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HANNA MORGANNA DE DEUS ALVES
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VERSÃO VIRTUAL DO ECOMUSEU DELTA DO PARNAÍBA: coleção de histórias de vida de mulheres de comunidades ribeirinhas, praieiras e deltaicas.
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Data: 17/12/2020
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O acesso ao mundo virtual, à Internet, atravessa a vida cotidiana no mundo contemporâneo. Impossível imaginar o dia a dia sem as variadas formas de comunicação e informação em rede. Há mais de 20 anos, na segunda metade do século XX, houve o aumento da comunicação on-line, provocando mudanças de hábitos, costumes, formas de ser e viver. Nesse contexto, desenvolvemos o Projeto-ação “VERSÃO VIRTUAL DO ECOMUSEU DELTA DO PARNAÍBA: coleção de histórias de vida de mulheres de comunidades ribeirinhas, praieiras e deltaicas”, com o objetivo de pesquisar, documentar, comunicar e salvaguardar memórias e histórias de populações ribeirinhas e praieiras que habitam a Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba. Nos limites deste trabalho, construímos um projeto de história oral e selecionamos seis mulheres, que têm suas vidas marcadas pela pesca artesanal, seja como pescadoras, filhas, mães, avós ou esposas de pescadores. Este trabalho é uma forma de descortinar as memórias dessas mulheres em um contexto marcado pela lógica hegemônica colonial, capitalista, patriarcal e androcêntrica, com discursos e práticas sociais que as tornam invisíveis, em um mundo predominantemente masculino da pesca artesanal. Às mulheres está destinado o lugar social de perpetuação da espécie e manutenção do lar, papéis como de mãe e esposa, lugares idealizados pelos homens, que constroem um sistema de dominação e opressão simbólicos, reforçam os lugares naturalizados ao longo do tempo, nos discursos biológicos, psicológicos e morais. E nos museus como as mulheres são representadas? O museu que estamos a idealizar tem a vocação de um museu virtual, com recursos técnicos ao abrigo do Núcleo de Pesquisa, Documentação e Memória do Museu da Vila, primeiro núcleo museológico do Ecomuseu Delta do Parnaíba, vinculado ao Projeto-matriz do Programa de Pós-Graduação, Mestrado Profissional, em Artes, Patrimônio e Museologia da Universidade Federal do Piauí - Universidade Federal do Delta do Parnaíba. O Museu da Vila nasceu de uma gestão compartilhada com a Associação de Moradores do Bairro, fundada por nove mulheres que desejavam reivindicar melhores condições de vida para suas famílias e lutar por seus direitos enquanto cidadãs. As histórias de vida reconstituídas neste trabalho formam a primeira coleção do Museu Virtual, permitindo oferecer visibilidade às mulheres que sempre estiveram à margem de um ofício e modos de saber-fazer considerado masculino, invisibilizando o papel das mulheres no Meio Norte do Brasil, atravessado por biodiversidade e diversidade cultural, um território entre os Estados do Piauí, Maranhão e Ceará. Construir um espaço virtual de conhecimento inter e multi interdisciplinar, multiprofissional, é proporcionar às comunidades residentes e outros públicos informações sobre o território, que abriga o único delta a desaguar em mar aberto das Américas, berçário de espécies marinhas em extinção, artes de pesca e tecnologias de embarcação, artesanato em linha, palha, argila etc., um rico patrimônio que precisa ser conhecido, reconhecido, valorizado e promovido, de forma a gerar emprego e renda, o que inclui um turismo cultural sustentável, que envolva diretamente as populações locais.
