Esta pesquisa tem como objetivo analisar como o cordel se apresentou na imprensa, na universidade e na escola, no Piauí, de 1970 a 1994. Quanto à periodização, inicia-se na década de 1970, quando os jornais piauienses e de outras regiões do Nordeste, cordelistas e violeiros anunciavam a possível “morte” do cordel, ao mesmo tempo em que folcloristas, estudiosos da cultura popular e universitários recorriam ao cordel como objeto de estudo ou fonte de pesquisa; estendendo-se até 1994, com a primeira fase do Projeto Cordel nas Escolas e a publicação da revista De Repente. Como o cordel se apresentou na imprensa, na universidade e na escola, no Piauí, de 1970 a 1994? Os objetivos específicos foram: a) descrever o processo de circulação do cordel entre o folclore e a cultura popular; b) apresentar as discussões sobre cordel no meio universitário e intelectual literário piauiense; c) e discutir o lugar ocupado pelo cordel nas escolas piauienses, a partir dos enunciados da imprensa e de relatos de memória. O aporte teórico da pesquisa está baseado em Abreu (1997), Albuquerque Junior (2011-2013), Bourdieu (2010), Certeau (1998), Galvão (2006), Gomes e Hansen (2016), Halbwachs (1990), Luca (2008), Le Goff (2003) , Chartier (1990), Melo (2019), Ribeiro (1995-1997) e Moura (2015), entre outros. A concepção de história adotada é a da Nova História Cultural, no domínio das representações. Além das fontes orais, jornais e revistas que circulavam, no Piauí, no período em estudo, foram consultados. A partir da análise dos dados, defende-se a tese que, neste período, o cordel foi mobilizado em diferentes espaços sociais (formais e não formais) com distintos fins educativos, como formação da identidade cultural piauiense, na formação de leitores e na revitalização dessa manifestação da literatura popular.