O suicídio consiste no ato voluntário de autoextermínio que pode ou não estar relacionado à um transtorno mental e que representa problema de saúde pública de abrangência mundial por apresentar indicadores elevados de incidência e se configurar como uma das dez principais causas de morte na população. Objetivo: Avaliar as taxas de suicídio entre os anos de 2010 a 2017 em Teresina, estado do Piauí, com a finalidade ulterior de elaboração de um protocolo para prevenção do suicídio.Método: Trata-se de um estudo transversal analítico realizado em um hospital de referência para tratamento de transtornos mentais graves de Teresina, no período de fevereiro a maio de 2018. A amostra foi constituída por 144 pacientes com idade igual ou superior a 18 anos e que deram entrada no serviço de urgência após de tentativa de suicídio. Para coleta de dados foi utilizado um formulários para caracterização sociodemográfica, clínica e terapêutica. A análise dos dados foi realizada com base nos princípios da estatística descritiva e inferencial. Este estudo atendeu as exigências da Resolução 466/12 e o parecer favorável à sua realização foi emitido pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí.Resultados: Prevaleceram pacientes do sexo masculino, com idade média de 34,4±11,0 anos, solteiros, desempregados, de baixa escolaridade, renda familiar de um a dois salários mínimos e procedentes de Teresina. Os participantes em sua totalidade apresentaram fatores associados, sendo prevalente o transtorno psiquiátrico 80(56,3%), seguido do consumo de substâncias psicoativas 71(50,0%) e de tentativas prévias 70(49,3%). O método terapêutico adotado para a maioria dos participantes foi internação psiquiátrica 126(88,7%), seguido da observação no serviço de urgência 11(7,8%). Houve associações significativas entre as variáveis sociodemográficas, clínicas e terapêuticas, especificamente sexo, idade, local da tentativa, tentativas prévias e internação psiquiátrica com o tipo de tentativa de suicídio. Conclusão: A tentativa de suicídio cresceu nos últimos anos, especificamente em pacientes do sexo masculino, solteiros, desempregados, de baixa renda ou escolaridade e com transtorno mental, necessitando, assim, da elaboração e implementação de estratégias assistenciais para sua prevenção e controle e do direcionamento de políticas públicas de saúde.