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Banca de DEFESA: GLÁUCIA CASTRO AGUIAR PIO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: GLÁUCIA CASTRO AGUIAR PIO
DATA: 30/03/2024
HORA: 08:30
LOCAL: DEFESA DE TESE
TÍTULO: PERCURSO HISTORIOGRÁFICO ACERCA DO USO DE ABONAÇÕES LITERÁRIAS NAS GRAMÁTICAS DE ROCHA LIMA E DE EVANILDO BECHARA
PALAVRAS-CHAVES: Historiografia Linguística. Gramática. Abonação literária. GNLP. MGP. Rocha Lima. Evanildo Bechara.
PÁGINAS: 330
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Lingüística
RESUMO:

Esta tese examina o corpus de língua literária da Gramática normativa da língua portuguesa (doravante, GNLP (1964[1957]), de Carlos Henrique da Rocha Lima; e da Moderna gramática portuguesa (doravante, MGP (1967[1961]), de Evanildo Cavalcante Bechara, em seus primeiros momentos editoriais. Trata-se, pois, dos principais instrumentos normativos da primeira metade do século 20. Do ponto de vista teórico-metodológico, a pesquisa está situada na Historiografia da Linguística sob as seguintes categorias de análise: continuidade e descontinuidade, Koerner (1989); influência, Koerner (2014c[1987]; Batista (2012, 2020). Subsidia este trabalho também conceitos, como do estatuto epistemológico do exemplo (Auroux, 1998; Chevillard et al., 2007) e abonação (Welker, 2004). Na interação das relações dialógicas, verificadas nos enunciados do gramático, via inserção do excerto literário, consideramos o enunciado abonado (Brait, 2005; Batista, 2017). Para melhor compreendermos os aspectos formativos que envolvem as obras gramaticais em tela, utilizamo-nos das camadas do conhecimento linguístico, em especial, a camada documental, Swiggers (2004, 2019, 2020a, 2020b). O trabalho teve por objetivo principal investigar o tratamento dado às abonações literárias constantes nas GNLP e MGP. Para tanto, inicialmente, (i) caracterizamos os autores abonados, 145 no total, a partir da: identificação, espaço geográfico, estágio de língua, obras citadas, movimento literário a que se vinculou, frequência de citação, com o objetivo de verificar a representatividade deles nas obras gramaticais; (ii) examinamos o clima de opinião em que os gramáticos estão inseridos, para verificarmos as razões que determinaram as escolhas por este ou aquele escritor abonado, bem como o panorama intelectual e científico dos primeiros decênios do século 20, com o fito de compreendermos questões normativas, resultantes, possivelmente, de influências recebidas. Logo, ligado ao objetivo anterior, (iii) houve a necessidade de rastrearmos a produção biobibliográfica dos gramáticos selecionados para este estudo; por fim, (iv) analisamos os dados linguísticos de que se serve o gramático para confirmação do raciocínio desenvolvido, ou da regra exposta, ou seja, as abonações literárias, junto à inserção do texto abonado. Nossas análises mais descritivas, que abarcaram 1.458 excertos, apontam para a preferência de um estágio de língua escrita restrito ao século 19, período marcado pela presença dos ‘clássicos’, modelos de correção da língua portuguesa a serem imitados. Com exceção de Júlia Lopes de Almeida, todos os demais autores são do sexo masculino. Para a análise crítico-analítica, foram selecionadas as 202 abonações (142, na GNLP; e 60, na MGP) constantes em campo sintático de concordância verbal. Nesse domínio, foi possível verificar, com regularidade, nas duas gramáticas, a norma consagrada e originada de um grupo seleto de autores do século 19, e, sobejamente, Alexandre Herculano, romancista português, a ditar regras nos compêndios analisados, em razão do seu caráter modelar na escrita, confirmando nossa hipótese inicial de que os materiais normativos analisados são uma extensão do que o século 19 viveu em termos de língua. Oscilações terminológicas e conceituais, poucas explicações sobre os dados descritos, baixa frequência de uso, regularidade de ocorrências de hapax legomenon, predileção por este ou aquele autor, são alguns dos obstáculos encontrados no projeto normativo empreendido pelos filólogo-gramáticos deste estudo. Os resultados atestam continuidade, nos termos de Koerner (1989), em relação às primeiras gramáticas produzidas nomundo de língua grega, um comprometimento com um projeto político de preservação da língua, especialmente a variante portuguesa. Por fim, esses achados demonstram uma valorização de um padrão gramatical idealizado, posto que os dois gramáticos, em tempos de estudos sincrônicos, elegem uma variedade dialetal com condições culturais e políticas ideais, para normatizar usos, e é em volta desse modelo que floresce uma norma conservadora, elitista e tradicional.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - EDNARDO MONTEIRO GONZAGA DO MONTI - UFPI
Interno - 1063909 - JUSCELINO FRANCISCO DO NASCIMENTO
Interno - 1790769 - MARAISA LOPES
Presidente - 2499575 - MARCELO ALESSANDRO LIMEIRA DOS ANJOS
Externo à Instituição - Ronaldo de Oliveira Batista - UPM
Notícia cadastrada em: 15/03/2024 15:50
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