Dissertações/Teses

2024
Descrição
  • LUIZ CARLOS SANTIAGO JUNIOR
  • DESVENDANDO O EFEITO DO MANEJO INTENSIVO AGRÍCOLA NA DIVERSIDADE DA CHUVA E DO BANCO DE SEMENTES EM ECÓTONO CERRADO-CAATINGA NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO
  • Data: 15/03/2024
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  • A chuva de sementes (CS) e o banco de sementes (BS), são mecanismos de entrada de propágulos em comunidades, importantes para investigar processos de regeneração de áreas perturbadas pelo manejo agrícola, especialmente em áreas de ecótono. O trabalho teve como objetivo investigar a riqueza de espécies, número de sementes/emergências, diversidade nas formas de dispersão e forma de vida, e a composição do banco e da chuva de sementes de duas áreas em regeneração (10 anos e 25 anos) e uma área sem manejo em uma região de transição Cerrado e Caatinga no Nordeste Brasileiro, Corrente - PI. Desta forma, buscamos responder as seguintes questões: (i) A riqueza em espécies do banco e da chuva de sementes serão maiores na área sem manejo quando comparados com as áreas em regeneração? O número de sementes e espécies emergidas no banco de sementes e depositadas na chuva de sementes serão maiores em áreas manejadas e menores em áreas sem manejo? O banco e chuva de sementes de área sem manejo apresentará maior número de sementes e riqueza de especeis zoocóricas, e as áreas manejadas, maior número de sementes e espécies autocóricas? O banco e chuva de sementes da área sem manejo apresentará maior número de sementes e espécies arbóreas e arbustiva e, as áreas manejadas maior número de sementes e espécies herbáceas? A composição em espécies do banco e da chuva de semente serão similares entre as áreas manejadas, sendo o turnover o componente que melhor explica a diversidade beta? A composição em espécies entre o banco e chuva de sementes serão similares na área sem manejo e dissimilares na área manejada? Para tanto, foram instaladas parcelas de 50 x 50 m, subdivididas em subparcelas de 10 × 10 m. Para coleta da CS em cada subparcelas foram sorteadas a instalação de 20 coletores, totalizando 60 unidades amostrais. Para a coleta do BS, foram selecionadas 15 subparcelas para cada área, totalizando 45 unidades amostrais, no qual foram coletados 1 kg de solo e cultivado pelo método de emergência de plântulas em viveiro. A comunidade em 10 anos em regeneração apresentou maiores valores de riqueza em espécies na chuva de sementes e menores valores no banco de sementes. A abundância de sementes/ emergências não diferiu entre as áreas estudadas. O banco e a chuva de sementes de áreas em regeneração apresentaram maiores número de sementes/emergências e espécies autocóricas, maiores número de sementes/emergência e espécies com formas de vida herbáceas, e maiores valores de espécies arbóreas para chuva de sementes, além de mudanças na composição em espécies do banco e da chuva de sementes, sendo o turnover o componente que melhor explica a diversidade beta, assim como mudança na composição em espécies entre banco e chuva de sementes para cada área estudada. Nossas analises mostraram os efeitos negativos do manejo sobre a diversidade da chuva e do banco de sementes, ao trazer redução na riqueza em espécies do banco de sementes, predominantemente de dispersão autóctone e forma de vida herbácea do banco e da chuva de sementes. Por outro lado, revelamos também que a contribuição de outras formas de vida no banco e na chuva de sementes, apesar de não haver diferença, o que revelam o potencial de contribuição para estruturação das áreas degradadas.

  • ANDRESSA FREITAS DOS SANTOS BARRETO
  • Morfologia do moinho gástrico e dieta de braquiúros de um ambiente recifal do Piauí
  • Data: 15/02/2024
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  • O presente estudo analisou a morfologia do sistema digestivo de caranguejos Brachyura de um ambiente recifal tropical para compreender sua relação com os hábitos alimentares. Exemplares de diferentes espécies foram coletados em um recife de arenito no estado do Piauí, Brasil,e examinados em laboratório. Os animais foram eutanasiados por crioanestesia, sexados, medidos e dissecados para descrição morfológica, com ênfase nos moinhos gástricos. Os estômagos das espécies mais abundantes foram abertos e seus conteúdos analisados. Os dados anatômicos e alimentares foram cruzados para relacionar morfologia e dieta. Ao todo foram coletadas 6 espécies: Eriphia gonagra, Menippe nodifrons, Callinectes exasperatus, C. larvatus, C. ornatus e Charybdis hellerii. Apenas as duas últimas ocorreram em abundância suficiente para análises do conteúdo estomacal (n ~ 30). O estômago de todas as espécies, situado na região anterior, é composto pelas regiões cardíaca e pilórica. A primeira abriga um moinho gástrico formado por um "dente" central e dois "dentes" laterais pareados, que possuem cúspides e projeções para auxiliar na mastigação. Em todas as espécies, o dente central apareceu obtuso e liso, enquanto os dentes laterais possuíram projeções agudas e afiladas. Essas características remetem tanto à capacidade de triturar, quanto de perfurar e cortar os alimentos, o que sugere uma dieta flexível, onívora e oportunista. O conteúdo estomacal de Ca. ornatus e Ca. hellerii corrobora essa interpretação. Ambas apresentaram uma frequência equilibrada de itens animais e vegetais, que apareceram em proporções similares entre as espécies, independente de sexo e tamanho. Apesar da estrutura geral do moinho ser estável, a forma e a disposição das cúspides e projeções foi consideravelmente mais similar entre as espécies filogeneticamente mais próximas (gêneros Callinectes e Charybdis, da família Portunidae). Isso sugere que apesar das características morfológicas estarem ligadas aos hábitos alimentares, existe uma influência significativa da filogenia na anatomia do moinho gástrico.

  • ANDRESSA RAMOS LIMA
  • Borboletas (Lepidoptera) do cerrado maranhense: Riqueza, composição e guia ilustrado
  • Orientador : JOSENIR TEIXEIRA CAMARA
  • Data: 15/02/2024
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  • Os insetos são o maior grupo de animais conhecidos, representando 66% de todos os animais. Entre os insetos, a ordem Lepidoptera, conhecidos como Borboletas e Mariposas. As borboletas realizam a maioria das suas atividades durante o dia. Elas são separadas em dois grupos, dependendo do tipo de alimentação, borboletas frugívoras que se alimentam de frutas e as nectarívoras, que se alimentam do néctar das flores. Pouco se conhece sobre as borboletas do território maranhense. Estes insetos carismáticos prestam muitos serviços à natureza, sendo necessários para a manutenção da saúde dos ambientes, este trabalho teve como objetivo incrementar o conhecimento sobre a riqueza, composição de borboletas do Cerrado maranhense. Para isso, estudou-se as borboletas depositadas na Coleção Zoológica do Maranhão, da Universidade Estadual do Maranhão, Campus Caxias, estas foram coletadas nos seguintes municípios do Maranhão: Balsas, Caxias, Codó, Dom Pedro, Fortuna, Governador Luiz Rocha, Mirador, São João do Sóter, Parnarama e Pedreiras. Foram obtidos 369 espécimes distribuídas em seis famílias, 14 subfamílias, 52 gêneros e 70 espécies de borboletas, 20 destas compreendem novos registros para o Nordeste, Maranhão e/ou Cerrado maranhense. Além disso, foi compilado as informações de todos os trabalhos realizados no Cerrado maranhense e elaborada uma lista de espécies, assim como foi confeccionado um guia ilustrado com informações sobre as borboletas do Cerrado maranhense. Portanto, este estudo possibilitou o aumento do conhecimento acerca da riqueza, composição e distribuição das borboletas no Maranhão e Cerrado maranhense, além de contribuir para que essas informações cheguem à sociedade.

  • LUANA SILVA CARVALHO
  • Efeitos do design de armadilhas de queda na amostragem de aranhas do Parque Nacional da Chapada das Mesas, Maranhão
  • Orientador : LEONARDO SOUSA CARVALHO
  • Data: 15/02/2024
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  • As aranhas são conhecidas pela sua grande diversidade e ampla distribuição, por isso existe uma variedade grande de métodos de coleta desses indivíduos. Contudo, a ausência de um protocolo padronizado para a aplicação de métodos dificulta a comparação dos resultados entre estudos com aranhas. Diante do exposto, o principal objetivo dessa pesquisa foi comparar três espaçamentos de armadilhas de queda, avaliando os padrões observados na riqueza, abundância e composição de aranhas coletadas no Parque Nacional da Chapada das Mesas. As aranhas foram coletadas com o uso de armadilhas de queda, estas foram montadas em 27 conjuntos de 16 armadilhas, onde cada um apresentou um dos três espaçamentos avaliados (1m, 10m e 20m). Foram escolhidos nove pontos de coleta e cada ponto foi constituído por três conjuntos de armadilhas (uma réplica de cada espaçamento) distanciados a 100 metros entre si. As armadilhas foram deixadas no local de coleta por seis dias e, ao final, as amostaras foram retiradas e transferidas para um pote coletor, contendo álcool 70%. Após a instalação das armadilhas foi realizada a amostragem da variável de vegetação por meio de fotografias digitais tiradas da vegetação. Foram obtidas um total de 2.237 espécimes, sendo 1.046 (46.76%) adultos e 1.191 (53.24%) jovens. Foram identificados 76 espécies/morfoespecies, sendo que as mais abudantes foram: Ninetinae L23-284 (Pholcidae) com 435 ind.; Leprolochus mucuge Lise, 1994 (Zodariidae) 154 ind.; e Nosferattus sp.1 (Salticidae) 119 ind. O resultado do ANOSIM demostrou que não há diferenças significativas entre na composição da comunidade de aranhas coletadas nos três tipos de espaçamentos (R= -0.0518, p= 0.807). E o GLM mostrou que não há efeito significativo entre o espaçamento das armadilhas e a riqueza em espécies. Em contraste, a abundância de indivíduos variou significativamente entre distancias de 10m (p<0.001) e 20m (p=0.0003), contudo este resultado não foi observado para a distância de 1m (p=0.6). Além disso, foi observada uma relação significativa entre a riqueza em espécies e a abundância (p<0.001). Nosso estudo sugere que em áreas de Cerrado stricto sensu o uso de diferentes tipos de espaçamentos de pitfall trap não causa impacto significativo na amostragem de aranhas de solo. Para inventarios de fauna em curto prazo, recomendamos o uso de armadilhas espaçadas a 1m.

