A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma doença zoonótica com manifestações polimórficas na pele e mucosas, causada por protozoários do gênero Leishmania e transmitida pela picada de flebotomíneos. O tratamento da LTA é baseado em farmacoterapia, utilizando medicamentos como a anfotericina B (AmB), que apresenta limitações devido aos seus efeitos adversos. Novas formulações tópicas de AmB, como os bigéis, têm sido estudadas como uma alternativa para o tratamento da LTA, visando ação local e custo acessível. Este estudo teve como objetivo desenvolver e caracterizar um bigel à base de anfotericina B para uso tópico, avaliando sua atividade in vivo contra a LTA. As características físico-químicas das formulações foram avaliadas, como análise organoléptica, pH, estabilidade, capacidade de retenção de óleo, intumescimento, espalhabilidade e textura. A liberação in vitro e a permeação cutânea do bigel foram estudadas usando células de difusão de Franz em pele de camundongo. Além disso, o potencial de irritação ocular foi avaliado através do ensaio HET-CAM. A atividade antileishmanial in vivo foi avaliada em camundongos BALB/c infectados com L. amazonensis, monitorando a evolução das lesões e a redução da carga parasitária em 74,1% após o tratamento. Os resultados demonstraram que o bigel apresentou características favoráveis para uso tópico, com boa estabilidade, espalhabilidade e liberação controlada de AmB. O estudo in vivo indicou atividade antileishmanial promissora, sugerindo o potencial do bigel como uma alternativa terapêutica para a LTA.