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JÉSSICA SANTIAGO CORREIA
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FEIRA DO PATRIMÔNIO: uma experiência de educação patrimonial no Delta do Parnaíba| Piauí | Meio Norte do Brasil
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Data: 16/12/2020
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A Feira do Patrimônio é uma iniciativa do Programa de Pós-Graduação em Artes, Patrimônio e Museologia (PPGAPM) da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar), que ocorre anualmente de caráter itinerante em diferentes cidades na região Meio Norte do Brasil. Essa ação compõe o quadro de atividades educativas e culturais do Museu da Vila | MUV e se destina aos mais variados públicos de interesse por temáticas relacionadas às artes, patrimônios, museus, turismo, empreendedorismos e outros negócios. Desde 2016, a equipe executiva composta por alunos, professores e técnicos-administrativos do programa, inspirados em boas-práticas de ações semelhantes, estão a desenvolver uma programação diversificada que engloba conferências, rodas de conversa, oficinas, minicursos, comunicações orais, apresentações artísticas, promovem o turismo cultural, empreendedorismo social e a economia circular. Permite estabelecer conexões entre comunidade, universidade e demais instituições, com o objetivo de promover, valorizar e dar visibilidade ao Patrimônio Cultural. Na perspectiva de contribuir com melhorias para o evento, esta pesquisa-ação se propõe a construir uma memória crítica e descritiva da Feira do Patrimônio, através do estudo das edições anteriores, análise das etapas de elaboração (planejamento, execução e pós-feira), bem como através dos relatos de experiência na participação do processo de organização da 4ª edição da Feira. Ademais, como produto final desta pesquisa, foi proposto um website da Feira do Patrimônico para publicação de portfólios digitais de cada edição realizada, no intuito de registrar, apresentar e divulgar essa ação. Para a construção da memória descritiva foram realizadas consultas junto à coordenação do PPGAPM, além de pesquisas bibliográficas e documentais. A análise crítica foi efetuada a partir da aplicação de questionários ao comitê de organização das feiras anteriores (2016, 2017 e 2018) e com os participantes da última edição realizada em 2019, em seguida desenvolveu-se uma análise SWOT, a partir dos resultados obtidos nessa avaliação. Os dados coletados mostram de uma maneira geral que o evento foi bem executado no desempenho das edições analisadas, cumprindo os objetivos que se propôs. A imersão no processo criativo dessa ação possibilitou também verificar os pontos que podem ser aprimorados para garantir o sucesso das próximas edições, dentre eles destacaram-se principalmente a necessidade de fortalecer o plano estratégico para captação de recursos, comunicação e divulgação do evento. Em face dos desafios observados, acredita-se que a construção de um portfólio em meio digital apresenta-se como uma ferramenta estratégica, um cartão de visitas que pretende divulgar os trabalhos realizados nesses quatro anos, aumentar a rede de contatos, fortalecer a marca do evento, em busca da prospecção de novos públicos e parcerias.
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SUZANA MARIA ARAUJO VERAS
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MUSEU DA VILA: ações educativas culturais (2018-2020)
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Data: 31/10/2020
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O presente trabalho apresenta em seu escopo uma pesquisa-ação, participante, com o título Museu da Vila: Ações educativas culturais (2018-2020). Nesse contexto, percebendo a ausência de políticas públicas efetivas no Estado do Piauí, da falta de valorização dos territórios, patrimônios natural e cultural, de ações reflexivas diante da existência de ricos e complexos patrimônios, construímos este trabalho que proporcionou uma maior visibilidade de estudos e intervenções, educativo-cultural, em andamento desde 2012. Essa escolha se justificou por acreditarmos na necessidade de diálogos entre a comunidade escolar e museu, de uma visão holística das potencialidades do território, dos usuários do Museu escola, um dos Pólos do Ecomuseu Delta do Parnaíba. Elegemos como público alvo os membros da comunidade escolar, Unidade Escolar Professora Carmosina Martins da Rocha, alunos de 12 a 18 anos e famílias. A escola está localizada em Luís Correia bairro Coqueiro da Praia, Piauí, Brasil, um dos dez municípios que integram a Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba, Meio Norte do Brasil. Apresentamos como o objetivo geral construir uma memória crítica das ações educativas culturais do Museu da Vila. E específicos; realizar atividades educativas culturais no Museu escola, com a comunidade escolar; Promover oficinas de capacitação em Educação Patrimonial, Museal, Ambiental com os atores sociais; Construir uma coleção das atividades educativas culturais do Museu da Vila (2018-2020) disponibilizar no repositório digital Tainacan do Ecomuseu Delta do Parnaíba; Produzir um vídeo registro de 13 minutos, das atividades educativas culturais para publicizar no Canal YouTube Museologia Piauí Brasil. Considerando a construção dessas