As fabaceaes constituem as principais fontes protéicas na alimentação humana, pois apresentam altos valores em energia, minerais e vitaminas. Dentre as leguminosas de maior produção mundial, destaca-se o feijão-mungo (Vigna radiata (L.) Wilczek), da família Fabaceae, conhecido também como Feijão chinês, mungbean e feijão moyashi, de origem asiática, e cultivado em todo o continente, com maior produção na Índia. Embora pouco conhecido e consumido no Brasil, a produção mundial é de 5,3 milhões de toneladas todos os anos.
A Índia, maior mercado consumidor, produz dois milhões de toneladas anuais de feijão mungo. Porém, a quantidade de grãos ainda não é suficiente para abastecer o próprio mercado indiano. O alto valor nutricional, o potencial de consumo e a demanda internacional são estímulos para que o cultivo de feijão-mungo cresça cada vez mais no Brasil. No Brasil, o plantio ainda está em fase inicial. A produção nacional é de cerca de 40 mil toneladas por ano, no entanto a produtividade ainda é baixa, em situações experimentais no estado de Minas Gerais as produtividades oscilaram entre 1.093 e 801 kg ha-1. No entanto, o feijão-mungo pode ser ajustável em diversos sistemas de cultivo, proporcionando aumento de renda aos pequenos agricultores. Devido ao seu ciclo curto, baixo custo de produção e adaptabilidade a uma ampla gama de condições edafoclimáticas, podendo-se cultivá-lo em diferentes regiões brasileiras. Em regiões muito quentes é possível obter grãos com pouco mais de dois meses após o plantio. Já em locais com climas mais amenos, a colheita é realizada após três meses de plantio.
A ocorrência de déficit hídrico em plantas cultivadas afeta o crescimento e o desenvolvimento das culturas em todo o mundo. Desde de muito tempo, o homem tem procurado uma alternativa mais efetiva do aproveitamento da água para superar os efeitos do déficit hídrico às plantas. O déficit hídrico é uma situação comum à produção de muitas culturas, e no feijoeiro, a deficiência hídrica, ocasionam reduções significativas na área foliar, altura das plantas, número de vagens por planta e número de grãos por vagem. Contudo, o requerimento hídrico na cultura do feijão é variável, de acordo com o estádio fenológico de desenvolvimento e genótipos. No entendimento das respostas das plantas ao déficit hídrico é de fundamental importância se quantificar a capacidade de armazenamento de água no solo e analisar a influência dos mecanismos de adaptação das plantas à redução da disponibilidade de água. O conhecimento dos níveis de ideais de água para o feijão-mungo é muito importante, para o desempenho fisiológico e produtivo da planta. Algumas pesquisas no Brasil e no mundo destacam que o requerimento ideal de água para a cultura, durante todo o seu ciclo é de 350 a 500 mm.
Por se tratar de uma planta ainda pouco difundida no Estado do Piauí, conhecimentos científicos acerca do manejo da irrigação, ainda são muito escassos, havendo a necessidade de avaliar a resposta dos diferentes genótipos aos regimes hídricos, oriundas de programas de melhoramento, particularmente, de pesquisas voltadas para a definição de lâminas de irrigação adequadas para esses genótipos na região Meio- Norte.