  • JAQUELINE MIRANDA MACÊDO
  • Taxonomia de imaturos de segundo ínstar de tripes (Insecta: Thysanoptera) da América do Sul
  • Orientador : ELISON FABRICIO BEZERRA LIMA
  • Data: 14/02/2024
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  • Os tripes são insetos comumente encontrados em lugares diversos como, folhas, flores, material vegetal morto, galhos secos, alimentando-se de outros artrópodes, dentre outros, podendo ser pragas de algumas culturas. Sua identificação é largamente baseada na morfologia de adultos, visto que insetos imaturos usualmente são identificados somente se coletados com os seus adultos coespecíficos. Entretanto, a identificação correta de imaturos de tripes é de fundamental importância, visto que vírus do gênero Orthotospovirus, vetorados exclusivamente por tripes e causadores de importantes doenças em uma diversidade de cultivos, são adquiridos pelos tripes durante os dois primeiros estágios imaturos. Além disso, outras espécies podem causar danos diretos a cultivos ou podem ser predadoras de artrópodes pragas de diversas culturas agrícolas, de forma que a identificação correta dessas espécies poderá ser um ponto de partida para o desenvolvimento de estratégias de manejo de pragas. Este estudo tem como objetivo estudar a taxonomia de imaturos de segundo instar de espécies comuns da América do Sul por meio da morfologia. Os espécimes estudados neste trabalho foram obtidos a partir de três principais meios: coletas em campo, criação e material depositados em coleções. Os exemplares foram examinados em microscopia óptica em busca de caracteres que possibilitem diagnoses de espécies e táxons supraespecíficos que sirvam para a definição de grupos dentro dessa ordem, como também propor um método eficiente de identificação para os imaturos de segundo instar dessas espécies. Com o exame dos exemplares, foi desenvolvida uma chave dicotômica ilustrada, e uma descrição detalhada das 80 espécies de imaturos de segundo instar encontradas na America do Sul.

  • LARINNE DE MARIA ROCHA SILVA
  • Revisão taxonômica de Heliothrips (Thysanoptera: Thripidae, Panchaetothripinae) nas Américas
  • Orientador : ELISON FABRICIO BEZERRA LIMA
  • Data: 14/02/2024
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  • Heliothrips Haliday, 1836 é um gênero que atualmente compreende cinco espécies descritas válidas. Estas apresentam uma significativa importância biológica e econômica, pois podem comprometer a produção de plantas ornamentais e frutíferas de interesse comercial. As espécies são nativas da América do Sul, mas com H. haemorrhoidalis registrada em todo o mundo e H. longisensibilis reconhecida atualmente na Argentina, Brasil e China. O Brasil, em que somente H. ardisiae não está registrada, abriga a maior riqueza relatada. H. longisensibilis, última espécie do gênero a ser descrita, na China, atualmente está amplamente distribuída no Brasil nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste e recentemente foi registrada também na Argentina, locais em que havia sido identificada somente H. haemorrhoidalis. Esta, no entanto, é encontrada no Brasil apenas nas regiões sul, sudeste e áreas do litoral Nordestino, todos no bioma Mata Atlântica. Até o presente estudo, o status de espécie única de H. longisensibilis permanece como incógnita, pois existem variações morfológicas que sugerem a existência de espécies polimórficas ou complexo de espécies. Dada a notável diversidade de Heliothrips nas Américas, em específico no Brasil, juntamente com os desafios inerentes à classificação taxonômica imprecisa neste grupo, torna-se de suma importância a realização de uma análise taxonômica abrangente e aprofundada no grupo. Portanto, esse trabalho objetivou realizar uma revisão taxonômica do gênero nas Américas empregando dados morfológicos e moleculares. Dessa forma, pretendeu-se certificar os registros presentes na literatura, discutir se Heliothrips longisensibilis apresenta uma diversidade críptica e esclarecer dúvidas acerca de sua distribuição nas Américas. O estudo morfológico foi conduzido por meio do exame de lâminas permanentes, sob microscopia óptica. Posteriormente, foram tiradas fotomicrografias para ilustrar os resultados. Os dados moleculares foram obtidos das plataformas digitais Genbank e Barcode Of Life Data Systems, além de sequencias geradas em parceria com os laboratórios de Conservação e Utilização de Biorrecursos, da Universidade Agrícola de Yunnan (China) e de Genética Molecular da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB -Jequié, Brasil). A partir de dados morfológicos, foi possível a descrição de uma nova espécie e a sinonimização de Heliothrips longisensibilis Xie, Mound & Zhang, 2019 syn. n. com Heliothrips angustior Priesner,1923 stat. rev. Além disso, é disponibilizada a discussão de variações morfológicas de H. angustior e H. haemorrhoidalis buscando esclarecer a taxonomia e sistemática desse grupo. Por outro lado, as análises moleculares baseadas nos métodos de Neighbor-Joining (NJ), Máxima Verossimilhança (ML) e Inferência Bayesiana (BI), juntamente com algoritmos de delimitação permitiu a delimitação de 13 Unidades Taxonomicas Operacionais Moleculares (MOTUS), incluindo os haplótipos de Heliothrips angustior stat. rev., que apresentam diversidade críptica, e compõem um complexo de espécie em que a morfologia desses indivíduos não foi resolutiva, pois não segue um padrão.

  • MARIANA SOARES LIMA
  • Malacofauna piauiense: checklist estadual e ecologia de uma comunidade em ambiente recifal rochoso
  • Data: 14/02/2024
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  • Neste estudo foram realizadas duas pesquisas envolvendo a malacofauna do Piauí, a primeira pesquisa buscou realizar um levantamento faunístico com coleções ao longo do litoral do Piauí e um levantamento sistêmico de publicações disponíveis online e impressas contendo espécies para o estado, e em seguida, catalogar a fauna de moluscos continentais. e espécies marinhas no estado do Piauí, resultando na listagem de 256 espécies distribuídas em 201 gêneros, 111 famílias e 5 classes. A segunda pesquisa analisou os padrões de distribuição de uma comunidade de moluscos em um campo rochoso tropical na praia do Coqueiro no município de Luis Correia, estado do Piauí, Brasil, analisando como esses animais estão distribuídos de acordo com as zonas e microhabitats, resultando na observação de um padrão que parece ser comum em recifes de arenito na região tropical do país, com o bivalve Brachidontes exustus e o gastrópode Echinolittorina lineolata dominando o curso superior do recife, uma composição distinta entre as zonas e diferenças na diversidade entre os dois microhabitats . Este trabalho serve como base sólida para futuras pesquisas e medidas de conservação da fauna de moluscos no Piauí.

  • EDENILSON DE SOUSA
  • Novos registros de Semionotiformes Woodward, 1890 da Formação Pastos Bons (Jurássico Superior, Bacia do Parnaíba), Piauí, Brasil
  • Orientador : DANIEL COSTA FORTIER
  • Data: 09/02/2024
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  • O Clado Gynglimodi se destaca pela diversidade que apresentava durante a Era Mesozóica, com as primeiras linhagens surgindo no Período Triássico, que se dividiu posteriormente em duas ordens: †Lepisosteiformes e †Semionotiformes. Os ginglimodianos ocuparam diversos ambientes aquáticos ao redor do mundo, com paleoiciofaunas endêmicas se estabelecendo nas bacias interiores e marginais do Nordeste Brasileiro, a exemplo da Bacia do Parnaíba. A Formação Pastos Bons corresponde a seção de idade jurássica dos extratos mesozoicos dessa bacia, cuja unidade fossilífera, denominada Folhelho Muzinho, abriga principalmente peixes fósseis (†Coelacanthiformes (†Mawsoniidae): Parnaibaia maranhaoensis; †Lepisosteiformes incertae sedis, †Semionotiformes (†Macrosemiidae; †Semionotidae: Quasimodichthys piauhyensis e Lophionotus parnaibensis) e Teleostei (†Pleuropholidae: Gondwanapleuropholis longimaxillaris), além do crocodiliano, Batrachomimus pastosbonensis. e invertebrados, como conchostráceos (Macrolimnadiopsis paloi, Cyzicus (Lioestheria) florianensis, Pseudoestheria sp. e Asmussia sp.), e palinomorfos. Dentro do contexto de ampliar o conhecimento da paleoicitiofauna local, o presente trabalho propôs estudar taxonomicamente novos fósseis de peixes semionotiformes provenientes dessa unidade, situada na cidade de Floriano, no Estado do Piauí. A metodologia consistiu na coleta, preparação e descrição de quatro semionotiformes semi-articulados (LGP-2046, LGP-2050, LGP-2051, LGP-2052), atualmente depositados no Acervo Técnico do Laboratório de Geociências e Paleontologia (LGP), no Campus Amílcar Ferreira Sobral da Universidade Federal do Piauí, em Floriano. Os resultados indicaram que o LGP-2046 e LGP-2052 possuem similaridade com as formas juvenis de Q. piauhyensis, apresentando pouca elevação pré-dorsal, escamas de ganoína lisas e não ornamentadas, corpos fusiformes, divergindo de indivíduos adultos, mais robustos; indicativos de série circum-orbital fechada e opérculo mais avantajado que o subopérculo. A identificação de LGP-2050 é incerta devido a má preservação dos ossos da região cefálica, embora o pós-crânio seja avaliado como característico de Q. piauhyensis. O pós-crânio de LGP-2051 está próximo de L. parnaibensis, com nadadeira dorsal a nadadeira pélvica (ausente) e anal, composta por fulcras basais pareadas, seguidas por raios ramificados e segmentados; e nadadeira caudal heterocerca abreviada. A análise dos espécimes endossa a presença de outras formas ontogenéticas além das adultas pertencentes à espécie-tipo da unidade, como a distribuição de outros táxons, diversificando †Semionotiformes.

