O objetivo desta pesquisa é analisar as marcas discursivas que emergem da obra Memórias do subsolo, de Dostoiévski, verificando como sujeito de enunciação Homem do Subsolo constrói seu ethos niilista. Para desenvolvimento da análise são exploradas noções como embreagem paratópica, parasita, sujeito, ethos, cronotopo, heterotopia e paratopia no intuito embasar a pesquisa. Os pressupostos teóricos tomam como base as discussões levantadas por Pecoraro(2007) e Volpi(2012) no que se refere ao niilismo; Mainqueneau (1996a, 1996b, 2001, 2014a) no tocante a categorias como paratopia, parasita, nômade e embreagem paratópica, dentre outras, relacionadas ao discurso literário; Bakhtin (2006, 2013 e 2014) no tocante a noções como a de palavra, evasiva e cronotopo; Foucault (2009) e sua noção de heterotopia além de teóricos como Mainqueneau (2014b), Eggs (2014), Adam (2014) e Viala (2014) no tocante à noção de ethos nos estudos do discurso. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica e qualitativa para a qual foram selecionadas 50 (cinquenta) sequências discursivas (SD) analisadas de acordo com as teorias já mencionadas. Como resultado, pode-se apontar que as embreagens paratópicas presentes nas seguências discursivas levantam marcas discursivas com forte tendência niilista para o ethos do Homem do Subsolo. Este sujeito de enunciação movimenta-se no tempo- espaço de modo paratópico o que permite vê-lo manifestando-se em diferentes lugares ao emanar seu discurso e, por meio dele, a ideologia niilista.