Dado que após o primeiro caso registrado na China de infecção pelo novo coronavírus, em dezembro de 2019, e a rápida disseminação da doença à nível global (CoronavirusDisease 2019 – COVID-19), a Organização Mundial da Saúde (OMS) a considerou uma pandemia.O Brasil enfrentou mais de uma onda de infecção pelo vírus, e até o dia 08/11/2021 o país conta com 609.388 mortes por COVID-19 (Ministério da Saúde, 2021; Wang et al., 2020; Xiao, 2020). Evidencia-se, então, que a atual crise pandêmica, com alta taxa de letalidade pode impactar as pessoas emocionalmente, com capacidade de afetar a qualidade de vida da população geral e classe de trabalhadores (Cullen, Gulati& Kelly, 2020). No contexto laboral, a falta de Equipamentos de Proteção Individual, essenciais no dia a dia, como máscaras e luvas cirúrgicas começaram a ficar escassos (Asmundson& Taylor, 2020). Esses fatores contribuíram para potencializar o impacto na qualidade de vida social, desencadeando vivências de emoções/desconforto psicológico com impactos negativos (e.g., medo, ansiedade, estresse). Nesse sentido,no combate a COVID-19, a percepção da segurança do trabalho, se faz indispensável e apresenta-se como fator de proteção tanto contra o vírus quanto para as emoções supracitadas(Wang et al., 2020; Asmundson& Taylor, 2020). Nesse cenário, é imprescindível a adoção de comportamento preventivo individual: manter o isolamento social, utilização do álcool gel 70%, uso de máscaras faciais entre outros, visto que o coronavírus abarca desde casos assintomáticos até casos mais graves, podendo ser letal (Gonçalves et al.,2020). Os impactos causados pelo novo coronavírus pode trazer grandes consequências para toda a população, mesmo após a pandemia. Logo, estudos voltados para a saúde mental, com a inclusão do clima de segurança dentro do contexto laboral e comportamentos preventivos, podem ser ferramentas importantes para o planejamento de intervenções terapêuticas e trabalhistas, justificando, assim, a proposição deste estudo. Partindo desta premissa questiona-se: Qual o nível de impacto que a COVID-19 causou 19 na qualidade de vida das pessoas? Qual a relação entre o impacto na qualidade de vida, clima de segurança do trabalho e o comportamento preventivo na pandemia da COVID19? Apresentada a importância da temática, pretende-se responder as questões problemas pautadas nesse projeto. Para tanto, a pesquisa tem como principal objetivo verificar a influência da percepção de segurança do trabalho e impacto na qualidade de vida nos comportamentos preventivos relacionados a COVID-19. Como objetivos específicos, propõe-se reunir evidências psicométricas de escalas que mensurem o impacto da pandemia na qualidade de vida, clima de segurança no trabalho e comportamentos preventivos na COVID-19; identificar a relação entre o impacto na qualidade de vida durante a COVID-19 e comportamentos preventivos na população geral, além de verificar a relação entre o impacto da COVID-19 na qualidade de vida, clima de segurança e comportamentos preventivos, em trabalhadores inseridos regularmente no mercado de trabalho.Outrora, a partir dos objetivos propostos e da revisão da literatura exposta, foram elaboradas as seguintes hipóteses: Hipótese 1: Estima-se que medidas de Impacto da COVID-19 na qualidade de vida, Clima de segurança e Comportamentos preventivos de infecção por COVID-19 apresentarão evidências psicométricas aceitáveis. Hipótese 2: O impacto da COVID-19 na qualidade de vida apresentará relação positiva com o comportamento preventivo.Hipótese 3: A relação entre a percepção de segurança e o impacto da COVID-19 na qualidade de vida, será negativa. Hipótese 4: Comportamento seguro será explicado de maneira direta por impacto na qualidade de vida, além de clima de segurança. Dessa forma, o presente projeto é dividido em dois estudos,sendo, Impacto na qualidade e comportamento preventivo: evidências psicométricas de medidas. E, comportamento preventivo, impacto na qualidade e clima de segurança: um modelo