A Educação do Campo surge a partir das reivindicações dos movimentos camponeses por um modelo educacional que atendesse as necessidades das famílias que vivem no campo e pudesse desencadear uma reflexão crítica sobre a realidade camponesa, visando a transformação social. Neste contexto, o vídeo popular surge como um instrumento formativo que pode potencializar os processos educativos desenvolvidos no âmbito da Educação do Campo, já que este modelo educacional permite ao educador adequar os instrumentos formativos aos educandos e ao contexto a ser abordado. Desse modo, o processo de investigação foi desenvolvido a partir do seguinte problema da pesquisa: Em que medida o vídeo popular contribui na construção de práticas educativas voltadas à formação crítica dos jovens no contexto da Pedagogia da Alternância? A partir deste problemática, a pesquisa tem como objetivo: investigar as possíveis contribuições políticas e pedagógicas do vídeo popular na construção de práticas educativas voltadas à formação crítica dos jovens no contexto da Pedagogia da Alternância. O estudo foi desenvolvido com base na pesquisa qualitativa, com base na realização das rodas de conversa, na observação e análise documental. Os sujeitos são os alunos do 2º e 3º ano da Escola Família Agrícola do Soinho, que participaram das oficinas de Vídeo Popular por meios das Rodas de Conversas na escola. O referencial teórico baseado em autores como Molina (2012), Caldart (2000) e Lima (2022), abordando conceitos como Educação do Campo e Pedagogia da Alternância. Gomes Silva (2019) e Canova (2019), trazendo a perspectiva do Vídeo Popular como instrumento político e pedagógico na Educação do Campo. Avaliamos o Vídeo Popular emergiu como um dispositivo pedagógico importante na construção de práticas educativas voltadas à problematização da realidade do campo e da valorização das experiências e dos sabres vivenciados neste contexto, uma vez que: a) amplia a metodologia da alternância, integrando linguagens audiovisuais que registram, debatem e ressignificam as experiências dos jovens no campo e na escola; b) favorece a valorização dos conhecimentos camponeses, ao permitir que os próprios sujeitos narrem suas histórias, cultivos, lutas e tradições, fortalecendo sua identidade e autonomia; c) problematiza a realidade, ao estimular a análise crítica de questões como o agronegócio, a agroecologia, o acesso à terra e os direitos sociais, contribuindo para uma formação política engajada; e d) promove a troca de saberes, tanto entre gerações (jovens e agricultores experientes) quanto entre comunidades, criando redes de resistência e solidariedade. Neste caso, o trabalho com o Vídeos Popular nas comunidades camponeses podem potencializar a formação crítica dos jovens, na medida em que permite uma inserção crítica dos jovens nos territórios, buscando valorizar a cultura da comunidade, bem como, produzir novos conhecimentos que apontem caminhos para a transformação da realidade do campo.