A Educação Infantil do Campo é a primeira modalidade da Educação Básica, realizada no território camponês. Para a efetivação do trabalho docente nas escolas localizadas no Campo, muitas vezes faz-se necessário desafiar as próprias condições de trabalho para o exercício da docência, diante da negligência histórica de cidadania à essas populações. A partir do problema de pesquisa: Como as condições de trabalho docente em escolas do/no Campo afetam a prática educativa das professoras da educação infantil em Altos (PI)? Com o objetivo geral do estudo pretende-se, compreender como as condições de trabalho afetam a prática educativa produzida pelas professoras da educação infantil do/no Campo em Altos/PI e objetivos específicos, analisar as concepções de trabalho docente em discussão, relacionadas à educação infantil; identificar as condições de trabalho docente vivenciadas pelas professoras da educação infantil; caracterizar elementos da prática educativa das professoras da educação infantil decorrentes das condições de trabalho docente nas escolas do/no Campo. A partir de então, estruturou-se a Tese: As condições de trabalho docente em escolas da educação infantil do/no Campo, em virtude das limitações estruturais, materiais, pedagógicas e formativas, forjam uma prática educativa descontextualizada e precária das professoras, o que compromete o processo de ensino e aprendizagem com as crianças. A metodologia do estudo com orientação de pesquisa narrativa segundo Clandinin e Connelly (2011), apresenta compreensão conceitual inspiradas nos constructos de Brito (2020), Guedes-Pinto, Silva e Gomes (2008) e Passegi (2021). Como pesquisa empírica, contou com 3 interlocutoras que trabalham na Educação Infantil do/no Campo, em 3 escolas, para a produção dos dados a partir dos dispositivos Ateliês Biográficos de Projeto de Si, a partir da proposta de Delory-Momberguer (2021) e observação participante com diário de campo, com orientação de Flick (2008, 2009) e Lüdke e André (1986). O embasamento teórico do estudo organizou-se a partir das categorias Trabalho docente, Nóvoa (2002) e Tardif e Lessard (2005); Condições de trabalho docente do/no Campo, Behrens (2007), Caldart (2023) e Reimberg e Silva (2022); Educação Infantil do Campo, Silva e Pasuch (2010) e prática educativa Charlot (2014) e Franco (2012, 2020), dentre outros, inclusive documentações legais referentes a Educação Infantil, Educação Infantil do Campo e Educação do Campo. A análise foi orientada a partir da Análise do Discurso Crítica na perspectiva de Fairclouhg (2008, 2012). Os resultados preliminares apontam que há condições de trabalho adversas nas escolas que oferecem a modalidade da Educação Infantil do/no Campo, o que implica em tensionamentos e sobrecarga de trabalho às professoras dificultando uma prática educativa que atenda as necessidades das crianças, bem como contextualizada com a realidade do Campo. Diante do estudo, percebe-se a carência de investimento financeiro e de compromisso político na formação das profissionais e na elaboração dos projetos educativos para o Campo.