  • IDAIANY DA SILVA COSTA
  • Arborização Urbana e Etnobotânica: um estudo em um Município Maranhense, Nordeste do Brasil
  • Orientador : JULIO MARCELINO MONTEIRO
  • Data: 08/02/2024
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  • A Arborização Urbana é toda a cobertura vegetal do tipo arbóreo que uma cidade possui, ela favorece o aumento da biodiversidade, melhora o clima e gera recursos para a fauna. Este trabalho objetiva analisar a diversidade e composição de espécies que compõem a arborização urbana e os fatores que determinam a escolha e manutenção das plantas pelos moradores de São Francisco do Maranhão. Após assinarem um Termo de Consentimento, as entrevistas foram realizadas nas residências ou estabelecimentos comerciais que possuíam árvores na frente e os indivíduos arbóreos coletados para identificação botânica. Para avaliar a distinção entre as origens das plantas, realizou-se um teste ANOVA. Na análise dos dados etnobotânicos as espécies foram classificadas dentro de categorias de uso, para testar a hipótese da diversificação aferiu-se as quantidades de usos de espécies nativas e exóticas. Em seguida, foi construído um GLM Poisson e também um teste de χ2 para avaliar se existiam diferenças nas proporções de indivíduos exóticos e nativos dentro de cada categoria. Foram analisadas 317 árvores de 16 famílias e 32 espécies, os indivíduos mais abundantes foram Azadirachta indica (52,05%) e Terminalia catappa (8,51%). Verificou-se que o número de indivíduos exóticos era expressamente maior em relação aos nativos, mas após as análises, constatou-se que não foi significativa a diferença entre elas, p>0,05. Com relação às alturas dos indivíduos, 32,2% encontravam-se entre 2,6 a 3,5 metros e no parâmetro circunferência à altura do peito, 17,67% dos indivíduos encontravam-se entre 91-110 centímetros. Quanto à fitossanidade das árvores, 85,5% destas estavam em boas condições físicas e 52,7% das raízes observadas não causavam nenhum tipo de problema às calçadas. Foram realizadas 201 entrevistas com os moradores da cidade, 79,6% eram do sexo feminino e 20,4% do masculino. As plantas citadas foram incluídas em quatro categorias de uso: Ornamental, Medicinal, Alimentícia e Sombreamento. Embora a quantidade de espécies exóticas utilizadas pela população seja superior à de nativas, as análises demonstram que há uma relação proporcional entre elas nas categorias, conforme GLM Poisson, onde o valor de p<0,05 foi bastante significativo. Com esta análise, buscou-se testar se tinha uma chance de ocorrer menos recurso exótico onde tivesse mais recurso nativo, porém, em todas as categorias de uso foram citados indivíduos de origem exótica e nativa, isto é, há uma tendência positiva entre eles. Com base nestas análises, a hipótese da diversificação (HD) torna-se fragilizada na cidade, não sendo capaz de explicar o papel das espécies exóticas nas categorias de uso avaliadas. Também realizou-se um χ2 das proporções de nativos e exóticos e constatou-se que a diferença entre elas foi significativa, excluindo somente a categoria medicinal. Tem-se discutido mundialmente a homogeneização biótica e embora a nossa amostragem seja pequena à vista dos outros estudos sobre o tema, o que foi possível constatar é a importância das espécies exóticas localmente, principalmente A. indica, pelos seus usos. O ideal é que o município, através da secretaria do meio ambiente, promova trabalhos para incentivar os moradores a optarem por plantas nativas, evidenciando seus benefícios para a biodiversidade

  • RONALDO DE ARAÚJO IBIAPINA
  • Influências do manejo intensivo agrícola na estrutura e padrões espaciais da vegetação arbórea e arbustiva de áreas em regeneração em ecótono de cerrado e caatinga no semiárido brasileiro
  • Data: 07/02/2024
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  • Investigamos os efeitos do manejo intensivo agrícola em comunidades arbóreas e arbustivas em regeneração e área sem manejo e, avaliamos as mudanças na estrutura (composição, riqueza, área basal e diversidade), bem como, os efeitos de interações ecológicas (intraespecíficas e interespecíficas) que atuam na montagem destas comunidades, por meio das análises dos padrões espaciais. Utilizamos dados da identidade das espécies, perímetro à altura do solo (PAS) ≥10 cm e altura, e posição geográfica dos indivíduos de seis comunidades arbóreo-arbustivas (parcelas de 2.500 m²). Estas parcelas foram igualmente distribuídas em áreas em regeneração há 10 e 25 anos e sem manejo. O manejo ocasiona o aumento do adensamento e rebrote e, diminuição da área basal, riqueza e mudança na composição de espécies. Encontramos um padrão aleatório consistente dos indivíduos em todas as comunidades e, que os padrões espaciais e coocorrência das espécies não diferem entre as comunidades. Descobrimos que o mecanismo de competição intraespecífico conduziu a formação do padrão aleatório nessas comunidades. Atribuímos a ausência de correlação do tamanho (diâmetro e altura) dos indivíduos ao desenvolvimento das classes de tamanho durante a regeneração. A diversidade pode ser explicada pela redução da agregação de espécies devido ao aumento da mortalidade de indivíduos coespecíficos. 

  • BRUNA DOS SANTOS TORRES
  • “Biodiversidade de feijão-fava conservado on farm no Piauí”
  • Orientador : RAIMUNDO NONATO OLIVEIRA SILVA
  • Data: 02/02/2024
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  • No Brasil o feijão-fava é cultivado predominante no Nordeste, destacando-se por ser uma fonte de
    renda e proteína vegetal especialmente para as comunidades rurais. A agricultura familiar desempenha papel
    importante na conservação da biodiversidade agrícola de feijão-fava, através de práticas como coleta,
    caracterização e seleção de germoplasma. A conservação desse germoplasma é crucial para garantir acesso às
    variedades tradicionais e conservar a diversidade genética da espécie. O objetivo deste estudo foi avaliar a
    diversidade genética entre variedades tradicionais de feijão-fava baseado na análise de caracteres morfológicos.
    Foram coletadas 67 variedades tradicionais de P. lunatus entre outubro de 2022 e março de 2023 em dez
    municípios do estado do Piaui. Foi realizada a caracterização morfológica de 30 sementes, considerando o
    modelo inteiramente casualizado. Foram caracterizados sete caracteres qualitativos e 12 quantitativos. A
    diversidade genética foi estimada a partir de análise univariada e métodos multivariados. Foi possível verificar
    que diversidade genética entre as variedades de feijão-fava conservadas on farm em municípios do estado do
    Piauí.

  • KARINA SHAMIA FERREIRA DE ANDRADE
  • Emoções negativas dirigidas a animais e associadas à memória: implicações para a conservação da fauna no Nordeste brasileiro
  • Orientador : JOSE RIBAMAR DE SOUSA JUNIOR
  • Data: 31/01/2024
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  • O aprofundamento de estudos sobre os aspectos cognitivos, como memória e percepção auxiliam na compreensão da mente e comportamento humano sobre a natureza. Investigar como o medo, nojo, experiência prévia negativa influenciam na recordação e na predisposição à conservação da fauna, na cidade de Floriano, PI, Brasil. Imagens de 20 animais foram apresentadas aos participantes como um estimulo visual. Foi realizado um teste de recordação livre e aplicado um questionário contendo perguntas relacionadas ao conhecimento do entrevistado e sua percepção sobre cada animal foi aplicado. As informações coletadas foram analisadas através de teste de regressão logística multinível. 162 participantes foram entrevistados. Os resultados indicaram que a variável nojo (Z= 2,334; p= 0,0196) influenciou na recordação dos animais e em contrapartida, as variáveis medo (Z= 1,525; p= 0,1272) e experiência prévia negativa (Z= -0,849; p= 0,3961) não influenciaram. Para a predisposição à conservação, os resultados obtidos demonstram que as Z= -3,830; p = 0,000128), nojo (Z= -6,206; p = 5,43e-10) e a experiência prévia negativa (Z= -4.545; p = 5.50e-06) influenciam negativamente a predisposição dos participantes para a conservação de animais que despertam emoções negativas nas pessoas. Emoções fóbicas podem desencadear nos indivíduos aversão a determinados grupos de animais e o que as pessoas sentem e acreditam sobre o meio ambiente determinam suas atitudes em relação a ele. Desta forma, os achados deste estudo demonstram existir uma relação inversamente proporcional, na qual quanto mais capacidade de despertar emoções fóbicas, menos predisposição à conservação é dirigida aos animais. Comportamentos biofóbicos têm implicações negativas para a conservação da biodiversidade, pois podem levar a uma motivação reduzida para proteger os animais selvagens e seus habitats. Os resultados obtidos corroboram com demais estudos na área e fortalecem o papel que as emoções negativas desempenham sobre a percepção humana e sua relação com a fauna. Nossos resultados reforçam a importância da promoção de experiências positivas entre pessoas e demais animais, para o desenvolvimento de valores biofílicos em nossa sociedade, contribuindo assim para o fortalecimento das conexões entre seres humanos e natureza.