preditivo.Pretende-se contar com uma amostra por conveniência (não-probabilística) contendo250 participantes, oriundos do estado do Nordeste, de ambos os sexos e níveis de escolaridade diversos. Como critério de inclusão estipula-se serem os partícipes da população geral, com idade (≥18 anos). Serão utilizadas duas escalas, uma de Impacto da COVID-19 na Qualidade de Vida:A COV19-QoL é uma escala de 6 itens, elaborada por Repist et al. (2020), quebusca avaliar as principais áreas de qualidade da vida em relação à saúde mental no contexto da pandemia de COVID-19.Todos os itens são respondidosnuma escala do tipo likert de 5 pontos (1 - “discordo totalmente” a 5 - “concordo totalmente” que apresentou precisão satisfatoria, com população não clinica (α = 0,88 )e clínica (α = 0,85).A segunda é a de Comportamento Preventivo de infecção 20 por COVID-19 (ECPI19):A escala écomposta por 6 itens, foi desenvolvida por Chan et al. (2020), é constituida por seis itens respondidos em uma escala Likert de 5 pontos (1 = quase nunca; 5 = quase sempre) e avalia como os indivíduos atuam nos comportamentos preventivos de infecção por COVID-19, (α = 0,82).Conta-se com um questionário sociodemográfico, que objetiva caracterizar os participantes, (e.g., idade, sexo, cargo, grau de escolaridade, estado civil, atuante no mercado de trabalho). O projeto está submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Delta do Parnaíba, seguindo as normas da resolução do Conselho Nacional de Saúde 466/12 e 510/16. Posteriormente a aprovação pelo comitê, os instrumentos serão aplicados por meio da plataforma de pesquisa online (Google Docs) sendo disponibilizado através de um link nas redes sociais (e.g. Facebook, Instagram, etc) e e-mail. Será solicitado que atestema participação através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), antes de responderem aos instrumentos. Sob essa condição, as pessoas serão convidadas para participar da pesquisa, na oportunidade os objetivosserão explanados, além de frisar o caráter voluntário e o anonimato das respostas, deixando claro a possibilidade de desistir a qualquer momento, sem nenhum prejuízo. Em média, serão necessários 20 minutos para sua conclusão. Análise dedados se dará por meio dos programas SPSS,(versão 26), e o R. Serão realizadas estatísticas descritivas para caracterizar a amostra, Análises Fatoriais Exploratórias, serão tidas em conta, com a finalidade de explorar as estruturas dos instrumentos e TRI (Teoria de Resposta ao Item) para avaliar os itens, além de calcular sua consistência interna. No estudo II, pretende-se contar com outra amostra contendo, no mínimo, 250 participantes, de ambos os sexos. Como critério de inclusão, que os participantes tenham idade (≥18 anos) e profissionais atuantes no mercado de trabalho, de diferentes atividades. Os participantes responderão um livreto contendo os mesmos instrumentos descritos no estudo 01, acrescidos da Escala Curta de Clima de Segurança (ECS):Elaborada por Hahn & Murphy (2008), este instrumento foi desenvolvido para avaliar Clima Global de Segurança do Trabalho. Composta por 6 itens, cada item é respondido usando uma escala de concordância do tipo Likert de 4 pontos variando de “Concordo totalmente” a “Discordo totalmente”. Obteve consistência interna aceitável variando de 0,84 a 0,92. Os procedimentos para coleta de dados serão similares ao do primeiro estudo. Com o tempo médio de resposta de aproximadamente 20 minutos. Na análise de dados,serão utilizados os programas SPSS,(versão 26), e o R. Serão realizadas estatísticas descritivas para caracterizar a amostra, Análises Fatoriais Exploratórias, serão tidas em conta, com a finalidade de explorar as estruturas dos instrumentos e TRI, 21 acrescida de regressão hierárquica,incluindo clima de segurança no modelo de explicação de comportamento preventivo frente a pandemia da COVID-19. Com a execução desses estudos, espera-se contar com as versões brasileiras das escalas e com um modelo preditivo que relacionam os três fenômenos.