Este projeto de dissertação propõe cartografar os processos de subjetivação de pessoas
LGBTQIAPN+ que se autoidentificam como não monogâmicas no estado do Piauí, com
foco nas experiências atravessadas por gênero, sexualidade, raça, classe, localidade e
modos de se vincular afetiva e politicamente. Interessa compreender como tais
experiências, que envolvem formas dissidentes de amar, desejar e se relacionar, operam
como práticas de resistência à cisheteromononormatividade, especialmente em contextos
interioranos e periféricos. A pesquisa tem como objetivo geral mapear esses processos
de subjetivação e, como objetivos específicos: investigar como se atualizam estratégias
de resistência e dissidência frente às normas cisheteromonogâmicas; compreender os
atravessamentos territoriais nas experiências de não monogamia; analisar, sob a lente da
interseccionalidade, os regimes e dinâmicas afetivas que marcam essas vivências; e
problematizar se e como essas experiências têm produzido deslocamentos nos modos de
amar, ser amado e se relacionar. Fundamentada em uma perspectiva queer, decolonial e
anticolonial, a pesquisa adota a cartografia como método, compreendida como um modo
de acompanhar afetos, intensidades e devires no campo. Serão utilizados como
instrumentos os encontros grupais, entrevistas cartográficas, diários afetivos e
experimentações com a arte, buscando construir um mapeamento sensível das vivências
narradas e vividas.