O presente estudo propõe uma investigação da representação da memória, subjetividade e autoficção nas obras: Divórcio e O céu dos suicidas de Ricardo Lísias, publicada originalmente em 2012 pela editora Alfaguara esta e aquela. Nessa perspectiva empreende-se a hipótese de que pessoas que compartilham amizade ou sentimentos com pessoas próximas, como amigos e parentes e não conseguem evitar que se suicidem ou que sejam presas ou torturadas, desenvolvem um profundo sentimento de culpa e caem na depressão, isso partindo da perspectiva da autoficção. Assim o problema desta pesquisa é: Porque o luto, a dor e o trauma enfrentados pelos personagens principais dos romances: Divórcio e o Céu dos Suicidas desenvolvem profundas marcas de melancolia que só são superadas através da exorcisação de sua dor como é o caso dos personagens principais das referidas obras literárias de autoria de Ricardo Lísias?Nesse sentido, situamos a obra no âmbito dos estudos do gênero autobiográfico conforme os critérios apresentados por Philippe Lejeune (2008) e os estudos sobre o Pacto autobiográfico e auto ficcional( pacto ambíguo- da autoria de Manuel Alberca) levando em consideração os pressupostos teóricos de Manuel Alberca(2007), Philippe Willemart (2009) que enfoca os processos de criação e Ângela Gomes (2004) que trata da escrita de si e da auto ficção além da escrita da História, que sinaliza para uma relação de violência e poder entre outros que auxiliarão no processo de investigação. No debate sobre auto ficção nos apoiaremos nas contribuições de Doubrovsky (1977) Alberca (2007), Arfuch (2010) Costa (2020) e sobre a questão da memória, componente indispensável para os estudos da escrita de si, lançaremos mão dos estudos desenvolvidos por: Izquierdo(2013), Sarlo(2004), Halbwachs(1990) só para citar alguns que nos darão o suporte necessário para desenvolver o debate sobre memória, aspecto indispensável para quem estuda o gênero da escrita de si.