Na presente pesquisa busca-se analisar a obra de Maria Firmina dos Reis, em especial o romance Úrsula (1859), o conto “A escrava” (1887) e algumas poesias publicadas no livro Cantos à beira-mar (1871) e em jornais maranhenses, a partir do lugar de enunciação da escritora, como mulher negra. Para empreender o estudo, busca-se compreender a produção literária de Maria Firmina dos Reis a partir da possibilidade de uma atitude política manifestada nos seus textos em relação à mulher e ao negro, situando sua produção no contexto da Literatura Negra e Afro-brasileira em sua manifestação no século XIX. Para fundamentar a pesquisa, utilizam-se, sobretudo, os estudos de Luiz Silva (Cuti) (2010), Eduardo de Assis Duarte (2009; 2014), Conceição Evaristo (2009), Constância Lima Duarte (2016), Regina Dalcastagné (2012), Edward Said (2011), entre outros. Argumenta-se que Maria Firmina dos Reis, a partir da literatura produzida, busca inserir-se no meio letrado, manifestando um ponto de vista comprometido, a fim de promover a reflexão acerca de determinados aspectos da sociedade patriarcal.