A presente pesquisa possui como corpus os contos “Duzu-Querença” e “Ana Davenga”, de Conceição Evaristo. Busca-se, desta forma, examinar por meio de teorias relacionadas a críticas feministas, principalmente, ao feminismo negro, diferentes violências e resistências, que estão presentes no cotidiano de personagens femininas das narrativas “Duzu-Querença” e “Ana Davenga”. A violência e a resistência dos/as sujeitos/as negros/as podem ser observadas como concepções basilares em suas próprias historicidades, pois muitos/as destes/as vivenciaram o período escravista. Pela persistência dessas práticas, há uma necessidade de lutarem em busca de visibilidade e contra as opressões interseccionais, que os/as colocam, muita das vezes, em condições de subalternidade. Duzu e Ana são mulheres negras que habitam as margens da sociedade, não são assistidas de saúde, de educação e de segurança. São personagens que representam parte da população brasileira, aquela que é vítima de violência em suas casas, no trabalho, nas ruas e pelas instituições, que deveriam protegê-las. Mulheres que resistem ao desconstruir estereótipos, romper com o silêncio e reivindicar os seus direitos. Esta pesquisa é de caráter bibliográfico, pois para a análise do corpus serão utilizadas teóricas como: Carneiro (2001; 2003); Nascimento (2006); Bairros (2008); Chauí (1985; 1999), dentre outros/as. No entanto, as violências de gênero presentes nas narrativas estão relacionadas com uma hierarquização existente, em que, gênero, raça e classe, nos quais as protagonistas pertencem, são considerados inferiores.