Esta dissertação, intitulada “O Protagonismo dos Jovens do Campo no Contexto da Pedagogia da Alternância: uma análise dos projetos educativos da Escola Família Agrícola Santa Ângela”, insere-se no campo da Educação do Campo e investiga a formação política e o protagonismo dos jovens camponeses. Partindo de uma perspectiva freireana, o estudo compreende a educação como ato político e dialógico, no qual os educandos devem assumir-se como sujeitos da produção do saber. Nesse contexto, as Escolas Família Agrícolas (EFAs), que utilizam a Pedagogia da Alternância como matriz metodológica, configuram-se como espaços privilegiados para essa investigação, pois organizam o currículo na alternância entre tempo-escola e tempo-comunidade, visando à valorização da cultura e dos saberes locais. O problema de pesquisa que norteia este trabalho é: como os projetos educativos desenvolvidos pela EFA Santa Ângela, no município de Pedro II/PI, promovem o protagonismo dos jovens do campo? O objetivo geral consiste em analisar de que modo os projetos educativos desenvolvidos na Escola Família Agrícola Santa Ângela (EFASA) promovem a formação do protagonismo dos jovens do campo. Para tanto, definiram-se os seguintes objetivos específicos: identificar as atividades que fomentam o protagonismo; caracterizar tais práticas educativas; compreender os espaços de participação que favorecem o empoderamento dos jovens; e analisar se essas práticas favorecem sua inserção nos movimentos sociais e processos organizativos das comunidades. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, sob o referencial crítico-dialético, realizada na Escola Família Agrícola Santa Ângela. Os procedimentos metodológicos para construção dos dados incluíram a análise documental, entrevistas semiestruturadas e rodas de conversa. Para o tratamento do material coletado, optou-se pela análise de conteúdo, conforme proposto por Bardin (1977). O estudo indicam que a Pedagogia da Alternância, ao articular de forma intencional a escola com a vida familiar e comunidade, com a inserção dos estudantes no meio socioprofissional, favorece e estímula ao protagonismo juvenil. Espera-se demonstrar que as práticas educativas da EFASA não se limitam à transmissão de conteúdos, mas criam condições para que os jovens se percebam como agentes de transformação de sua realidade, fortalecendo sua autonomia, sua criticidade e sua atuação nos movimentos sociais, contribuindo, assim, para a consolidação de uma educação do campo verdadeiramente emancipatória.