Cada vez mais frequentes, as migrações no mundo atualizam as estatísticas e também nossa consciência sobre o quão ultrapassado é acreditar que a maioria dos países são monolíngues. Mesmo com esses cenários multilíngues mundiais, os contextos de ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras são marcados tradicionalmente por abordagens que estudam as línguas separadamente. Na contramão dessa individualização, estão o plurilinguismo e as abordagens plurais, entre elas, a Intercompreensão. Segundo Escudé e Janin (2010), o termo Intercompreensão foi usado pela primeira vez pelo linguista Jules Ronjat para denominar a capacidade dos locutores de compreender dialetos de diferentes línguas da mesma família. Ao adotá-la em suas práticas pedagógicas, o professor valoriza o repertório linguístico e o conhecimento de mundo do aprendiz, bem como as línguas envolvidas no processo ensino/aprendizagem. Sob a luz dos pressupostos teóricos de Olmo e Escudé (2019), Melo-Pfeifer (2011), entre outros, o presente trabalho tem como objetivo apresentar uma pesquisa de mestrado, desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Piauí, e que tem objetivo principal investigar de que maneira a Intercompreensão, considerada como prática comunicativa já utilizada de maneira intuitiva, pode ser usada para auxiliar no desenvolvimento e prática da competência leitora em língua francesa de estudantes do curso de Letras Português Francês, suscitando mudanças de paradigmas de aprendizagem e consequentemente de prática pedagógica.