  • CLARISSA LESSA NASCIMENTO
  • Conhecimento local e impacto da coleta na estrutura populacional de Terminalia glabrescens Mart. no nordeste do Brasil
  • Orientador : JOSE RIBAMAR DE SOUSA JUNIOR
  • Data: 31/01/2024
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  • A Terminalia glabrescens Mart. é uma árvore nativa amplamente explorada na região Sudeste do Piauí, principalmente devido às suas propriedades medicinais e madeireiras. No entanto, existem poucos estudos que detalhem as práticas de uso e impactos na estrutura da populacional da espécie. Dessa forma, este trabalho teve por objetivo explicar como as formas de uso, partes exploradas e padrões de seleção de T. glabrescens Mart.  podem impactar a estrutura populacional da espécie em uma área de exploração localizada na comunidade rural Ausente, Barão de Grajaú, MA. Pretendendo responder às seguintes perguntas: 1) Para quais finalidades os moradores da comunidade rural usam a T. glabrescens? 2) Os usos indicados variam de acordo com gênero dos informantes? 3) Quais são os padrões de seleção da planta? 4) A estrutura populacional é afetada em função dos padrões de seleção de T. glabrescens? Foram realizadas entrevistas semiestruturadas, com perguntas relacionado ao perfil sócioeconômico, formas de uso, partes da planta, padrão de seleção. A análise da estrutura populacional da T. glabrescens foi realizada com base em dados da altura e diâmetro coletados nas áreas no entorno da comunidade. Foram demarcadas tres parcelas semipermanentes de 50x50m e todos os indivíduos de T. glabrescens foram identificados nas parcelas, com placas de alumínio e mensurados os seguintes dados: Diâmetro a Altura do Peito (DAP) a 1,30 m do solo e ≥10 e altura visualmente. Foram entrevistadas 86 pessoas na comunidade rural Ausente, foram mencionadas 27 formas de uso distribuídas em seis categorias, das quais foram mais destacadas a categoria medicinal, seguida de tecnológico, construção, combustível, alimentação e forragem. Existe diferença significativa no total de citações de uso entre homens e mulheres, com base nos resultados do demonstrando que os homens fizeram mais citações de formas de uso em comparação com as mulheres. Quanto aos padrões de coleta e seleção de T. glabrescens os participantes informaram uma preferência por troncos de árvores mais altas e com diâmetros maiores, sendo as árvores mais antigas consideradas ideais e versáteis para diversos tipos de usos dentro da comunidade. Foram identificados um total de 34 indivíduos de T. glabrescens nas áreas analisadas na e observou-se muitos indivíduos em estágio intermediário paralelamente constatou-se um número reduzido de indivíduos em estágios na mesma área, o que pode estar correlacionado com uma possível preferência desses indivíduos adultos para a coleta de madeira. esses resultados demonstraram que a população não se adequa a função exponencial negativa, caracterizando uma distribuição que não possui a configuração em formato de "J invertido”. A T. glabrescens é uma árvore amplamente utilizada pelos moradores da comunidade Ausente, atendendo a diversas necessidades como medicinal, construção e combustível. Foi demonstrado que na comunidade de estudo existe um padrão de preferência para coleta de árvores com maiores diâmetros e alturas, representando uma prática que ameaça a população de T. glabrescens.  Esses resultados são preocupantes devido à notável versatilidade da espécie, o que intensifica a pressão exercida sobre a coleta.

  • PAULO HENRIQUE DA SILVA
  • A influência de plantas exóticas e nativas em sistemas médicos locais: um olhar sobre as doenças de causas físicas e espirituais em uma comunidade rural piauiense
  • Orientador : MARIA CAROLINA DE ABREU
  • Data: 26/01/2024
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  • O uso de plantas medicinais é uma prática constante em diversas populações locais, incluindo comunidades rurais, onde os conhecimentos e as estratégias de cura desenvolvidas para tratar doenças tanto de causas físicas quanto espirituais contribuem à formação dos sistemas médicos locais (SML). Esses SML incorporam plantas de diferentes origens, e uma forma de entender a sua dinâmica evolutiva e adaptação é pela investigação de como essas plantas ingressam e influenciam nesses sistemas. Proposições como a hipótese da versatilidade (HV), hipótese da diversificação (HD) e o modelo de redundância utilitária (MRU) foram sugeridos para tentar explicar os aspectos relacionados à seleção de plantas exóticas e questões funcionais em SML. Assim, analisando-se a influência da origem das plantas sobre alvos terapêuticos físicos e espirituais, este estudo objetivou avaliar a versatilidade terapêutica das espécies exóticas e nativas, investigar se as plantas exóticas atuam principalmente preenchendo lacunas não atendidas por plantas nativas, além de identificar que recursos são priorizados nos alvos redundantes na comunidade rural Morrinhos, Monsenhor Hipólito-PI, nos dois grupos de doenças analisados. Os dados foram coletados em duas etapas: a primeira envolveu listas livres, entrevistas semiestruturadas com os moradores locais (n = 134) e turnê-guiada para coleta dos espécimes citados, os quais foram identificados e depositados no acervo do TEPB. Na segunda fase, as entrevistas avaliaram a priorização entre as plantas nativas e exóticas nos alvos físicos e espirituais redundantes citados anteriormente, considerando-se a primeira opção do ordenamento. Em cada grupo terapêutico, a HD foi avaliada por meio de dois modelos lineares generalizados (GLM Poisson e Binomial), a versatilidade terapêutica baseou-se na quantidade de indicações medicinais e foi comparada pelo teste de Mann-Whitney entre os recursos nativos e exóticos, e a priorização em cada grupo foi verificada pelo χ² entre as proporções de plantas nativas e exóticas mais utilizadas. Foram citadas 132 espécies de plantas, 71 exóticas e 61 nativas, com indicações para doenças de causas físicas e espirituais. Os resultados mostraram que a HD não explica a entrada das plantas exóticas em ambos os grupos, pois não ocorrem preenchendo lacunas terapêuticas significativamente, com uma expressiva redundância com recursos nativos. A versatilidade é semelhante entre plantas nativas e exóticas nos dois alvos (p > 0,05), e quanto à priorização, observou-se cenários diferentes: as plantas exóticas são priorizadas nos alvos de causas físicas, enquanto que as nativas são priorizadas nos alvos de causas espirituais. Portanto, o sistema terapêutico em Morrinhos apresenta semelhanças e diferenças, dependendo da análise entre os alvos, fazendo-se indispensável ampliar esse debate e investigar o uso popular de plantas em diferentes contextos ambientais e socioculturais para melhor compreender a influência da origem das plantas em alvos terapêuticos de causas físicas e espirituais em SML.

2023
Descrição
  • IARA SIQUEIRA SANTOS SILVA
  • Sistemática e taxonomia de Schizomida (Arachnida: Pedipalpi): avaliando o papel da genitália masculina
  • Orientador : LEONARDO SOUSA CARVALHO
  • Data: 26/09/2023
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  • A ordem Schizomida é composta por animais pequenos e que podem ser encontrados principalmente em locais que contenha umidade. A ordem compreende cerca de 300-400 espécies descritas no mundo. As genitálias das fêmeas são ilustradas e descritas nos trabalhos taxonômicos de descrição de novos gêneros e/ou espécies e análises filogenéticas, apresentando um certo grau de variação entre as espécies, enquanto a genitália dos machos é negligenciada, apresentando deficiências quanto a sua descrição. No presente trabalho, apresentamos a descrição morfológica da genitália de 19 espécies de machos de esquizômidos de representantes de seis gêneros brasileiros, a saber: Apozomus Harvey, 1992, Cangazomus sp.1, C. xikrin Pinto-da-Rocha et al. 2016, Naderiore carajas Pinto-da-Rocha et al. 2016, Naderiore sp.1, Pacal Reddell & Cokendolpher, 1995, Rowlandius linsduarteae Santos, Dias, Brescovit e Santos, 2008, R. pedrosoi Giupponi et al. 2016, R. potiguar Santos, Ferreira & Buzzato, 2013, Rowlandius sp.1, Rowlandius sp.3, Rowlandius sp.4, Surazomus paitit Bonaldo & Pinto-da-Rocha, 2007, S. rafaeli Salvatierra, 2018, Surazomus sp.1, Surazomus sp.2, Surazomus sp.3, Surazomus sp.4, Surazomus sp.5. Além de investigar o efeito da utilização desta estrutura no diagnóstico de gêneros e espécies e caracteres com potencial filogenético. Os espécimes analisados são provenientes de coletas e empréstimos de Museus e Coleções Zoológicas. Foram dissecados 67 machos de esquizômidos em placas de Petri, contendo álcool 70%, com auxílio de alfinetes e pinças entomológicas, sob um microscópio estereoscópio. A dissecação consistiu na remoção de toda a porção ventral do abdômen. Após a remoção e limpeza, 37 abdomens contendo as genitálias, foram montados em lâminas permanentes seguindo o protocolo de Monteiro (1994) e Mound e Marullo (1996). Após isso, as genitálias foram descritas seguindo a nomenclatura das estruturas presentes nos trabalhos pertinentes: Modder (1960), Giupponi and Kury (2013), e Ruiz & Valente (2023). Após a descrição, realizou-se uma análise filogenética por parcimônia e Máxima Verossimilhança para 28 espécies, com base em 105 caracteres morfológicos no programa TNT 1.5 e IQTREE, respectivamente. As genitálias apresentam variação morfológica entre si, principalmente entre diferentes gêneros analisados, enquanto entre espécies a variação é sutil. As genitálias de machos co-específicos homeomórfico e heteromórfico não apresentou variação morfológica entre si. Os gêneros Surazomus, Rowlandius, Cangazomus e Naderiore foram constantemente monofiléticos independente do critério de otimalidade (parcimônia e Máxima Verossimilhança), com alto valor de suporte. Rowlandius é recuperado mais intimamente relacionado ao clado com Cangazomus e Naderiore, do que com Surazomus. Alguns relacionamentos internos mais profundos foram instáveis, talvez pelo alto número de dados sem codificação e ausência de machos disponíveis em Coleções Biológicas para dissecação e análise da genitália destes indivíduos.

