Esta pesquisa busca compreender os efeitos de sentidos produzidos sobre Libras, intérprete de Libras, surdez, deficiência e inclusão produzidos pela mídia a partir do discurso proferido pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro, na posse presidencial de 01/01/2019. O sujeito surdo, ao longo do tempo, tem sido significado por formulações atravessadas por diversos sentidos produzidos por discursos distintos (religioso, clínico-terapêutico e socioantropológico). Na última campanha política para a eleições presidenciais (ano 2018), a Libras e a comunidade surda brasileira ganharam certa ‘visibilidade’ e houve uma ‘aparente’ valorização da língua de sinais, dos intérpretes de Libras e do povo surdo. Com o objetivo exposto, compreendemos que a Análise de Discurso (AD) materialista iniciada por Pêcheux e desenvolvida no Brasil por Orlandi nos dá as ferramentas necessárias para investigarmos e analisarmos essas questões discursivas e seus efeitos de sentidos. Entendendo que o arquivo para a análise de discurso não é dado a priori, mas na construção realizada a partir dos gestos de leitura, de interpretação e compreensão do seu próprio objeto de investigação, nosso arquivo é composto por 15 exemplares textuais produzidos pelos jornais Folha de S. Paulo e O GLOBO, que circulam no meio digital. Buscamos compreender as condições de produção desses discursos midiáticos, refletindo sobre as questões relativas às formações discursivas e posições-sujeitos a partir das quais se enuncia, analisando a memória discursiva e efetuando a descrição e interpretação dos efeitos de sentidos sobre Libras, intérprete de Libras, surdez, deficiência e inclusão produzidos em nosso material.