|
Descrição |
|
|
-
MAÍSA BARROS COÊLHO
-
AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE EM MODELOS in silico, in vitro E in vivo DO ÓXIDO DE ROSA.
-
Orientador : LUCIANO DA SILVA LOPES
-
Data: 11/09/2025
-
Mostrar Resumo
-
As plantas produzem uma gama de metabólitos secundários que servem para proteção das mesmas, gerando possivel toxicidade. Assim sendo, testes de toxicidade são fundamentais. O estudo teve objetivo avaliar a toxicidade do Óxido de Rosa em modelos in vivo e in vitro. Para avaliação in silico, foram utilizadas as plataformas ADMETLab 3.0 e a SwissADME, nas quais o smile da substância foi adicionado e a partir disso, dados físico químicos e de toxicidade foram coletados. Para avaliação in vivo da toxicidade em larvas de Zophobas morio, a análise foi feita em duplicata com diluição da substância para obtenção das doses estabelecidas que foram administradas na hemocele do Tenébrio. Na avaliação in vitro, no teste de hemólise foram utilizados eritrócitos de Canis lupus familiaris, com análise em triplicata e quantificada a presença de hemoglobina. Ademais, foi realizado bioensaio de letalidade de Artemia salina, para avaliar a toxicidade do óxido de rosa, conforme metodologia de Batista et al. No que diz respeito aos resultados, conclui-se que o Óxido de Rosa de acordo com o estudo in silico, não apresenta mutagenicidade, nem carcinogenicidade, classificando-se na categoria II no que diz respeito à Toxicidade Oral Aguda, apresentando média toxicidade e um bom perfil de segurança. No que se refere ao estudo in vivo realizado com larvas de Zophobas morio, verificou-se que o Óxido de Rosa apresentou baixa toxicidade no teor de melanização, bem como na taxa de sobrevivência. Outrossim, o composto analisado não apresentou atividade hemolítica considerável no teste in vitro. No que diz respeito ao teste de Artemia Salina, o óxido de rosa não apresentou efeitos letais significativos, indicando ausência de toxicidade aguda. Assim sendo, conclui-se que o Óxido de Rosa puro é um possível candidato a fármaco promissor no futuro, pois possui baixa toxicidade e um bom perfil de segurança.
|
|
|
-
MARIA CRISNANDA ALMEIDA MARQUES
-
OBTENÇÃO DE SCAFFOLD À BASE DE POLISSACARÍDEOS EXTRAÍDOS DO BAGAÇO DE Anacardium occidentale L.
-
Orientador : LIVIO CESAR CUNHA NUNES
-
Data: 08/09/2025
-
Mostrar Resumo
-
Scaffolds são estruturas porosas, tridimensionais que permitem a incorporação de células e fármacos para liberação prolongada. A produção de scaffolds com polímeros naturais apresenta vantagens como maior biocompatibilidade, biodegradabilidade, baixa toxicidade e bioatividade. O processamento do Anacardium occidentale, gera um resíduo fibroso do pseudofruto, pouco utilizado e geralmente descartado mesmo com sua rica composição e potencial de extração de compostos ativos e polímeros. Diante disso, o objetivo do presente trabalho consiste em extrair, caracterizar e aplicar o polissacarídeo do resíduo fibroso do pseudofruto de Anacardium occidentale L. para liberação de fármacos. Uma revisão de escopo foi realizada nas bases de dados científicas MEDLINE/Pubmed, Web of Science, Scopus, ScienceDirect e Biblioteca Virtual em saúde, e nas bases tecnológicas INPI, WIPO, EPO, USPTO. Após análise e aplicação dos critérios de inclusão e exclusão foram selecionados cinco artigos e cinco patentes para análise integral. As evidências incluídas apontam que o resíduo fibroso do A. occidentale é rico em polissacarídeo, complexo proteína-polissacarídeo, lignina e pectina que podem ser obtidos pelos métodos de extração por água quente, extração assistida por ultrassom, hidrólise ácida com tratamento alcalino e extração química assistida por calor. Os polissacarídeos obtidos apresentam boas propriedades mecânicas, estabilidade térmica, baixa toxicidade. A revisão tecnológica não localizou patentes relacionadas ao polissacarídeo do resíduo, sendo incluído patentes sobre a goma do exsudato de A. occidentale. Considerando essa