memórias críticas das ações educativas, como proposta para o Programa Educativo Cultural PEC, e subsidiar o Plano Museológico em andamento, sob a coordenação do Programa de Pós-graduação, Mestrado Profissional, em Artes, Patrimônio e Museologia da Universidade Federal do Piauí UFPI, e Universidade Federal do Delta do Parnaíba UFDPar. Como também afirmar as relações sociais e complexas entre Museu, Escola e Território, em consonância com os princípios da Política Nacional de Educação Museal, instrumento de conhecimento, reconhecimento, valorização, promoção, interação com as comunidades do entorno do museu, a participação social, atendendo aos princípios do órgão federal responsável pela Política, o Instituto Brasileiro de Museus Ibram. Nesse percurso, apresentamos os lugares de intervenções, o Museu da Vila, a Escola, o Território, as características para a construção com e para as pessoas de um Ecomuseu, considerado um de seus polos já constituído - o Museu da Vila, vinculado ao Projeto Matriz Ecomuseu Delta do Parnaíba, a constituir uma Rede de Museus. Propusemos indagações relacionadas ao PEC, da importância em um processo museal comunitário. Realizamos consultas bibliográficas, visitas in loco, trabalho de campo, observação participante, aplicação de questionários com perguntas abertas e fechadas, entrevistas, encontros de capacitação, rodas de conversas, visitas mediadas. Este trabalho foi concluído na condição de pesquisadora, educadora pública da rede municipal de ensino, em formação profissional no campo da museologia, com sede no Museu da Vila, no fortalecimento das ações educativas entre o Museu e as Comunidades, para conhecerem o lugar onde vivem, acesso a novos repertório e condições de vida, na formação com outros colegas educadores, reflexão-ação sistemática, atravessada por sinergias, entre os atores sociais. Nesse sentido, nos permitiu o conhecimento, fortalecimento do sentimento de pertença, educação transformadora dos atores sociais, valorização do meio ambiente, vida sustentável, valorização com apropriação pelas comunidades de seus patrimônios para salvaguarda, com conexões de saberes e experiências.
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CRISTIANA BRANDÃO DE OLIVEIRA
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ESCOLINHA DA BIODIVERSIDADE ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DELTA DO PARNAÍBA (PIAUÍ, BRASIL)
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Orientador : RODRIGO DE SOUSA MELO
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Data: 02/10/2020
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A Escolinha da Biodiversidade da Área de Proteção Ambiental (APA) do Delta do Parnaíba estará vinculada diretamente ao Programa Educativo e Cultural do Museu da Vila, equipamento sob a coordenação do Programa de Pós-graduação, Mestrado Profissional, em Artes, Patrimônio e Museologia da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar). O Mestrado e a Universidade são parceiros da Associação de Moradores do Bairro Coqueiro e juntos são responsáveis pelo Museu da Vila, o primeiro núcleo museológico do Ecomuseu Delta do Parnaíba, igualmente, uma concepção e coordenação do Mestrado. A Escolinha será um espaço de educação ao longo da vida, a integrar as atividades educativas-culturais do Museu da Vila, portanto um dos projetos do Plano Museológico do Museu. A missão da Escolinha será promover ações de educação patrimonial e ambiental, de inclusão social, de conhecimento e reconhecimento da biodiversidade da Unidade de Conservação (UC), APA do Delta do Parnaíba, criada por Decreto Presidencial em 1996. Portanto, este projeto-ação tem início na vila-bairro Coqueiro da Praia, Luís Correia, um dos dez municípios que integram essa Unidade de Conservação. Está em andamento e tem como um de seus parceiros o Instituto Tartarugas do Delta, que atua no território da Área de Proteção Ambiental desde 2006, a realizar pesquisas e ações educativas de conservação das tartarugas marinhas. A exemplo de outras iniciativas no Brasil, pretendemos promover a sensibilização ambiental para reflexão e construção de valores diante de questões socioambientais e do patrimônio cultural. A primeira etapa foi realizada de agosto a dezembro de 2019, com 18 crianças, entre 5 a 6 anos, matriculados na Creche Tia Neuza, que envolveu famílias, diretora, professoras, merendeira e zeladora. Contamos histórias, ouvimos histórias, incentivamos o registro em formatos diversos, pelas crianças e famílias, de histórias associadas ao meio ambiente, ao patrimônio cultural, contribuindo com a formação para que as crianças cresçam a saber onde vivem, a importância de uma Área de Proteção Ambiental, conscientes de seus direitos e deveres, um lugar que podem viver em harmonia com a natureza e com o seu semelhante. A ideia é mostrar a importância do litoral para a conservação de espécies marinhas e flora locais, a exemplo as tartarugas marinhas e os manguezais. As crianças moram em um território atravessado por mangues, a poucos metros da orla da praia, área de desova de espécies marinhas em extinção, o que nos permite contar sobre as relações ecológicas das tartarugas com outros seres vivos, os ecossistemas marinhos existentes no litoral onde residem e a importância deles para o ciclo de vida no planeta.
