVRAS-CHAVES: Homens Idosos; Pandemia de Covid-19; Qualidade de Vida; Representações Sociais.
PÁGINAS: 50
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO:

Introdução: As sociedades contemporâneas vivenciam um ineditismo quanto ao acelerado envelhecimento populacional segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) que define a década de 2020 a 2030 para o desenvolvimento de um envelhecimento saudável (OPAS/OMS, 2021). A vista dos impactos que o envelhecimento demográfico da população produz em aspectos culturais, econômicos, sociais e políticos, tanto em países desenvolvidos, como naqueles em desenvolvimento (Kalache et al., 2020; Castro et al., 2020). Nesse interim, a Espanha desponta como um dos mais envelhecidos entre os países da União Europeia com expectativa de vida entorno dos 84 anos e com população idosa alcançando os 20% do total dos quase 48 milhões de pessoas da população demográfica do país, endossando expectativas de que até 2050 esse patamar possa alcançar os 37% (Eurostat, 2020; OECD Better Life Index, 2022). Cenário semelhante ao que ocorre no Brasil cuja população idosa é o grupo etário que mais se expande segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, com projeções de que até 2050 as pessoas idosas representem 21,9% da população brasileira e com expectativa de vida em média dos 74,9 anos (IBGE, 2019; Mendes et al., 2018; Oliveira, Silva, & Oliveira, 2019). Ao passo que dentre a população total do país estimada em 212,7 milhões em 2021 a parcela das pessoas com 60 anos ou mais já alcança 14,7%, ou cerca de 31 milhões de pessoas idosas, segundo o IBGE com base em dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) contínua de 2021 (IBGE, 2022). Em função desse panorama é que o contexto de pandemia da Covid-19, reconhecido desde março de 2020, trouxe à tona o debate público internacional em torno dos impactos da pandemia desproporcionais as populações mais velhas e a sua heterogeneidade de idade, gênero, renda e classe social (Neri, 2020; OPAS/OMS, 2021). Nessa perspectiva, as realidades da Espanha e Brasil também apresentam semelhanças, sendo países com altos índices de infecções entre a população mais velha (WHO, 2020). Ademais, o colapso dos sistemas de saúde em um curto espaço de tempo e a demografia envelhecida desses países contribuíram para que a letalidade por Covid-19 também fosse elevada, com índices de óbitos acima dos 80% do total de todas as mortes na Espanha segundo dados do Instituto de Saúde Carlos III (ICS), órgão vinculado ao Ministério da Saúde (MS) espanhol. E no Brasil acima dos 85% a partir dos dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe) do MS do país. Outrossim, os dados de mortalidade destacam também que variáveis como gênero são prevalecentes em ambos os países, por exemplo, com números maiores entre os homens idosos, com o Brasil registrando 58% dos casos principalmente entre os pacientes masculinos (Campos, Shigaeff & Souza, 2022) e na Espanha com probabilidade de 90% dos registros de óbitos possuírem como variabilidade serem homens e idosos (Aburto et al., 2022; Fundación Matrix, 2022). Coadunando dados globais que relacionam o excesso de mortalidade por Covid-19 entre 2020 e 2021 mais associado a fatores como idade e sexo, sendo maior o número de mortes entre homens e pessoas idosas. Nesse contexto, a percepção de Qualidade de Vida (QV) entre as pessoas idosas vem a sofrer impacto direto em razão da pandemia de Covid-19 (Gomes et al., 2020). Haja vista, que a QV na velhice trata-se de um objeto multidimensional, dependente da relação entre vários fatores como a saúde, a funcionalidade física e cognitiva, a atividade, a produtividade, a autoregulação emocional, o bem-estar subjetivo e os recursos socioeconômicos e ambientais compatíveis com as necessidades dos longevos (Neri, 2014). Tal que a QV tende a influenciar em como podem sentir-se seguros, produtivos e saudáveis, contribuindo para a expansão do conceito de saúde como um espectro de aspectos objetivos e subjetivos (Alvarenga et al., 2020). De modo que é a partir da percepção de QV que pode-se entender, expressar e inclusive intervir no processo de envelhecimento e na própria velhice (Castro, Araújo, Medeiros, & Pedroso, 2021). Nesse intuito, estudos por meio da teoria das Representações Sociais (RS) mostram-se capazes de sintetizar as apreensões entre pessoas idosas em distintos contextos em que estes são o público alvo, sendo crescentes os estudos nos últimos anos no campo da saúde alinhados à gerontologia, como hodiernamente diante da pandemia de Covid-19 (Araújo & Almeida, 2019; Castro et al., 2020; Do Bú et al., 2020; Sousa et al., 2022). A teoria das RS foi criada por Serge Moscovici, aperfeiçoando para a Psicologia Social, as Representações Coletivas de Durkheim, que forneceu os pressupostos teóricos básicos da interação entre a formação do pensamento e o meio social, diferenciando-se