ARTRITE ENCEFALITE CAPRINA: COMPARAÇÃO ENTRE TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS E ESTUDO DAS TRANSMISSÕES HORIZONTAL E VERTICAL ENTRE ANIMAIS SORONEGATIVOS
CAE, Lentivirose caprina, diagnóstico sorológico.
A Artrite Encefalite Caprina (CAE) é uma doença mutisistêmica e infecciosa causada por um retrovírus do gênero Lentivírus que infecta caprinos e ovinos. Este estudo dividiu-se em duas etapas: no primeiro objetivou-se comparar os resultados obtidos com a técnicas de Reação em Cadeia de Polimerase nested (PCR nested) e Western Blot (WB), para detecção da CAE cabritos recém nascidos, visando avaliar a concordância entre as duas provas; e no segundo capítulo, objetivou-se avaliar a transmissão horizontal da CAE no período de aleitamento após desmama, a partir da presença ou ausência de animais positivos no grupo. Na primeira eapa, colheram-se amostras de sangue de 101 cabritos, a zero hora, momento seguinte após o parto. Os animais utilizados como progenitores eram sabidamente negativos para CAE. Com o material coletado, foi realizado testes de PCR nested e WB. O segundo estudo consistiu na formação de dois grupos, onde no grupo 1 os animais foram mantidos juntos independente dos resultados dos testes, já no grupo 2 os animais foram isolados a zero hora, sendo sacrificados os animais positivos em pelo menos um dos testes, agrupando-se então os animais negativos. Amostras de sangue dos animais dos dois grupos foram colhidas em três momentos: a zero hora, com dois meses e com nove meses. As técnicas de PCR nested e WB foram realizadas. O primeiro estudo revelou 92 animais negativos nos dois testes, 7 positivos no teste de PCR nested e 2 positivos no WB. Nenhum animal se apresentou positivo para os dois testes. Para comparação entre as técnicas utilizadas, foi aplicado o teste Qui-quadrado a 95% de confiança. A concordância entre as provas foi feita pela estatística Kappa e como os valores ficaram abaixo de zero pode-se concluir que existe uma discordância entre os testes. O valor de p obtido foi p = 1,0328. A soma da especificidade com a sensibilidade foi 92,929% (92,929% + 0%). Os resultados do segundo experimento mostraram que, no grupo 1, o percentual de positividade foi de 4% a zero hora no teste de WB, reduzindo-se ao longo do tempo (2% aos 60 dias e 0% aos 9 meses de idade). No teste de PCR a maior taxa foi observada aos 60 dias de vida (13%) e na última análise a taxa reduziu-se a zero. O teste de WB não detectou positividade para o grupo 2 ao longo do experimento. Já o teste de PCR teve índices de 8% a zero hora e 0% aos 9 meses de idade.Com os resultados do primeiro estudo, conclui-se que os dois testes devem ser utilizados em conjunto para um diagnóstico mais preciso, pois o uso de um só pode causar falhas no controle da doença. Já para o segundo estudo, conclui-se que a transmissão da CAE é passível de ocorrência a partir da presença de animais infectados no grupo, no período de aleitamento e provavelmente no período pós desmama.