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MARIANA LUIZA BEZERRA SAMPAIO
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PROJETO ARQUITETÔNICO PARA UM ESTALEIRO ESCOLA NO MUSEU DA VILA Bairro Coqueiro | Luís Correia | Piauí
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Data: 22/09/2020
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Neste trabalho, ao realizarmos estudos e intervenções na vila-bairro Coqueiro da Praia, litoral do Estado do Piauí, tivemos a oportunidade de conhecer a comunidade, que guarda um rico patrimônio natural e cultural, com destaque para as artes de pesca e construção de embarcações artesanais, hoje, patrimônio em risco. Notamos a redução, dia a dia, da quantidade de canoas artesanais em uso na orla da praia do Coqueiro, a 100 metros do Museu da Vila; o desinteresse de jovens da comunidade pelas atividades relacionadas ao ofício e modos de saber-fazer das artes de pesca, o que inclui as técnicas de construção de embarcações e seus artefatos; uma ausência de conhecimento e reconhecimento dos patrimônios locais. Há um conjunto de memórias e histórias associadas à tradição familiar, sociocultural desse ofício e modos de saber-fazer, que precisam ser registrados, salvaguardados. Nessa perspectiva, o objetivo deste trabalho foi elaborar um projeto arquitetônico e seus complementares para um Estaleiro Escola, em uma edificação sem uso social, localizada na Rua José Quirino, em frente ao Museu da Vila, como uma extensão desse equipamento cultural na vila-bairro Coqueiro da Praia, vinculado ao Programa de Pós-graduação, Mestrado Profissional, em Artes, Patrimônio e Museologia(PPGAPM), da Universidade Federal do Piauí, que possa ser um instrumento de promoção desses patrimônios. Esperamos este projeto se realize a curto, médio e longo prazos. A curto prazo já conseguimos realizar junto como a comunidade local ações sócio educativas para sensibilização e reconhecimento do ofício e modos de saber-fazer, com o uso de ferramentas de educação e interpretação patrimonial e museal, com a promoção de rodas de memórias, oficinas de construção de maquetes de embarcações artesanais e projeto arquitetônico e complementares para o Estaleiro Escola; à médio e longo prazo, esperamos que a Coordenação do Mestrado, Museu da Vila e Associação de Moradores do Bairro Coqueiro da Praia, viabilizarem a captação de recursos para execução do Projeto Arquitetônico, que elaboramos e doamos à Universidade Federal do Delta do Parnaíba, bem como a implantação o equipamento com foco em uma didática de formação de mestres carpinteiros, pintores, marceneiros e modelistas, que possam atuar na produção artesanal de embarcações, a exemplo do que já ocorre no Estaleiro Escola do Maranhão, vinculado ao Instituto Estadual de Educação daquele Estado e no Museu do Mar em São Francisco do Sul no Estado de Santa Catarina. Esta natureza de trabalho proporcionou à profissional-mestranda uma convivência com a comunidade local, de modo a criar formas de sensibilização para formação de públicos para a colaboração no trabalho. Usufruímos de técnicas de educação para o patrimônio, de forma a proporcionar aos nossos colaboradores (membros da comunidade local), possibilidades de aprendizagem, que lhes permitiram conhecer e reconhecer o valor econômico e cultural do patrimônio associado às artes de pesca e construção de embarcações.
