O presente estudo busca mostrar de que forma é construída a autoficção e como é elaborada a memória em K.-relato de uma busca e em Os visitantes, do escritor paulistano Bernardo Kucinski. O objetivo geral da pesquisa é analisar de que maneira a autoficção é representada nas obras citadas. K.-relato de uma busca discorre sobre a procura de um pai pela filha considerada “desaparecida” durante o regime militar estabelecido no Brasil durante os anos de 1964 a 1985. Já em Os visitantes, tem-se um encontro entre alguns dos leitores e personagens de K. e o autor-narrador da obra, fazendo-o refletir sobre a recepção da mesma, em uma espécie de autoanálise sobre episódios que foram narrados, suscitando lembranças surgidas após o livro ter sido publicado. Procurando responder a questionamentos: de que forma o luto e a dor são retratados nas obras? em K.-relato de uma busca e Os visitantes são narrativas autoficcionais? A pesquisa é dividida em três capítulos: no primeiro, é apresentada a recepção de Kucinski como escritor de ficção a partir do lançamento de K.-relato de uma busca, assim como pesquisas já produzidas tendo essa obra como corpus. O segundo capítulo consiste na explanação das teorias que fundamentam a dissertação. No terceiro capítulo é realizada uma análise de K.-relato de uma busca e de Os visitantes tendo como foco a autoficção e memória apresentadas em ambas. A pesquisa é essencialmente bibliográfica e para embasamento teórico utilizamos Alberca (2006), Faedrich (2014), Halbwachs (1990), Pollak (1992), Ricoeur (2003; 2005), Le Goff (1990), Seligmann (1998; 2002; 2008) Dalcastagnè (1996), Freud (2011) e Ginzburg (2012). Ao fim, confirma-se a hipótese de que K.-relato de uma busca e Os visitantes se configuram como leituras autoficcionais.