  • MARIA NAYANE BATISTA DE SOUSA
  • “Caracterização de plantas úteis cultivadas em quintais produtivos na comunidade Fornos, Picos-PI, Brasil"
  • Orientador : JULIO MARCELINO MONTEIRO
  • Data: 26/07/2023
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  • Os quintais produtivos são espaços ao redor das residências com diferentes espécies vegetais, associados a informações sobre tecnologia, manejo adequado, promoção de educação alimentar e nutricional, garantindo a qualidade dos produtos, a distribuição, mecanismos de acesso aos alimentos e, principalmente, o desenvolvimento local baseado na agricultura familiar. Tornando-se uma grande ferramenta junto à segurança alimentar e conservação de espécies. Dessa forma, determinou-se como objetivo principal: Descrever e analisar os conhecimentos e práticas de agricultores com o auxílio da técnica de lista livre, com o intuito de identificar as espécies salientes, a categorização e o manejo (controle de pragas) em plantas cultivadas nos quintais produtivos, na comunidade Fornos, zona rural do município de Picos-PI. A metodologia configurou-se por meio de visitas a comunidade para a realização de entrevistas semiestruturadas, turnê guiada e aplicação de listas livres, os participantes foram convidados a listarem as plantas úteis que usam e/ou conhecem. Foi considerada a frequência de citação e a posição média dos itens nas listas obtidas. O material botânico foi coletado segundo os métodos usuais para os estudos da taxonomia vegetal. Estudos realizados em quintais auxiliam na valorização do conhecimento tradicional sobre a função ecológica e de conservação da diversidade, garantem a variabilidade genética de muitas espécies. Contribuem para a subsistência, e fornecimento de vários produtos e serviços ao mercado interno para melhoria da renda familiar.

  • RAQUEL FONTELES DOS SANTOS
  • Áreas de forrageamento de tartarugas marinhas na costa semiárida do Brasil
  • Data: 06/07/2023
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  • As tartarugas marinhas são animais de extrema importância para a manutenção da vida nos oceanos. Por serem migratórias, auxiliam na transferência de energia e nutrientes entre os ambientes que percorrem. Além disso, escolhem lugares específicos para sua reprodução e alimentação, retornando aos mesmos ao longo de seu ciclo de vida. Muitos estudos foram realizados visando um melhor entendimento acerca da reprodução desse grupo, deixando em carência trabalhos voltados para suas áreas de alimentação. Trabalhos como estes podem auxiliar no conhecimento de ocorrência e distribuição dessas áreas, contribuindo com planos de conservação dessas espécies. Uma abordagem que cada vez mais vem se mostrando eficiente é a utilização modelos estatísticos. Diante disso, o presente trabalho tem por objetivo mapear e modelar áreas de alimentação de três espécies de tartarugas marinhas ocorrentes na costa semiárida do Brasil (a tartaruga-cabeçuda Caretta caretta, a tartaruga-de-pente Eretmochelys imbricata, e a tartaruga-verde ou aruanã Chelonia mydas), apontando possíveis fatores ambientais e biológicos que determinam a escolha das áreas por cada espécie individualmente. Para isso foram utilizados dados de telemetria (imagem por satélite) colhidos na literatura, dados das condições oceanográficas extraídos da base de dados do BioOracle e dados dos tipos de substratos presente na costa semiárida. Após a compilação desses dados, eles foram integrados em um sistema de informações geográfica (SIG) através do software QGIS e através do programa R foram feitas análises estatísticas (análises discriminantes e modelos de distribuição de espécies) para explicar a ocorrência de cada uma das espécies de tartarugas marinhas com base nas condições ambientais das áreas de forrageio. Os resultados sugerem que existe uma separação espacial bem-marcada entre as espécies estudadas. As tartarugas-verdes se alimentaram mais próximo da costa, em áreas de águas com maiores concentrações de nutrientes; as tartarugas-cabeçudas forragearam em áreas mais profundas, em águas transparentes e menos produtivas; e as tartarugas-de-pente ocuparam uma posição intermediária. Portanto, os resultados do presente estudo fornecem dados da distribuição das áreas de alimentação de tartarugas na costa semiárida brasileira, que por sua vez podem auxiliar na criação de planos e delimitação de áreas importantes para a conservação das espécies de tartarugas marinhas.

  • VANESSA CARDOSO PEREIRA
  • Seleção de microhábitat pela aranha Ypypuera crucifera Vellard, 1924 (Araneae, Hersiliidae)
  • Orientador : LEONARDO SOUSA CARVALHO
  • Data: 17/05/2023
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  • A seleção de habitat pode trazer vantagens biológicas para os organismos, como forrageamento, reprodução e proteção contra predadores. As características físicas do ambiente, como vegetação, água, solo e aspectos físico-químicos, são componentes abióticos utilizados na seleção de habitat. Diversas aranhas, como as da família Hersiliidae, realizam seleção de microhabitat, e este estudo investigou a seleção de microhabitat da espécie Ypypuera crucifera Verllard, 1924. Para o estudo, foram delimitadas nove parcelas e as aranhas foram coletadas por busca ativa em todos os troncos das árvores de cada parcela, até uma altura de 2,5 metros. Foram observadas variáveis como diâmetro, forma, textura e cobertura de líquen nos troncos, e a altura das aranhas em relação ao solo. Os dados foram analisados através de modelos lineares generalizados GLMs. Com distribuição quasibinomial e binomial negativa. Foram amostradas 413 arvore e 284 aranhas. Foi possível notar que que a textura da casca, forma do tronco e são fatores importantes para explicar a ocupação dos troncos pela espécie de aranha estudada. A circunferência do tronco das árvores também influenciou na presença e abundância da espécie, com preferência por troncos com mais de 21cm de circunferência. O estudo sugere que áreas côncavas nos troncos podem formar tocas para predadores, tornando-os menos adequados para o estabelecimento da espécie da aranha estudada. A camuflagem das aranhas é um fator importante na seleção de habitat, e mais estudos como esse podem contribuir para o conhecimento sobre a biodiversidade em habitats de troncos de árvores e a importância da conservação desses habitats.

  • ORLEANE CRISTINE MARQUES OZORIO PEIXOTO
  • Conhecimento, uso e estratégias de manejo acerca da regeneração de casca do caule de duas espécies arbóreas úteis do semiárido
  • Orientador : JULIO MARCELINO MONTEIRO
  • Data: 03/05/2023
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  • A exploração de plantas são práticas comuns para o ser humano, se usada de maneira insustentável pode gerar morte de espécies importantes e assim uma perda na biodiversidade. O objetivo desse estudo foi avaliar a taxa de regeneração de casca do caule das espécies de Terminalia glabrescens Mart. e da espécie de Copaifera langsdorffii (Desf.), bem como relacionar esses dados de rebrota de casca com a precipitação média, diâmetro acima do peito e altura dos indivíduos do estudo e ainda, com as informações de uso, identificação de estímulos, conhecimento e estratégias de manejo realizadas na Comunidade Casulo. Na Fazenda do Colégio Técnico de Floriano escolheu-se 10 indivíduos, e estes foram marcados utilizando critérios de tamanhos do diâmetro na altura do peito, altura e sem sinal de predação. Neles realizaram-se extrações de casca correspondentes a 20 cm² e 30 cm², esses foram visitados mensalmente e recolheram-se seus pontos de regeneração com a utilização de papel milimétrico, para coleta etnobotânica foi realizada uma entrevista semiestruturada para conhecer as estratégias de manejo por parte da Comunidade para com as espécies estudadas. Após dezoito meses de observação da regeneração dos indivíduos marcados no campo a maioria não havia regenerado sua área extraída, tendo apenas 1 indivíduo de C. langsdorffii e 4 indivíduos de T. glabrescens apresentando rebrota total de sua área extraída. Um teste de Kruskal-Wallis determinou que as diferenças na regeneração da casca do caule são significativas em relação ao tratamento de 20 cm² de extração (T. glabrescens – p: 0,0163; C. langsdorffii – p: 0,0090) e ainda demonstrou uma diferença significativa interespecífica no qual a regeneração na T. glabrescens é mais rápida do que na C. langsdorffii (p: 0,0163). E não houve relação significativa entre a regeneração e a precipitação, altura dos indivíduos e o DAP. Na correlação de Spearman nenhuma significância entre foi encontrada. No levantamento etnobotânico trinta entrevistas foram realizadas, sendo treze informantes do sexo masculino e dezessete do gênero feminino, encontrando-se que os moradores da Comunidade não fazem uso da C. langsdorffii e em contra partida utilizam com frequência a espécie T. glabrescens extraindo dos caules desses indivíduos áreas superiores aos achados no estudo na área ecológica e estes levam mais de dezoito meses para rebrotar. Em busca da influência dos dados socioculturais e o uso das espécies do estudo a partir de um Modelo Linear Generalizado, encontrou-se que os fatores socioculturais não apresentam relação ou interferem na utilização medicinal da casca de T. glabrescens ou C. langsdorffii para testar a relação entre os dados socioculturais e o reconhecimento dos estímulos visuais da casca ou foto das espécies o teste de Fisher foi aplicado e não houve relação significativa entre as variáveis. E assim, constatou-se que o tamanho extraído dos caules das árvores influencia na taxa de regeneração, sendo necessárias extrações menores para as espécies do estudo recuperarem-se mais rápido, a ausência de significância com a precipitação demonstra que outros fatores abióticos interferem na taxa de regeneração de T. glabrescens e C. langsdorffii podendo ser luminosidade e/ou nutrientes disponíveis no solo. Embora a altura dos indivíduos e seu DAP não tenham apresentado serem importantes para regeneração, sugere-se que as cascas sejam extraídas de plantas maiores e mais grossas para que possam suportar o ferimento em seu tronco. Com os dados etnobotânicos observa-se que os usos das plantas não estão relacionados aos fatores socioculturais e sim associados a disponibilidade do recurso, pois a espécie mais utilizada (T. glabrescens) é a espécie mais encontrada próximo da comunidade. O maior reconhecimento de estímulo visual ocorreu com a T. glabrescens que fortalece a hipótese da aparência ecológica. Estudos posteriores e com maior amostragem serão importantes para clarificar as questões vinculadas a esta pesquisa.