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ISA MARÍLIA SILVA DE OLIVEIRA
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(A)MAR: Coqueiro da Praia Arte, Memória e Afetividade
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Data: 18/09/2020
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Ao pensarmos a afetividade como parte das relações humanas associadas a tempo, espaço e patrimônio cultural, entendemos a importância da arte-educação para compreendermos como nos movimentamos no ambiente escolar da Vila-bairro, Coqueiro da Praia, Luís Correia, um dos dez municípios que integram a Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba, no Meio Norte do Brasil, no Piauí, entre os Estados do Maranhão e Ceará; lugar de fronteira, de interculturalidades. Esse Bairro tem vivências de experiências atravessadas pela tradição e pela modernidade, o elegemos exatamente por essa singularidade para nossos estudos e intervenções no campo das artes, patrimônio e museologia. Narramos neste texto esse caminhar, que pretendemos que fosse participativo e coletivo, associado a um projeto-ação mais amplo - o Projeto Matriz do Mestrado sob o título “Ecomuseu Delta do Parnaíba”, concebido e coordenado pelo Programa de Pós-graduação, cuja proposta é criar uma rede de museus de território, com e para as comunidades. Nesse contexto, o primeiro núcleo museológico criado, em junho de 2018, foi o Museu da Vila, igualmente, sede do Mestrado e localizado em uma antiga edificação escolar cedida ao Programa pelo do Governo do Estado do Piauí, hoje, requalificada, um equipamento educativo-cultural a prestar serviços à vila-bairro e entorno. Este nosso trabalho é parte do Plano Museológico, em andamento, do Museu da Vila, nomeadamente parte dos Projetos e Ações do Programa Educativo e Cultural. Para este projeto-ação em particular focamos nossos estudos e intervenções na apreensão de afetos, usando a ferramenta metodológica dos mapas afetivos, para conhecer as relações de afetividade e sentimento de pertencimento ao território por alunos entre 7 a 12 anos, matriculados na escola local - a Unidade Escolar Carmosina Martins da Rocha. Desejamos perceber as relações que as crianças estabelecem com o patrimônio cultural do lugar que habitam, proporcionar-lhes situações de reflexão e ação em vivências orientadas, que promovam a percepção do sentimento de pertença e de valorização dos espaços que vivem coletivamente - a Escola, de modo a fortalecer os sentimentos de estima de lugar e apropriação do patrimônio cultural.
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JOÃO CARLOS ARAÚJO DE SOUSA
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NÚCLEO DE PESQUISA E MEMÓRIA DAS ARTES CÊNICAS DO PIAUÍ: gestão museológica e comunicação do acervo
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Data: 11/09/2020
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Para esta pesquisa, elegemos como objeto de estudo o acervo documental do Núcleo de Pesquisa e Memória das Artes Cênicas, do qual fazem parte o Memorial Benjamim Santos e o Teatro Antônio Oliveira dos Santos, equipamentos culturais do Serviço Social do Comércio, Unidade Avenida, na cidade de Parnaíba, Estado do Piauí. O Núcleo, Memorial e Teatro se justificam pelo valor desses equipamentos e acervos como patrimônio cultural único no Estado, que deve ser pesquisado, documentado, salvaguardado e comunicado, um acervo fundamental para estudos da ação educativa e cultural das memórias e histórias das Artes Cênicas. No campo de estudos da Museologia, localizamos este trabalho no âmbito da gestão e documentação museológica. Utilizamos como método e técnica a pesquisa-ação, para estudos, análise e intervenção na gestão, documentação museológica e comunicação. Destacamos a participação de artistas locais nas ações desta investigação. Como sistemática, dividimos a pesquisa em quatro etapas: diagnóstico e documentação do acervo, ações educativas e de formação, direcionadas para os públicos participantes, prioritariamente funcionários da instituição - administradores, técnicos, equipe de manutenção/limpeza e usuários do acervo - artistas e alunos dos cursos de teatro e dança, pesquisadores e público em geral. Dentro da perspectiva de comunicação que objetivamos, desenvolvemos como possibilidades de documentação e comunicação, um estudo que viabilizou a organização e divulgação do acervo por meio do software Tainacan, implantável com o aquiescimento do SESC. Realizamos etapas de diagnóstico, formação/capacitação, documentação do acervo, oficinas educativo-culturais e catálogo virtual, como ferramentas de sensibilização e divulgação do acervo, tarefas já desenvolvidas com êxito em outros trabalhos do projeto Matriz do Mestrado Profissional.
