O presente trabalho tem como objetivo analisar os discursos sobre o autismo veiculados pela revista Superinteressante nas últimas duas décadas. Nosso foco foi sobre o dispositivo de encenação da linguagem, as estratégias de persuasão e os modos de organização do discurso. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e interpretativa que teve como corpus inicial quinze matérias publicadas pela revista supracitada no período de 2000 a 2017. Para efeito de análise, selecionamos três delas: “Em que planeta você mora?”, “Autismo – ilhados em seu próprio mundo” e “6 autistas contam como é ter autismo – usando o Reddit”, publicadas nos anos de 2000, 2012 e 2017, respectivamente. Nossa principal base teórica foi a Teoria Semiolinguística, através de Charaudeau (2001, 2014, 2015). Também lançamos mão de Maingueneau (2008, 2015), Emediato (2007) e Machado (2006, 2013), dentre outros. No decorrer da nossa análise, identificamos os sujeitos que compõem o dispositivo de encenação da linguagem midiática da Superinteressante, os modos de organização do discurso enunciativo, descritivo e narrativo, mais as estratégias de legitimidade, de credibilidade e de captação das matérias supracitadas. Concluímos que a revista Superinteressante faz uso das estratégias de legitimidade e de captação para garantir o consumo dos seus produtos (por meio da compra das edições impressas, do acesso ao site e da leitura das suas matérias) em meio a um mercado jornalístico amplo e concorrido.