  • GUILHERME SANTANA LUSTOSA
  • Determinantes da diversidade de comunidades de aranhas de sub-bosque de zonas ripárias do nordeste do Brasil
  • Orientador : LEONARDO SOUSA CARVALHO
  • Data: 13/03/2023
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  • A estrutura do habitat é geralmente condicionada pela vegetação, pois suas estruturas físicas moldam o ambiente; por sua vez, a vegetação tem sido considerada um dos principais fatores na estruturação das comunidades de aranhas, por isso investigamos a influência da estrutura do habitat (cobertura do dossel e complexidade do sub-bosque) na fauna de aranhas do sub-bosque em zona ripária. Medimos a cobertura do dossel e a complexidade da vegetação do sub-bosque em 30 zonas ripárias de riachos de primeira à quarta ordem, distribuídos em duas bacias hidrográficas do bioma Cerrado. Coletamos3.263 aranhas de sub-bosque adultas com um guarda-chuva entomológico. A cobertura do dossel foi o fator mais importante na estruturação das assembleias de aranhas, o aumento da cobertura do dossel representou um aumento na abundância e riqueza de espécies de aranhas do sub-bosque na zona ripária, a complexidade do sub-bosque foi significativa para explicar a riqueza de espécies, mas não significativa para a abundância. A estrutura da vegetação teve uma baixa explicação para a variação da composição de espécies de aranhas do sub-bosque nas zonas ripárias. Identificamos pontos de inflexão para os limites definidos em 58% e 77% da cobertura do dossel, indicando limiares ecológicos a partir da variação do gradiente de cobertura do dossel, e identificamos 16táxons como indicadores de mudança na cobertura do dossel. As aranhas do sub-bos que podem ser usadas como um bioindicador das zonas ripárias em termos de comunidade e a nível de espécie. Nossos resultados podem subsidiar estratégias para a conservação dos ecossistemas ripários.

  • DAIANE DE FÁTIMA DA SILVA MORORÓ
  • Biodiversidade e aspectos ecológicos de Ascidiacea (Tunicata) do litoral do Piauí, Brasil
  • Data: 13/03/2023
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  • As ascídias são invertebrados marinhos muito importantes nos ambientes costeiros do litoral do Brasil. Apesar dos esforços dos pesquisadores, ainda há lacunas no conhecimento da biodiversidade de ascídias do litoral brasileiro, como é o caso do Estado do Piauí, um dos componentes da Costa Semiárida do Brasil (CSB), juntamente aos Estados do Rio Grande do Norte, Ceará e Maranhão. Dentre os ambientes que compõe a costa brasileira está o campo de matacões, que até o momento, era desconhecido para essa região. A falta de informações a respeito dos campos de matacões, e a influência que essa morfologia exerce sobre a comunidade de ambientes rochosos costeiros, evidencia a importância da caracterização desses ambientes para a zona litorânea do Brasil. Assim, o presente trabalho tem por objetivo principal conhecer a fauna de ascídias do Piauí e investigar os principais fatores que influenciam o desenvolvimento das comunidades de animais marinhos nos campos de matacões do Piauí, buscando ser um primeiro estudo que busca caracterizar esse tipo de ambiente na CSB.  Para o levantamento da biodiversidade, foram realizadas coletas em sete das oito praias do litoral piauiense. São descritas vinte espécies de ascídias, das quais nove representam novas ocorrências para a costa do Piauí. A fauna incrustante presente no campo de matacões estudado foi investigada por meio de fotoquadrados. O campo de matacões estudado abriga uma fauna incrustante composta, em sua maioria, de ascídias e esponjas. A composição rochosa é relativamente homogênea, principalmente nas áreas mais baixas do campo rochoso estudado. A composição de ascídias e esponjas foi influenciada positivamente pelo tamanho dos matacões, onde as maiores coberturas médias foram encontradas em rochas maiores, que também suportaram uma maior riqueza de espécies. O lado exposto do campo de matacões abrigou uma maior riqueza e abundância de espécies de ascídias, enquanto o lado abrigado sustentou mais esponjas. A força da competição na estruturação dessas comunidades é relativamente homogênea, e não parece ter sido fator preponderante para as variações de biodiversidade e composição observadas, no entanto, são necessárias investigações futuras de médio e longo prazo a fim de esclarecer melhor o papel das interações competitivas na dinâmica da comunidade.

  • ALEXANDRE MARTINS COSTA LOPES
  • Sobre a história natural de Cyclopes didactylus (Linnaeus 1758): biologia e ecologia de uma população de Ilha Grande de Santa Isabel, Delta do Parnaíba, Piauí, Brasil.
  • Orientador : JULIO FERNANDO VILELA
  • Data: 10/03/2023
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  • Estudos de biologia e ecologia de espécies são de suma importância para contribuição nas
    estratégias conservacionistas, até mesmo das que são classificadas como Pouco Preocupantes,
    como o Cyclopes didactylus. Este estudo analisa e descreve características biológicas e
    ecológicas do tamanduaí-comum, na Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba, após a
    recente descrição das seis novas espécies para o gênero. Dentro da área de estudo de 44 hectares,
    foram realizados 23 registros de 16 indivíduos. A abundância estimada para a população foi de
    26 indivíduos (95% = CI 16.6-72.9) e a densidade estimada de 60.5 indivíduos/km² (IC 38.6-
    169.6 ind/km²). A razão sexual da população foi de um macho para duas fêmeas. Entre as
    fêmeas capturadas, 45% das 11 fêmeas estavam prenhes, entre os meses de fevereiro e abril,
    mostrando que a espécie não tem uma estação reprodutiva definida. A fêmea com filhote,
    monitorada durante os meses de setembro a novembro de 2017, apresentou uma área de vida de
    2.87ha (IC 95% = 0.59-6.93) e padrão de deslocamento diário médio de 38.067m/dia (32.189-
    44.179m/dia). O cuidado parental de Cyclopes didactylus neste estudo contradiz algumas
    citações na literatura. Registrou-se o cuidado somente da fêmea com seu filhote, sem a presença
    de qualquer outro indivíduo. O cuidado intenso e longo, mas com períodos de separação para
    que a mãe consiga forragear e se alimentar sem maior gasto de energia, permite que o filhote se
    desenvolva seguindo os comportamentos da mãe, como os cuidados de limpeza, forrageamento,
    alimentação, proteção e seleção de locais de descanso seguros. O período de cuidado parental
    dessa fêmea de Cyclopes didactylus teve duração de 80 dias. Desta forma, este é o primeiro
    estudo para Cyclopes didactylus com informações sobre densidade populacional, razão sexual,
    tamanho da área de vida de uma fêmea com filhote, determinação de período reprodutivo e
    descrição de cuidado parental da espécie em ambiente litorâneo.

  • JHONATHAN GUIMARÃES SOUSA COSTA
  • Novos espinhos de nadadeiras de Chondrichthyes fósseis da Bacia do Parnaíba, Formação Pedra de Fogo (Permiano) no estado do Tocantins
  • Orientador : DANIEL COSTA FORTIER
  • Data: 09/03/2023
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  • A Bacia do Parnaíba possui registros fossilíferos únicos de tubarões que viveram a aproximadamente 280 milhões de anos no período Permiano. Nela se encontra a Formação Pedra de Fogo da Era Paleozoica e ela está localizada em parte dos estados do Pará, Tocantins, Piauí, Maranhão, Ceará e Bahia. Devido ao seu esqueleto de natureza cartilaginosa, os tubarões possuem um difícil processo de fossilização, sendo comumente encontrados apenas os dentes e espinhos de nadadeiras. O presente trabalho tem como principal objetivo descrever novos espinhos de tubarão fóssil da Bacia do Parnaíba, coletados no estado do Tocantins e armazenados no Museu de Arqueologia e Paleontologia da Universidade Federal do Piauí. Após limpeza dos fósseis utilizando equipamento especializado, foram identificados sete espinhos de tubarão fóssil pertencendo ao táxon dos Ctenacanthiformes. Uma classificação mais especifica a nível de gênero e espécie ainda não foi alcançada por problemáticas na definição de tais táxons, e através de análises paleohistológicas espera-se contribuir com trabalhos futuros e definições acerca dos fósseis de espinhos encontrados na Bacia do Parnaíba.

