A hesperitina, flavonoide amplamente encontrado em frutas cítricas, tem sido investigada por suas propriedades antioxidantes e potenciais efeitos protetores frente a danos induzidos por agentes quimioterápicos. Este estudo avaliou o efeito citotóxico, antioxidante e genotóxico da hesperitina, isolada e em associação com os quimioterápicos doxorrubicina e cisplatina, em culturas de células tumorais(melanoma murino B16F10 e glioblastoma humano U87). Foram realizados ensaios de citotoxicidade (MTT), migração celular (scratch assay) formação de colônias e interação com quimioterápicos. Os resultados indicaram que a hesperitina apresentou baixa citotoxicidade isolada, com valores de IC₅₀ de 352,8 µM para B16F10 e 312,7 µM para U87. Em B16F10, a associação da hesperitina com doxorrubicina ou cisplatina não apresentou efeito significativo sobre a toxicidade dos quimioterápicos, não favorecendo a redução de suas doses. Entretanto, em U87, observou-se efeito sinérgico da hesperitina com ambos os quimioterápicos, sugerindo potencial para uso adjuvante nesta linhagem. No ensaio de migração, a hesperitina reduziu significativamente a capacidade migratória de B16F10 em concentrações acima de 50 µM, independentemente de seu baixo efeito citotóxico nesta linhagem. A avaliação por microscopia de fluorescência e ensaios clonogênicos indicará se esse efeito está relacionado a indução de apoptose ou inibição de proliferação, e análises de expressão gênica complementarão a compreensão dos mecanismos.