lacuna da literatura, foi realizada a extração do polissacarídeo do resíduo do pseudofruto de A. occidentale pelo método de extração por água quente seguida da recuperação com etanol, a caracterização físico-química foi realizada por espectroscopia na região de infravermelho (FTIR), microscopia eletrônica de varredura (MEV), fluorescência de raios X (FRX) e termogravimetria, já a caracterização biológica foi realizada por meio de teste de atividade antioxidante, antimicrobiana e citotoxicidade in vitro. Para obtenção do scaffold foi preparado um hidrogel com polissacarídeo do resíduo e goma xantana, que foram submetidos à liofilização. A caracterização foi realizada por meio de microtomografia computadorizada, mev e mucoadesividade ex vivo. Após a extração obteve-se 2,54 ± 1,54 % de rendimento, os picos de FTIR mostraram a presença de grupos funcionais característicos de polissacarídeo, possui morfologia lamelar com formato de placas rugosa, com superfícies irregulares e “quebradas”. A composição apresentou os elementos potássio (K), cálcio (Ca) e fósforo (P) em maior concentração, também possui boa estabilidade térmica com início de degradação a partir de 150°C. Quanto a atividade antioxidante o polissacarídeo apresentou CE 50 de 2,2742 ± 0,03 mg/mL para inibir 50% dos radicais livres DPPH•, já a toxicidade in vitro com Artemia salina a mortalidade foram semelhantes aos do controle negativo, com (CL₅₀) após 24 horas de exposição foi de 11.283 µg/mL e após 48 horas foi de 4.911 µg/mL, o polissacarídeo não apresentou atividade antibacteriana frente a E. coli. Os scaffolds obtidos apresentam porosidade acima de 80%, com morfologia com poros interconectados ideal para liberação de fármacos, apresentou baixa mucoadesividade, que pode ser melhorada com modificações químicas do polissacarídeo. Destacando os resíduos fibrosos como fonte promissora na obtenção de polissacarídeos e sua aplicação em biomateriais com valor agregado.
|
|
|
-
ADRIANA LARESSA LIMA HONORATO
-
ESTUDO IN SILICO E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE COMPOSTOS DERIVADOS DE NAFTOQUINONAS
-
Orientador : MARCIA DOS SANTOS RIZZO
-
Data: 20/08/2025
-
Mostrar Resumo
-
A resistência aos antimicrobianos é um dos maiores problemas para a saúde pública mundial, grande parte relacionada à capacidade que muitos microrganismos (bactérias, fungos, vírus e parasitas) apresentam de se modularem geneticamente, quando expostos a diversos antimicrobianos. Sendo a biodiversidade entre espécies de plantas importante na descoberta de novas substâncias bioativas, estudos com moléculas químicas derivadas de plantas da família das Bignobeaceae, como as naftoquinonas, demonstraram possuir propriedades biológicas de amplo espectro (antinflamatória, antineoplásica, antimicrobiana, antidiabética, antioxidante, antitripanossomida e antileishmania). O objetivo deste estudo foi avaliar as propriedades biológicas de cinco derivados naftoquinônicos (SD1, SD2, SD3, SD4 e IM5), por meio de estudos, in sílico, das propriedades farmacocinéticas (ADMET) e de docagem molecular, e de ensaios comparativos in vitro com a precursora β-Lapachona: atividade antimicrobiana, hemocompatibilidade, toxicidade e potencial de irritação pelo teste HET-CAM. Observou-se no teste ADMET que a β-lapachona apresentou resultados mais satisfatórios em comparação com os seus derivados, seguida pela molécula IM5. A docagem molecular mostrou que as interações entre moléculas-alvo e o derivado IM5 foram consideradas fortes, pois apresentaram valores menores que -10Kcal/mol, destacando sua atividade antimicrobiana. Nos ensaios in vitro, a molécula IM5 obteve menor concentração no teste de CIM para S. aureus (64 µg/mL-1), E. coli, P. aeruginosa e C. albicans (256 µg/mL-1). A percursora β-Lapachona obteve melhores resultados em comparação a S. aureus, E. coli, P. aeruginosa e C. albicans (8 µg/mL-1, 64 µg/mL-1, 128 µg/mL-1 e 16 µg/mL-1, respectivamente). No ensaio de CMM, a β-Lapachona e a IM5 foram