A nossa sociedade atual vive inúmeras transformações e as identidades também estão em constante modificação e é notável a ênfase dada ao feminino, sendo que as mulheres estão à frente de posições de destaque em diferentes contextos como a família, trabalho, religião e política. Nesse sentido é possível observar uma mudança de paradigmas, seguida por modificações na cultura e sociedade. O intuito deste estudo é atribuir tal olhar em uma obra de ficção cientifica da atualidade. Pretende-se analisar como se consolida a presença da mulher o empoderamento e sua representatividade em As Crônicas de Gelo e Fogo. Assim iremos estudar a presença ativa das mulheres nos livros e pensar a respeito dos elementos que compõem a identidade a partir de três figuras emblemáticas, Amélia, conhecida na cultura popular brasileira pela submissão e vulnerabilidade, Judite que foi uma grande personagem bíblica dotada de coragem e inteligência e Morgana, conhecida na literatura pela fé a uso da magia como fonte de poder. Nesse sentido elencaremos seis personagens de destaque na obra: Daenerys Targaryen, Sansa Stark, Cersei Lannister, Arya Stark, Brienne de Tarth e Melisandre de Asshai, dando foco em suas trajetórias e analisando as relações de gênero, bem como o empoderamento feminino dessas mulheres no decorrer da narrativa. A escolha do objeto se deu por compreendermos a narrativa dos livros como um espelho da sociedade atual: As Crônicas de Gelo e Fogo é uma obra de fantasia fantástica e não apresenta um marco de tempo, mas, é dotada de elementos e características que nos remetem ao período da Idade Média. Em um ambiente marcado pela supremacia masculina e a presença de cavaleiros, armaduras, separação de casas, religiosidade, guerras entre religiões, tudo sob a sombra de um rei. Para embasar nossas reflexões serão utilizados os estudos de Hans Robert Jauss (1994); Wolfang Iser (1996) e COSTA (2020), Alberto Matos García (2009) e Gloria Garcia Rivera (2004), Mircea Eliade (1976), Simone de Beauvior (2009); Pierre Bordieu (1998), Saffioti (1987) entre outros.