  • MARIA JOSÉ ALVES DE PASSOS BARBOSA
  • FAUNA DE FLEBOTOMÍNEOS (DIPTERA:PSYCHODIDAE) EM AMBIENTE CAVERNÍCOLA DO LESTE MARANHENSE, MARANHÃO, BRASIL
  • Orientador : MARIA REGIANE ARAUJO SOARES
  • Data: 09/03/2023
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  • Ambientes cavernícolas são habitats aparentemente inóspitos, mas podem abrigar uma variada
    fauna de invertebrados, incluído os flebotomíneos (Diptera: Psychodidae), dípteros
    essencialmente silvestres, que apresentam espécies envolvidas na transmissão das
    leishmanioses. Os habitats preferidos dos flebotomíneos são ambientes que apresentam
    recursos alimentares abundantes, locais de descanso e de reprodução. Dentre as 1000 espécies
    de flebotomíneos descritas em todo o globo, 98 ocorrem no Estado do Maranhão e destas, 18
    estão envolvidas na transmissão das leishmanioses. Este estudo objetivou conhecer a fauna
    flebotomínica na caverna Toca do Inferno, Maranhão, Brasil. As coletas foram realizadas na
    caverna Toca do Inferno, comunidade Faveirinha localizada no município de Barão de Grajaú,
    Maranhão. Foram realizadas três campanhas de coletas, entre setembro de 2021 a maio de 2022.
    Doze armadilhas luminosas modelo HP (Hoover Pugedo) foram instaladas, em quatro pontos
    da caverna, com periodicidade de 24h/coleta. Coletou-se um total de 1833 flebotomíneos,
    distribuídos em seis espécies: Edentomyia piauiensis (Galati, Andrade Filho, Silva e Falcão,
    2003), Evandromyia lenti (Mangabeira, 1938), Deanemyia samueli (Deane, 1955), Lutzomyia
    dispar (Martins e Silva, 1963), Lutzomyia longipalpis (Lutz e Neiva, 1912) e Micropygomyia
    villelai (Mangabeira 1942) e alguns exemplares identificados a nível de gênero: Psychodopygus
    sp. e Edentomyia sp. As fêmeas representaram um total de 483 fêmeas e 1400 machos, a razão
    sexual macho/fêmea foi de 2,89:1. A espécie mais abundante foi E. piauienses, representando
    94,42% da fauna e sendo registrada pela primeira vez para o estado do Maranhão, cuja lista de
    espécies de flebotomíneos passa a ser composta por 99 espécies. Este estudo também registrou
    duas espécies envolvidas na transmissão das leishmanioses: E. lenti e L. longipalpis, embora as
    análises moleculares não tenham revelado fêmeas naturalmente infectadas por Leishmania. O
    levantamento entomológico é necessário para conhecer a fauna flebotomínica que compõem
    cada ecótopo, sendo assim, nossos achados podem estar relacionados a estação do ano ou ponto
    de armadilhagens. Neste sentido, ambientes cavernícolas ainda apresentam lacunas no
    conhecimento da fauna e convém ressaltar que destacam-se pela oferta de recursos alimentares,
    reunindo condições ideais para o estabelecimento da fauna flebotomínica. Concluímos que a
    caverna Toca do Inferno tem um potencial de abrigar uma variada fauna flebotomínica e devido
    a presença de espécies envolvidas na transmissão das leishmanioses, deve-se manter sob
    vigilância entomológica.

  • CARLOS ANDERSON SOARES BEZERRA PEREIRA
  • “Estudo taxonômico dos isópodes terrestres (Crustacea: Isopoda: Oniscidea) em áreas de caatinga e cerrado piauiense”
  • Data: 02/03/2023
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  • Os “tatuzinhos-de-jardim”, pertencentes à subordem Oniscidea, única linhagem a conquistar completamente o ambiente terrestre, isso se deu através de diversas modificações fisiológicas e comportamentais para lhes dar a resistência ao meio terrestre. Os oniscídeos desempenham um relevante papel ecológico através de seu hábito alimentar, detritívoro, ao alimentarem-se da matéria orgânica depositada no solo, irão excretar pelotas fecais que facilmente são decompostas, assim nutrindo o solo. Diversas espécies são conhecidas mundialmente e um pouco mais de 200 espécies estão presentes no Brasil, o que ainda irá aumentar com o tempo, tendo em vista que muitas das regiões brasileiras ainda não são exploradas na pesquisa com oniscídeos. O conhecimento da fauna de Oniscidea no Piauí ainda está escassa, atualmente cinco espécies são registradas distribuídas em cinco famílias. Assim, objetivou-se realizar um levantamento das espécies de isópodes terrestres ocorrentes em áreas de Cerrado e Caatinga no Estado do Piauí. Para tanto, coletas na natureza, em Unidades de Conservação no Piauí foram realizadas entre os anos de 2021 e 2022, por meio da busca ativa, com o auxílio de pincéis e pinças, com a procura dos “tatuzinhos” no folhiço, madeira caída, tijolos em espaços úmidos, devido a escolha dos bichos por locais abrigado da luz e úmidos, os espécimes foram acondicionados em tubos plásticos (tipo Eppendorf) com álcool 70%. Após a coleta, no laboratório, era realizada a etapa de triagem, separando os espécimes entre machos e fêmeas, e também a identificação dos lotes com informações da coleta (data, local, coletor, número do lote e total de indivíduos por sexo). A análise taxonômica ocorreu primeiro com a identificação dos caracteres morfológicos de cada espécime por lote por meio do estereomicroscópio (lupa) e microscópio óptico, seguindo para a filtragem dos indivíduos por famílias, uma chave de identificação e as literaturas especializadas foram utilizadas. Com isso, seguiu-se para a identificação do menor nível taxonômico possível. Através da análise taxonômica, foi possível o reconhecimento de dois novos gêneros e três novas espécies de Oniscidea, sendo eles: Gênero 1 gen. n. com as espécies: Espécie 1 n. sp. (espécie-tipo) e Espécie 2 n. sp., e Gênero 2 gen. n., com a Espécie 3 n. sp. (espécie-tipo), aumentando exponencialmente o conhecimento sobre a diversidade de isópodes terrestres no Piauí, bem como o conhecimento taxonômico do grupo na região Neotropical.

  • ORIANNA DOS SANTOS
  • Ocorrência, distribuição e dispersão da esquistossomose mansônica: cenários de ocorrência do gênero Biomphalaria no Piauí
  • Orientador : MARIA REGIANE ARAUJO SOARES
  • Data: 27/02/2023
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  • A esquistossomose mansônica é uma parasitose causada pelo helminto Schistosoma mansoni, representando um grave problema de saúde pública. O Brasil possui aproximadamente 2,5 milhões de portadores e o estado do Piauí é uma área focal para a doença. A epidemiologia, a dinâmica e a expansão da doença, bem como, a biologia dos hospedeiros intermediários no estado, ainda não são completamente compreendidas e, em razão disso, desenhou-se este estudo. A partir da investigação dos aspectos epidemiológicos da esquistossomose mansônica no estado do Piauí, discutimos o impacto da Barragem de Boa Esperança para a dispersão da doença no estado, coletamos moluscos considerados hospedeiros intermediários para a descrição da fauna e análise parasitológica e, posteriormente, avaliamos o impacto de indicadores socioambientais sobre sua distribuição espacial. Para isso, a pesquisa foi dividida em quatro etapas: pesquisa bibliográfica, pesquisa epidemiológica, pesquisa malacológica e parasitológica e análise espacial de Biomphalaria spp. e dos indicadores socioambientais para a ocorrência de esquistossomose mansônica. Para a primeira etapa, foram reunidos documentos e registros da literatura sobre a malacofauna do Piauí, compreendendo o período de 1945 – 2021. Para a pesquisa epidemiológica foram utilizados dados do Programa de Controle da Esquistossomose (PCE) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), quanto à transmissão de esquistossomose no Piauí no período de 1995 – 2017. Em seguida, conduziu-se uma pesquisa malacológica e parasitológica a partir de espécimes coletados na Barragem de Boa Esperança em Guadalupe-PI, principal represamento hídrico do estado. Por fim, para a análise espacial, foram investigados os fatores socioambientais associados a casos confirmados da esquistossomose, por meio do Índice de Moran local. Os dados revelam que a data de construção da Barragem reuniu trabalhadores oriundos de áreas endêmicas de esquistossomose indicando que este aspecto deve ser levado em consideração em estudos sobre a origem de casos autóctones no Piauí. Registra-se que os estudos conduzidos no Estado que tratam da temática ainda são incipientes, sendo o fortalecimento dos grupos de pesquisa sobre o tema, um aspecto importante para o entendimento da transmissão da esquistossomose no Piauí. O perfil dos portadores de esquistossomose no Piauí para o período estudado, são homens, pardos, com idade entre 20 e 29 anos. Quanto à pesquisa malacológica, estão representados os gêneros Pomacea, Melanoides e Biomphalaria, este último gênero reúne espécies como B. kuhniana e B. straminea aqui coletadas, não estavam parasitados por S. mansoni. Em relação à análise espacial, foram identificados agrupamentos de alto risco para os indicadores socioambientais relacionados à esquistossomose envolvendo municípios das mesorregiões Centro-Norte e Sudeste piauiense. A análise de correlação mostrou ainda, que os casos confirmados de esquistossomose apresentaram associação significativa com todos os indicadores socioambientais. Conclui-se, que apesar do Piauí não constituir área endêmica para a esquistossomose, este estudo indica a necessidade da manutenção das ações de vigilância epidemiológica e controle da doença, uma vez que ainda ocorre no estado e reúne condições socioambientais para a sua dispersão em virtude da ocorrência de hospedeiros intermediários de S. mansoni no Rio Parnaíba, rio que compreende a principal bacia hidrográfica do Piauí.