consideradas bactericidas. As moléculas SD1, SD2, SD3 e SD4 não apresentaram atividade antimicrobiana em nenhum dos ensaios realizados. No teste de contato direto, a β-Lapachona e a IM5 apresentaram formação de halo inibitório microbiano em todas as cepas testadas. No ensaio de hemocompatibilidade não houve hemólise para nenhuma das substâncias testadas, embora tenham sido consideradas muito tóxicas para o bioensaio de ecotoxicidade com Artemia salina. O teste HET-CAM mostrou que o composto β-Lapachona e seus derivados SDs não foram irritantes. Diante dos resultados obtidos, a molécula química com melhor atividade antimicrobiana comparável com a molécula precursora β-Lapachona, e com potencial promissor para o desenvolvimento de novas formulações farmacêuticas, foi a IM5 frente aos demais derivados naftoquinônicos. Contudo, validações adicionais in vitro e in vivo são necessárias.
|
|
|
-
JAMYLLE MELO NUNES BONFIM
-
DESENVOLVIMENTO DE NANOCARREADORES PARA O ENCAPSULAMENTO DE UM DERIVADO QUINÔNICO COM ATIVIDADE ANTICÂNCER
-
Orientador : MARCILIA PINHEIRO DA COSTA
-
Data: 26/06/2025
-
Mostrar Resumo
-
Compostos como a Nor-beta-lapachona (NβL) são citotóxicas para muitas linhagens de células de câncer, porém esta é altamente lipofílica. Nanocarreadores como os niossomas e nanopartículas poliméricas são sistemas nanométricos que atuam na otimização da entrega de fármacos. Nosso objetivo é desenvolver nanoformulações de NβL encapsulada em niossomas e nanopartículas poliméricas, a fim de comparar e avaliar os sistemas que promovam melhora da sua solubilidade e adequados sistemas de liberação controlado, comprovando sua atividade anticâncer. Primeiramente foi realizado uma revisão sistemática na literatura buscando sobre sistemas niossomais para o encapsulamento de substâncias anticâncer, seguido de um estudo in sílico comparativo de NβL com sua precursora β-lapachona. Por fim foi desenvolvido um estudo comparativo da encapsulação de NβL na forma niossomal e em nanopartículas poliméricas, analisando suas características físico-químicas e promovendo um sistema de liberação controlada com efetiva atividade anticâncer. Na revisão o sistema de busca ocorreu conforme o protocolo PRISMA. Obteve-se um total de 49 artigos com a maioria desenvolvidos no Irã, e a maior parte em 2024. Verificou-se o encapsulamento em maior frequência para Doxorrubicina e Curcumina com o método de hidratação de filme fino sendo o mais citado, juntamente com a composição por Span®, Tween® e colesterol. As células para avaliar citotoxicidade mais citadas foram as de câncer de mama e pulmonar com promoção de sistemas de liberação em sua maioria bifásicos. Na segunda parte do trabalho NβL se assemelhou a β-lapachona sendo qualificada como promissora. Em relação aos dados in sílico ADME, ambas apresentaram ótimos valores. Suas toxicidades apresentaram baixa capacidade de lesão hepática, respiratória, e irritação nos olhos, com este último confirmado in vitro por Het-Cam. Os descritores quânticos demonstraram que NβL é menos reativa e mais estável que β-lapachona, porém a ancoragem molecular evidenciou maiores interações de NβL com Topoisomerase II-α, Topoisomerase II- ß e NQO1 que β-lapachona. No terceiro capítulo após o planejamento fatorial 32 para os dois nanossistemas, encapsulamos NβL na forma niossomal (NIO+NβL) e polimérica (PLGA+NβL), e obtivemos nanossitemas com tamanhos de 197,7±3,60 e 169,4±0,7; PDI: 0,074± 0,03 e 0,285±0,01; potencial zeta: -42,7±4,60 e -8,0±0,01 e Eficiência de encapsulação de (EE%) de 28±0,05% e 69,84±0,10% respectivamente. Na caracterização físico-química o FTIR e DSC demonstram a presença do composto encapsulado nos nanossistemas e o MEV evidenciou sistemas esféricos e lisos, com o estudo de estabilidade demonstrando que as nanopartículas são mais estáveis á temperaturas mais baixas (2-8ºC) com PLGA+NBL demonstrando maior estabilidade. A cinética de liberação mostra maior liberação em meios ácidos (pH5,4) com liberação