Este trabalho tem como objeto de estudo a obra El reino de este mundo, de autoria do escritor cubano Alejo Carpentier y Valmont. A obra está assentada nos pilares da história da revolução haitiana, ocorrida em 1943, envolvendo diversos personagens históricos, os são ficcionalizados por Carpentier. Com a análise, objetiva-se verificar como se deu a recepção da referida obra nos séculos XX e XXI, bem como discutir o real maravilhoso, o barroco e a recepção da fortuna crítica, na perspectiva da Estética da Recepção, proposta por Jauss (1979), Iser (1994). No que diz respeito ao real maravilhoso e ao boom latino americano, nos baseamos em Donoso (1971), Rama (1985), Carpentier (1987), Chiampi (2015) e Todorov (2006). No debate sobre Barroco, buscou-se apoio nas contribuições de Calabrese (1999), Chiampi (1994; 1980) e no próprio Carpentier(1973), que teorizou sobre o barroco e o real maravilhoso. Sobre o romance histórico e os fatos históricos que permeiam a discussão sobre a Revolução Haitiana, os fundamentos estão nos estudos de James (2000) e Menton (1993), além da contribuição da fortuna crítica sobre o autor e a obra. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica de cunho analítico qualitativo, sendo a investigação norteada pelas seguintes questões: O que é real maravilhoso e como se apresenta em El reino de este mundo? Como e por que o barroco é utilizado no referido texto? Houve recepção crítica da obra e do autor, Alejo Carpentier, nos séculos XX e XXI? Que fatos narrados na obra El reino de este mundo expressam as formas de defesa dos autóctones diante do colonizador branco? As análise demonstram que El Reino de Este Mundo configura-se como um romance pertencente ao novo romance histórico da América Latina, porque apresenta uma nova forma, que mescla o real maravilhoso, o barroco e a historiografia com as formas modernas de desconstrução dos fatos históricos, ficcionalizando personagens históricos a fim de abordar especificidades da América Latina, conforme Seymour Menton afirma e esclarece neste estudo.