Esta pesquisa pretende analisar as operações de modalidade deôntica e as estratégias de modalização em enunciados de artigos de opinião de um jornal da cidade de Teresina-PI. Nossa investigação centrou-se em abordar como os valores modais são construídos no texto e a atitude do sujeito enunciador acerca do que é dito no enunciado. No âmbito teórico e metodológico, esta investigação apoiou-se nos pressupostos da Teoria das Operações Predicativas e Enunciativas (TOPE) de Antoine Culioli (1971, 1983, 1990, 1991, 1995), o qual observa a linguagem como atividade de construção e reconstrução da significação e o enunciado como resultado de operações realizadas pelos enunciadores. Este estudo dialoga, também, com as pesquisas desenvolvidas por Campos (1997, 1998, 2004) e Neves (2006, 2012) acerca da categoria da modalidade em uma perspectiva semântico-enunciativa. Para o desenvolvimento da pesquisa, foram selecionados trinta artigos de opinião os quais identificamos, inicialmente, marcas que compreendiam os valores epistêmicos, apreciativos e deônticos. Observamos, então, que a modalidade deôntica predominou em vinte e seis artigos do total selecionado. Destes, optamos por analisar as nuances da operação de modalidade em onze artigos de opinião. Esse trabalho nos conduziu às seguintes indagações: Como se configura a categoria da modalidade deôntica no processo de construção de significação nos enunciados? E de que forma o sujeito se manifesta a partir dos valores construídos nessas operações modais? Desse modo, durante as análises, percebemos que as ocorrências deônticas proporcionaram a alteração, mudança ou realização de um determinado estado de coisas na situação enunciativa e a função de acionar a existência de algo. O sujeito enunciador, através da operação de modalidade, agiu direta e indiretamente manifestando os valores ora para o participante, ora para o evento na situação enunciativa. Por fim, os marcadores modais observados nos artigos de opinião, também nos revelou que a modalidade deôntica é usada como estratégia argumentativa pelo sujeito. Este, embora pouco se comprometa com a verdade das proposições, tenta, constantemente, influir sobre o comportamento do seu coenunciador.