maior para NIO+NβL. O encaixe de NβL com sua vesícula niossomal e matriz polimérica in silico apresentaram baixa energia de ligação. A ecotoxicidade em Artemia salina demonstra CL50 menor para NIO+NβL. Os nanossistemas apresentaram citotoxicidade para células cancerígenas com seletividade. Ambos os sistemas não apresentaram característica hemolítica. Por fim podemos concluir que os achados da revisão sistemática demonstram a intensa presença de trabalhos voltados para a temática dos niossomas com aplicação anticâncer. NβL apesar de menos reativa e mais estável que β-lapachona, apresenta alto potencial na análise por encaixe molecular com alvos anticâncer. E no estudo comparativo, PLGA+ NβL demonstrou ligeira vantagem ao sistema niossomal NIO+ NβL.
|
|
|
-
MARCELLY DO NASCIMENTO SOUSA DIAS
-
AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE DA ESTERUBINA EM MODELOS in sílico, in vitro E in vivo
-
Orientador : LUCIANO DA SILVA LOPES
-
Data: 13/06/2025
-
Mostrar Resumo
-
As plantas desde muito tempo são utilizadas na medicina popular, substâncias purificadas e isoladas a partir da matéria-prima vegetal, com estrutura química definida e atividade farmacológica, são denominadas fitofármacos e podem ser usados como ativos em medicamentos com propriedade profilática, paliativa ou curativa. Têm-se aumentado o interesse em explorar propriedades bioquímicas dos metabólicos secundários (MS), os flavonoides são exemplos desses metabólitos e possuem inúmeras propriedades como antioxidantes, antiinflamatórias, anticancerígenas, antivirais e analgésicas. Além de serem responsáveis pela ação farmacológica da planta, alguns desses MS, também podem ser tóxicos, assim testes de toxicidade são de extrema importância e nesse contexto o estudo teve objetivo de avaliar a toxicidade da esterubina em modelos in sílico, in vitro e in vivo. Para avaliação in sílico foi utilizada a plataforma ADMETLab 3.0, onde o smile da substância foi adicionado e a partir disso dados físico-químicos e de toxicidade foram coletados. Para avaliação in vitro da toxicidade foi realizado o teste de hemólise, onde foram utilizados eritrócitos de Canis lupus familiaris, com análise em triplicata as amostras foram centrifugadas a 3000 rpm por 5 minutos e quantificada a presença de hemoglobina, na análise in vitro da toxicidade pelo método MTT foram utilizadas linhagens celulares L929 (fibroblastos de camundongos) e B16F10 (melanoma murino) e avaliados quanto a viabilidade celular. Para realização dos testes in vivo foram utilizadas larvas de Zophobas morio a análise foi feita em duplicata com diluição da substância para obtenção das doses de 3, 30 e 300 mg/kg, que são doses já preconizadas para o teste de toxicidade, e foram administradas na hemocele do tenébrio sendo verificadas a melanização e sobrevivência. A previsão de toxicidade pelo ADMETlab 3.0 trouxe resultados promissores, mostrando a molécula de esterubina com valores favoráveis de propriedades como genotoxicidade, mutagenicidade no teste AMES, irritação ocular, e valores com toxicidade média que não impedem seu uso, mas merecem atenção especial como carcinogenicidade. No teste de hemólise os resultados foram positivos apresentando porcentagem menor que 10%. Na avaliação de citotoxicidade pelo método MTT, a molécula teve eficácia em reduzir a viabilidade quando comparadas ao controle negativo assim como também o valor de IC 50 de 15,07 µg/mL (12,55 a 18,10 µg/mL) em células B16F10, mostrando também um bom potencial em reduzir a viabilidade nessalinhagem celular. No teste in vivo com larvas de Zophobas morio apresentou boa taxa de sobrevivência em doses maiores de 30 e 300 mg/kg, demonstrando segurança. Com base nos resultados a esterubina se mostra uma molécula promissora com bom perfil de segurança demonstrado nos testes in sílico, in vitro e in vivo se mostrando segura para futuros testes in vivo que possam vir a serem realizados para evidenciar suas possíveis atividades farmacológicas.
