O trabalho discute sobre o desenvolvimento do currículo da Casa Familiar Rural Vivendo a Esperança, no municípios de São José do Sóter - MA, buscando compreender como os tencionamentos entre os diferentes projetos em disputa no campo refletem nas práticas curriculares. A pesquisa tem como problema: como os tencionamentos entre os diferentes projetos em disputa no campo (agronegócio e agricultura camponesa) refletem nas práticas curriculares da Casa Familiar Rural Vivendo a Esperança. Neste sentido, temos como objetivo geral: compreender como os tencionamentos entre os diferentes projetos em disputa no campo (agronegócio e agricultura camponesa) refletem nas práticas curriculares da Casa Familiar Rural Vivendo a Esperança. Os objetivos específicos são: a) Identificar os projetos político-econômicos em disputa no território camponês e suas influências sobre a educação do campo no Brasil; b) Reconhecer a pedagogia da alternância praticada na Casa Familiar Rural como práxis de diferentes alternativas de currículo na disputa entre projetos educativos no campo; c) Evidenciar as contribuições do currículo da CFRVE para a formação integral dos educandos e o desenvolvimento do meio, frente as tenssões entre a agricultura camponesa e o agronegócio; d) Apontar o diálogo entre Pedagogia da Alternância e as teorias críticas do currículo como uma alternativa ao desenvolvimento do projeto educativo da Casa Familiar Rural Vivendo a Esperança no fortalecimento da agricultura camponesa. A pesquisa fundamenta-se na abordagem qualitativa, no entanto, utilizamos as contribuições teórico-metodológica da pesquisa-ação crítica no processo de construção dos dados, desenvolvida através dos “Círculos Formativos”, inspirados nos “Circulos de Cultura” de Paulo Freite. Além disso, trabalhamos com a análise do Projeto Político Pedagógico (PPP) e o Plano de Formação/Plano de Curso. Na análise das informações utilizou-se a análise de conteúdo, selecionando os documentos, categorizando, produzindo as inferências, na composição do relatório final. As Casas Familiares Rurais (CFRs) tem consolidado práticas educativas que buscam a formação integral dos jovens camponeses e o desenvolvimento do meio, através de um currículo contextualizado no território brasileiro, com a utilização de principios políticos e pedagógicos que convergem para uma formação que integram Tempo/Escola e Tempo/Comunida; Escola, família e comunidade, com vistas ao desenvolvimento da autonomia dos educandos e o desenvolvimento do meios sócioprofissional. O projeto educativo da CFRs busca promover uma formação ampla, integral, crítica e humana, entendendo o campo como lugar de vida, de sujetios produtores de saberes e de alternativas econômicas, portanto, a escola constitui-se como lugar de acesso aos conhecimentos historicamente acumulados, bem como, pelos conhecimentos e saberes priduzidos pela organização da classe trabalhadora camponesa. Nesse sentido, a Pedagogia Alternância se insere na luta histórica da classe trabalhadora, favorecendo a construção de uma sociedade mais justa e humana, de um campo que está em movimento, de uma escola mais democrática e de um currículo que valorise suas identidades e culturas.