A questão identitária e a percepção acerca do futuro profissional dos alunos do primeiro ano do Ensino Médio Técnico de Escola Família Agrícola (EFA), constituem temas instigantes quando se observa uma posição social predeterminada assumida pelos discentes em seus discursos, o que nos leva à hipótese de existência de uma ideologia hegemônica, com estereótipos historicamente veiculados e legitimados. Analisar o discurso desses alunos sobre sua percepção profissional, e sua identidade são objetos desta pesquisa, que a partir dos resultados analisados, pode encontrar desvelamento social que ajuda na manutenção de uma hegemonia educacional e consequentemente sócio-econômica, mantida através de ideologias e muitas vezes injusta para as pessoas do campo. A ideologia, vista sob a perspectiva da Análise de Discurso Crítica, na vertente dialética-relacional fundada por Norman Fairclough (2016), é um meio de disseminar as desigualdades sociais em detrimento do favorecimento de um grupo específico, o qual exerce domínio sobre as outras classes sociais. Operacionalizando a ideologia, como produção simbólica - instrumento de favorecimento do interesse das classes dominantes - que tenta propagar determinados discursos como verdades universais, a ponto de influenciar na formação de atores sociais capazes de transformarem o meio cultural no qual vivem. Embasado teoricamente na Análise de Discurso Crítica, a pesquisa será fundamentada em dados coletados por meio da pesquisa de campo, com observações, entrevistas e produções textuais, através do contato promovido por grupos de WhatsApp. Visto que as aulas nas EFAs estão ocorrendo de maneira remota. Com o objetivo de analisar como o aluno constrói sua identidade e suas percepções futuras, este trabalho pode auxiliar em novas pesquisas no intuito de encontrar meios que auxiliem o processo de ensino - aprendizagem e fomentem a autonomia da pessoa do campo, juntamente com a Pedagogia da Alternância - proposta pedagógica predominante nas Escolas Famílias Agrícolas.