  • FRANCISCO DANILO CARVALHO COSTA
  • “Riqueza, distribuição e estado de conservação dos marsupiais (Didelphimorphia: Didelphidae) no estado do Piauí.”
  • Orientador : JULIO FERNANDO VILELA
  • Data: 14/02/2023
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  • Atualmente, os marsupiais representam no Brasil a quarta maior ordem em riqueza com 67 espécies, ficando atrás somente das ordens Rodentia, Primates e Chiroptera. Para a região Nordeste são listadas 20 espécies deste grupo, o que representa cerca de 30% das espécies de marsupiais registradas para o país. O Piauí é um estado da região Nordeste que representa uma importante área para estudos de biologia, ecologia e biogeografia, levando em consideração a diversidade de paisagens e a tendência à alta diversidade biológica pela presença de dois biomas (Cerrado e Caatinga) e uma extensa área de transição que também conta com a presença da Matas dos Cocais. Levando em consideração a necessidade de informações mais sólidas a respeito da fauna de mamíferos para o estado do Piauí, este trabalho tem como objetivo realizar um levantamento das espécies da ordem Didelphimorphia no estado com base na literatura e material-testemunho depositado em coleções. Em seguida, foi verificada a ocorrência das espécies nos diferentes municípios e Unidades de Conservação para a elaboração de mapas de distribuição no estado. O levantamento de dados foi feito com base em registros bibliográficos que incluíram artigos científicos, livros e capítulos de livros, teses, monografias e dissertações, além da busca de registros nas bases de dados online Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr) e Global Biodiversity Information Facility (GBIF) e em coleções científicas nacionais e estaduais. Foram registradas 12 espécies distribuídas em 10 gêneros no estado: Caluromys philander, Cryptonanus agricolai, Didelphis albiventris, Didelphis marsupialis, Gracilinanus agilis, Marmosa murina, Marmosa (Micoureus) demerarae, Marmosops sp., Metachirus nudicaudatus, Monodelphis domestica, Philander opossum e Thylamys karimii. As espécies registradas no Piauí apresentam estado de conservação LC (10 espécies), DD (1 espécie) e VU (1 espécie). Didelphis albiventris, Gracilinanus agilis e Monodelphis domestica foram registrados em 17 localidades, enquanto Metachirus nudicaudatus, Philander opossum e Didelphis marsupialis foram restritas a uma localidade. Este resultado representa uma riqueza de pelo menos 18% das espécies conhecidas para o Brasil e 60% da riqueza dos marsupiais do Nordeste, mostrando que o Piauí possui uma fauna relativamente rica em número de espécies. Entretanto, é importante ressaltar que existem muitas lacunas e carência de trabalhos no estado, uma vez que há registros para apenas 28 municípios.

  • LAIANE JANCIELLY DE SOUZA SILVA
  • “Taxonomia de Baetidae Leach, 1815 (Insecta, Ephemeroptera) da Bacia do Rio Parnaíba, Nordeste do Brasil”
  • Data: 07/02/2023
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  • A Ordem Ephemeroptera é um grupo oligodiverso de insetos hemimetábolos e anfibióticos, com pouco menos de 3700 espécies, 460 gêneros e 40 famílias descritas em todo o mundo. Os indivíduos da ordem realizam inúmeras funções ecológicas nos ecossistemas de água doce e podem ser utilizados como biondicadores de integridade ambiental. A família Baetidae é uma das mais diversas e abundantes da Ordem, com 1100 espécies e 114 gêneros para o mundo. No Brasil são registradas 137 espécies e 24 gêneros, a maioria para as regiões Norte e Sudeste. Na região Nordeste, foram realizados levantamentos na Bacia Hidrográfica do Parnaíba, a segunda mais importante da região, entre os anos de 2012-2016, com apenas 11 espécies registradas. Devido a irregularidade na amostragem entre as regiões e bacias hidrográficas, este estudo objetivou fornecer informações e atualizações taxonômicas sobre a Família Baetidae em riachos que formam a Bacia do Parnaíba, Nordeste do Brasil. As coletas foram realizadas entre abril de 2015 e setembro de 2022, em doze municípios e 33 localidades na Bacia do Parnaíba. As ninfas foram coletadas por busca ativa com auxílio de redes aquáticas e peneiras, os imagos foram capturados com armadilha luminosa (tipo pennsylvania). As ninfas e imagos capturados foram preservados em álcool (80%). As identificações foram baseadas em chaves taxonômicas, descrições originais e artigos atualizados para cada espécie. Uma lista atualizada das espécies de Baetidae ocorrentes na Bacia do rio Parnaíba, Nordeste do Brasil é apresentada. Para cada espécie são atribuídos dados informativos, como material examinado, diagnose, distribuição geográfica e comentários. Foram identificados 814 espécimes, 20 espécies, duas morfoespécies e onze gêneros: Americabaetis, Apobaetis, Aturbina, Baetodes, Callibaetis, Camelobaetidius, Cloeodes, Cryptonympha, Harpagobaetis, Waltzoyphius e Zelusia. Uma nova espécie é descrita para o gênero Baetodes. Estes resultados fornecem um panorama sobre a diversidade e distribuição das espécies da família Baetidae na região e aumentam de 11 para 26 espécies registradas para a Bacia do Parnaíba.

  • MURILO MADELMAN SILVA PEREIRA
  • “Morfometria geométrica na avaliação da identidade e influência de variáveis ambientais na morfologia alar em Anomalon cotoi Gauld & Bradshaw, 1997 (Hymenoptera, Ichneumonidae)”
  • Data: 27/01/2023
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  • O Brasil é considerado um dos países com maior diversidade do mundo, e possui uma fauna de insetos que chega a quase 89.000 espécies. Dentre os insetos, destaca-se Hymenoptera, que inclui as vespas, formigas e abelhas, grupos diversos e amplamente distribuídos. Os himenópteros parasitoides constituem o maior grupo dentro da ordem, com estimativa global de 250.000 espécies. A taxonomia tem utilizado modelos estatísticos e de morfometria geométrica (MG) para avaliar a morfologia de insetos e elucidar vários entraves taxonômicos, contribuindo para a identificação dos indivíduos. O presente trabalho tem como objetivo utilizar morfometria geométrica das asas de espécimes identificados como Anomalon cotoi Gauld & Bradshaw, 1997 (Hymenoptera: Ichneumonidae) a fim de confirmar sua identidade e avaliar se variações populacionais existentes são influenciadas por variáveis ambientais. Para as análises taxonômicas morfológicas os exemplares foram identificados seguindo descrição original da espécies bem como imagens de material tipo. Para as análises de MG, foram utilizadas imagens das asas anterior e posterior de espécimes brasileiros e peruanos. Análises estatísticas de Componentes Principais (PCA) e Validação Cruzada foram utilizadas para delimitar e identificar os espécimes e Análise de Variáveis Canônicas (CVA), Dois Blocos Mínimos Quadrados Parciais (PLS), ANOVA e teste de Tukey avaliaram as variações morfológicas populacionais existentes. A identidade dos exemplares brasileiros como A. cotoi foi confirmada. As análises de PCA e Validação Cruzada delimitaram as populações de A. cotoi, separando-as do grupo de comparação, Anomalon levipectus (Enderlein, 1921). Segundo os resultados das PCAs, os espécimes de A. cotoi do Brasil e do Peru são morfologicamente semelhantes e a Validação Cruzada classificou os indivíduos em dois grupos, classificando-os corretamente em média 87,66% com base nos morfotipos da asa anterior e 73,42% para asa posterior. As análises de CVAs demonstraram variações de formas das asas e dois padrões de formato foram observados: asas curtas e alargadas, e asas alongadas e estreitas. Os PLSs mostraram correlações significativas da influência de variáveis na morfologia das asas dos espécimes estudados. Os exemplares de altitudes entre 187m e 677m apresentam morfotipos de asas mais alargados e, em altitudes mais elevadas entre 908m e 1542m, asas mais estreitas. Nossas análises não identificaram variações significativa de tamanho das asas entre as populações de A. cotoi. De modo geral, a MG se mostrou útil para delimitar a espécie A. cotoi com base na forma das asas, e confirmou variações intraespecífica e populacional. O padrão de venação das asas de A. cotoi podem ser considerados subsídios morfológicos importantes para delimitar a espécie, bem como espécies do gênero Anomalon Panzer, 1804.

2022
Descrição
  • GLEIDIANY DA COSTA MOREIRA
  • “Distribuição geográfica atual e futura de Braconidae no Brasil: perspectivas naconservação”
  • Data: 02/12/2022
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  • Braconidae é uma família de Hymenoptera, cuja maioria de suas espécies são parasitoides e exercem um dos principais papéis ecológicos nos ecossistemas terrestres, que é a regulação das populações de seus hospedeiros. Conhecer a distribuição geográfica deste grupo é importante para sua conservação. Neste trabalho, coletamos informações sobre a distribuição de Braconidae no Brasil em diversos tipos de bancos de dados e avaliamos como esses registros estão distribuídos espacialmente. Também modelamos a adequabilidade ambiental da espécie Andesipolis brasiliensis Shimbori & Penteado-Dias, 2017, que possui distribuição restrita a ambientes topo de montanhas da Mata Atlântica e avaliamos a influência das mudanças climáticas sobre distribuições futuras. As buscas dos registros de ocorrências foram feitas nos catálogos da Fauna do Brasil e Taxapad, bases online e em artigos publicados, excluindo resumos de congressos, trabalhos de conclusão decurso, dissertações e teses. O conjunto de dados completo compreende 2.280 registros históricos e atuais de vespas parasitoides Braconidae no Brasil, com 28 subfamílias, 229 gêneros e 1015 espécies. Opiinae é a subfamília com maior número de registros, e Doryctinae é aquela que se destaca em termos de riqueza de espécies. O gênero com maior número de registros é Doryctobracon Enderlein, 1920 e Opius Wesmael, 1835 se destaca em número de espécies. Doryctobracon areolatus (Szépligeti, 1911) é a espécie com maior número de registros em todos os biomas. As subfamílias, gêneros e espécies com maior número de registros são aquelas que parasitam espécies de importância econômica. Os resultados para as análises de completude mostraram que, independente da resolução do tamanho de célula, o Brasil não é bem amostrado e os dados de distribuição apresentam-se enviesados. Os sítios bem amostrados são próximos a estradas pavimentadas, rios e centros urbanos, apontando para viés de acessibilidade. Na modelagem de A. brasiliensis, os valores True Skill Statistics (TSS), no geral, obtiveram bons resultados mostrando que os modelos obtidos são eficientes. As projeções mostram uma pequena área como adequada para A. brasiliensis, no entanto, independente do cenário, prevê uma redução drástica dessas áreas adequadas no futuro. Além disso, prevemos deslocamentos de áreas de adequabilidade para elevações mais altas em todos os cenários.

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