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SANDRO DAVID BEZERRA DO NASCIMENTO
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Há um vilarejo ali: oficinas de música no Museu da Vila, Vila-Bairro Coqueiro da Praia, Luís Correia PI
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Data: 10/09/2020
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Apresentamos nesse trabalho os caminhos e resultados do Projeto de Pesquisa- Ação desenvolvidos na sede do Museu da Vila, no Bairro Coqueiro da Praia, que fica a dez quilômetros do Centro da cidade de Luís Correia, um dos dez municípios que integram a Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba, criada por Decreto Presidencial em 1996. O planejamento do Projeto envolveu conceitos presentes na prática da Museologia de Inovação Social e no universo das Ciências Sociais Aplicadas. A atividade de intervenção ocorreu por meio de oficinas de Música, inseridas dentro de um calendário de ações que envolveu a Coordenação Acadêmica do Mestrado em Artes, Patrimônio e Museologia da Universidade Federal do Piauí e a Comunidade local. O que tornou este trabalho peculiar na promoção da cultura foi o fato de a ação se passar dentro de um Museu e articular demais valores sociais em um espaço de sonoridades, memória e de inclusão. O diálogo com a Comunidade apontou problemas sociais e ambientais e a atividade musical apresentou alternativas, como, por exemplo, a reciclagem de materiais na produção de instrumentos e na valorização do patrimônio cultural. A metodologia passou por uma interface multidisciplinar em que agregou ensino da Arte, Etnomusicologia, Educação Patrimonial, Sustentabilidade, Pesquisa participante e salvaguarda do Patrimônio. O contato com a música despertou na Comunidade possibilidades de trocas musicais e uma imersão no mundo sensível na descoberta de seus sons, ritmos e suas memórias, e em seu sentimento de proteção através das noções de sustentabilidade. A proteção e salvaguarda do patrimônio cultural estão diretamente associadas à melhoria da qualidade de vida de uma população, ao trabalho das memórias e à afirmação da identidade cultural. Essas práticas significam uma demanda social tão importante quanto qualquer outra atendida pelo serviço público. Nesse contexto, a Oficina de Música representou uma forma sensível de atrair todas as faixas etárias por meio de uma linguagem universal, a própria Música. O objetivo como ação educativa foi produzir um trabalho participativo de inclusão através de um processo vivo e dinâmico, em cujas interações buscamos construir valores, modos de percepção do mundo e conduta social.
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FRANCISCO STEFANO FERREIRA DOS SANTOS
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IINVENTÁRIO PARTICIPATIVO DA CELEBRAÇÃO DO BOM JESUS DOS PASSOS EM OEIRAS - PIAUÍ
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Data: 28/08/2020
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O objetivo desta pesquisa-ação foi construir um inventário participativo da celebração de Bom Jesus dos Passos, que ocorre no sertão do Piauí desde o início do século XIX, na cidade de Oeiras, primeira capital do Piauí. Os rituais da celebração fazem parte da liturgia da Semana Santa, iniciam ainda na quinta-feira da semana anterior à Santa, com a Procissão da Fugida, com a saída em procissão da imagem do Bom Jesus da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Vitória em direção à Igreja de Nossa Senhora do Rosário, onde permanece por toda a noite. No dia seguinte, às quatro horas da tarde, em uma via sacra em estilo português, a imagem segue em procissão, são mais de 30 mil pessoas, em oração, algumas vestidas em roxo ou a carregarem ex-votos, a percorrerem as ruas estreitas da antiga e bem preservada cidade colonial. Os ritos são atravessados por símbolos, sentidos e significados; a cor roxa das vestes das imagens do Bom Jesus dos Passos, Nossa Senhora, romeiros, muitos dos quais pagadores de promessas. Os cantos da liturgia são um híbrido do erudito e popular, os personagens bíblicos são apresentados de forma teatral pelos cuidadores envolvidos na tradição secular, assim como nos objetos sacros em prata e madeira. São mais de vinte e quatro horas de intensos ritos, que incluem orações, penitências, manifestações