as RS, quando visa o estado atual entre cultura, sociedade e indivíduo, sendo uma teoria centrada no conhecimento do senso comum (Coutinho et al., 2013; Jodelet, 2018; Vala & Castro, 2013). Moscovici (2012) propõe que pode se obter conhecimentos do homem comum, quando toda representação advém da necessidade de transformar o que é estranho e não compreendido, em algo familiar, sendo nos grupos que se produzem as representações, notadamente na tentativa de filtrar informações que provém do ambiente, para que se consiga acomodá-las ao comportamento individual, culminando que representar se faz como um tipo de manipulação entre o pensamento e a realidade. Jodelet (2018) traz que é a partir das RS que as pessoas nomeiam e definem conjuntamente aspectos do cotidiano social, ajudando na interpretação das informações e sendo premissa para a tomada de decisão, estando visíveis nos discursos e falas, que como fenômenos observáveis criam o escopo para um trabalho científico. Deste modo, as RS contribuem para a compreensão das características da forma de pensar, seja individualmente ou em grupo, auxiliando na construção de significados e crenças (Briñez, 2022). Objetivos: Diante do exposto, espera-se com este trabalho de dissertação primordialmente apreender e comparar as representações sociais da QV entre homens idosos brasileiros e espanhóis dado o contexto da pandemia de Covid-19. Como especificamente: I) identificar as RS de velhice entre homens idosos brasileiros e espanhóis; II) verificar as RS da QV frente à Covid-19 de homens idosos do Brasil e Espanha. III) Analisar as RS da pandemia de Covid-19 no Brasil e Espanha entre homens idosos; IV) desenvolver material educativo bilíngue em saúde no formato cartilha informativa voltada a temática da QV, Covid-19 e velhice entre homens idosos destes países. Método: A pesquisa será do tipo qualitativa, descritiva e exploratória, a partir de dados transversais e com amostra não probabilística por conveniência, a se pautar no arcabouço teórico-metodológico da teoria das Representações Sociais. Espera-se contar com a participação de 100 homens idosos entre Brasil e Espanha, divididos igualmente entre 50 brasileiros e 50 espanhóis. Como critérios de inclusão adotou-se aqueles observados em estudo prévio de Castro (2019): (1) ter 60 anos ou mais de idade; (2) ser brasileiro e espanhol; (3) não apresentar comprometimentos que afetem a capacidade comunicativa; (4) aceitar participar voluntariamente da pesquisa e concordar com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foram adotados como critérios de exclusão a não adequação aos critérios estabelecidos para participação do estudo. Segue-se rigorosamente os preceitos éticos preconizados pela Resolução 510/2016, que trata de pesquisas e testes em seres humanos. Vale ressaltar que o projeto de dissertação já possui parecer do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Piauí sob número: 4.942.097, sendo parte do escopo de estudos do projeto “Qualidade de Vida e Atitudes frente a Pandemia do COVID-19: um Estudo Transcultural entre Idoso”. A coleta dos dados dá-se de forma individual, estimando-se que aproximadamente 30 minutos serão necessários para finalizar a participação na pesquisa. Os instrumentos utilizados são: I) Questionário Sociodemográfico afim de obter informações para caracterização dos participantes; II) Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP) a partir das palavras indutoras: Homem Idoso, Qualidade de Vida e Covid-19; III) Entrevista Semiestruturada para compreensão sobre velhice, Qualidade de Vida e pandemia da Covid-19. Os dados do questionário sociodemográfico são analisados no software IBM SPSS 25.0 que fornece estatísticas descritivas. Os dados referentes a TALP e as entrevistas semiestruturadas são processados por meio do auxílio do software Iramuteq versão 0.7, devido a este fornecer diferentes processamentos e análises textuais (Souza et al., 2018). Resultados esperados: Espera-se que sejam desenvolvidos estudos que sintetizem aspectos psicossociais da pandemia de Covid-19 a partir de vetores como gênero e idade associados ao constructo da QV em uma perspectiva transcultural. Com o estudo 1 em andamento relacionado ao primeiro objetivo específico, e tendo-se coletado 40 entrevistas do total esperado para a amostra da dissertação com idosos homens brasileiros, com os dados textuais obtidos passíveis de análises no software Iramuteq obtendo como resultante uma de suas análises no formato de nuvem de palavras.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ISABELLE PATRICIÁ FREITAS SOARES CHARIGLIONE - UnB
Presidente - 1551072 - LUDGLEYDSON FERNANDES DE ARAUJO
Interno - 1816247 - PALOMA CAVALCANTE BEZERRA DE MEDEIROS
Notícia cadastrada em: 30/11/2022 17:23
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - STI/UFPI - (86) 3215-1124 | © UFRN | sigjb04.ufpi.br.sigaa 19/04/2024 05:08