DAS LETRAS À IMAGEM: O CORTIÇO E AS RELAÇÕES INTERSEMIÓTICAS NA TRANSPOSIÇÃO DA MULHER MULATA DO TEXTO LITERÁRIO AO FÍLMICO
Literatura. Cinema. Mulher. Intersemiose.
Esta dissertação realiza um estudo intersemiótico entre linguagens midiáticas: faz uma análise comparativa entre o romance O cortiço (1890), de Aluísio Azevedo, e sua adaptação para o cinema, de 1978, o filme homônimo do cineasta Francisco Ramalho Jr, analisando o processo de transposição da personagem literária Rita Baiana para a versão cinematográfica. O texto traz os aspectos das duas narrativas, levanta questões sobre a relação entre literatura e cinema, aborda aspectos de como O cortiço foi adaptado, inserindo-o ao painel estético do gênero pornochanchada, predominante do Brasil da década de 1970. Aborda questões sobre os estereótipos impostos à mulher nas representações artísticas, os quais aparecem tanto na literatura quanto no cinema, sem perder o foco principal que é a análise intersemiótica da personagem Rita, bem como ao destaque na função do cinema na difusão massiva da imagem feminina como objeto de contemplação. Para tanto, são utilizados aportes teóricos de Bosi (1982), Candido (1993), Queiroz Júnior (1982), Debord (2003), Mulvey (1975), Simões (1999), Xavier (2001), dentre outros. A conclusão do presente estudo identifica que o cinema determina o que olhar e como se deve olhar. Nesse caso, o foco é objeto, ou seja, a mulher. Rita, dentro da narrativa fílmica em análise, é o objeto a ser olhado, contemplado.