de fé, que fazem desta celebração uma das mais emblemáticas do Piauí. Neste trabalho, os procedimentos metodológicos constaram de ações teóricas e práticas, na concepção de um inventário de natureza participativa como proposto por Hugues de Varine, bem como pelo Manual de Aplicação do Inventário Nacional de Referências Culturais do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, técnica de pesquisa para produzir conhecimento sobre os domínios da vida social aos quais são atribuídos sentidos e valores e que, portanto, constituem marcos e referências de identidade para determinado grupo social; técnicas que se associam à história oral e etnografia, o que inclui a imersão do pesquisador na comunidade, coleta de dados, entrevistas temáticas, registros em áudio, vídeo e fotografias. Assim buscamos ao logo da pesquisa documentar para salvaguardar a celebração como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, o reconhecimento desse patrimônio como acervo cultural não apenas local, mas nacional. Como resultados, produtos e serviços, associados a este trabalho construímos um livro inventário, bem como um documentário sobre o processo participativo que nomeamos de InventárioDoc, que revelam a diversidade de pessoas envolvidas na celebração como cuidadoras das imagens, dos passos, capelas situadas no Centro Histórico, rezadeiras, promesseiros, representantes do clero e jovens de diversos bairros e comunidades rurais da cidade de Oeiras e entorno.
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PEDRO DIAS DE FREITAS JÚNIOR
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MUSEU DE ARTE SACRA DE OEIRAS, PIAUÍ: diagnóstico e exercício de documentação museológica
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Data: 15/08/2020
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Este trabalho realiza um diagnóstico do Museu de Arte Sacra de Oeiras, locali- zado no Sertão do Estado do Piauí, criado em 1983, como parte das celebrações dos 250 anos da Catedral de Nossa Senhora da Vitória. Considera-se também um exercício de documentação museológica do acervo desse equipamento cultural. O Museu tem sua sede no Palácio Capitão-Mor, João Nepomuceno Castelo Branco, antigo Paço Episcopal, protege um rico e complexo acervo que precisava ser documentado. A exposição de longa duração do Museu é forma- da por imagens de madeira policromada, séculos XVII, XVIII e XIX, castiçais e coroas de prata, mobiliário das igrejas seculares de Oeiras, e peças oriundas de colecionadores particulares. Este trabalho nasceu da necessidade de criar es- tratégias efetivas para salvaguardar o patrimônio sacro da cidade, sob a tutela do Museu de Arte Sacra, que não possui ainda um Plano Museológico e neces- sita de medidas urgentes na sua infraestrutura, vez que a situação atual do edi- fício põe em risco seu complexo e rico acervo. As dificuldades enfrentadas pela Instituição levantam dúvida acerca de sua existência, e de seu futuro enquanto equipamento museal. O acervo do Museu traduz uma cultura religiosa, marca de identidade do território; as memórias das pessoas que residem em Oeiras e entorno, identidades representadas no acervo sacro do Museu, que poderão perder-se caso não haja ações efetivas de reafirmação de sua missão e vocação. Diante dessa realidade, e na condição de educador a trabalhar no Museu, execu- tamos este trabalho, por acreditar na necessidade de construirmos programas, projetos e ações que resultem na salvaguarda desse acervo museológico. Nesse contexto, o diagnóstico e o exercício de documentação museológica do Museu de Arte Sacra de Oeiras constituíram-se fundamentais para a construção futura de um Plano Museológico, que aprimore sua gestão, e promova atividades que defendam o patrimônio constituído pelo acervo. O diagnóstico auxilia na toma- da de decisões, aponta alternativas, caminhos e novas formas de transformação institucional. Com trinta e cinco anos de existência, para que a função social do Museu seja efetivada, o planejamento estratégico, inicialmente caracterizado pela realização do diagnóstico e de um exercício de documentação museológica, apresenta-se como basilar à existência futura, reafirmando sua função socioe- ducativa e cultural como ferramentas de gestão.
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