O presente trabalho propõe uma investigação sobre a identidade em Texaco de Patrick Chamoiseau, a partir das capas de suas primeiras edições na França, uma da coleção Blanche (1992) e a outra da coleção Folio (1994). A análise das duas possíveis capas de Texaco será feita com a finalidade de tomá-las como paratextos da obra e, a partir delas discutir a noção de identidade relacionada ao conceito de migrante nu. O objetivo desse estudo é analisar a construção da identidade Antilhana em Texaco, a partir da noção de migrante nu de Glissant e da releitura do mito bíblico de Cam. O problema de investigação é: como compreender a construção da identidade Antilhana presente no livro Texaco, a partir de duas possíveis capas? As hipóteses que se propõem são: 1) duas possíveis capas de Texaco são um prefácio e uma chave de leitura para compreender a identidade antilhana; 2) O termo Chamoiseau, que invertido torna-se Oiseau Cham, traz uma leitura intertextual entre a Bíblia e Texaco. Para analisar as duas capas utilizou-se a estética da recepção na abordagem de Hans Robert Jauss (1994); confrontando primeira e segunda leitura. Na análise da ilustração da capa foram utilizados os elementos apontados por Wasili Kandisky (1996), ponto, linhas e plano visual. Complementando a análise da ilustração da capa, tomada como imagem, foram observados os elementos propostos por A. Donis Dondis (2003): linha, formas geométricas, cores, o jogo de luz e sombra, plano de frente e plano de fundo, textura, composição, tema da obra, escola artística. Foi utilizado também o roteiro Image Watching de William Otto, para observação de imagens em museus e voltada para orientação escolar da disciplina de artes. Destarte, a leitura da capa 1 de Texaco, de 1992, tem um peso visual que remete ao concurso do qual o livro foi ganhador. Na leitura da capa 2 de Texaco, de 1994, o peso visual remete a ilustração. Toma-se, então, a ilustração da capa de 1994 como um relato similar aos contos pertencentes ao livro. Nesse relato percebe-se uma identidade crioulizada, construída a partir do migrante nu. Portanto, conclui-se que a capa de 1994 é intertextual com o mito bíblico de Cam.