|
|
|
-
CARINA DA COSTA BRAÚNA
-
DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE BUNDLE PARA PREVENÇÃO DE INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA (IRA) ASSOCIADA AO USO DE VANCOMICINA EM AMBIENTE HOSPITALAR
-
Orientador : MARIA DAS GRACAS FREIRE DE MEDEIROS
-
Data: 11/06/2025
-
Mostrar Resumo
-
O dano ao paciente durante os cuidados de saúde são uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo, causando grande impacto negativo na segurança do paciente e, consequentemente, nas despesas dos sistemas de saúde. Atualmente, a detecção precoce e adoção de práticas de prevenção desses eventos constituem uma prioridade global para os serviços de vigilância em saúde. Estudos mostram que. eventos adversos relacionados ao uso de medicamentos são uma das principais causas de prejuízo à segurança do paciente em âmbito hospitalar. A vancomicina (VCM) é um antibiótico frequentemente monitorado em ambiente hospitalar devido ao seu potencial de desencadear eventos adversos, dentre eles, a ocorrência de nefrotoxicidade. Este estudo objetivou desenvolver um Bundle com estratégias baseadas em evidências validadas por experts capaz de prevenir Lesão Renal Aguda (LRA) associada ao uso da VCM em ambiente hospitalar. Na primeira etapa, consultamos as bases de dados PubMed, CINAHL, Web of Science e o Embase para buscar artigos publicados entre os anos de 2013 e 2023 que respondessem à questão norteadora da presente revisão integrativa: “Quais são as estratégias baseadas em evidências para minimizar a LRA associada à VCM no ambiente hospitalar nos últimos dez anos?”. 17 estudos apresentaram estratégias multifacetadas para minimizar o risco de LRA associada à VCM em hospitais e foram incluídos para análise. Na segunda etapa do estudo, um grupo de especialistas nacionais (n=14) participou de uma abordagem Delphi modificada e anônima para julgar os componentes do bundle. Duas rodadas de avaliação dos itens propostos foram realizadas entre agosto e novembro de 2023, sendo 17 evidências aprovadas e agrupadas em 6 componentes finais do bundle. O componente “Análise de prescrições” apresentou o maior número de evidências (n=5) seguida pela componente “monitoramento laboratorial” (n=4). Porém proporcionalmente o componente “Cuidado farmacêutico” apresentaram menor variação no Índice de Validade de Conteúdo (IVC). Finalmente, a terceira etapa objetivou avaliar as discrepâncias a itens de um bundle de cuidado para prevenção de LRA associada ao uso de VCM com a prática clínica. Um teste piloto foi realizado com pacientes em uso de VCM durante o mês de janeiro de 2025 no Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU-UFPI), por meio da revisão dos prontuários no sistema informatizado do HU-UFPI, AGHU (Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários). Dez itens do bundle tiveram 100% de conformidade com a prática clínica hospitalar, um apresentou 50%, um teve 43,75%, um item não era aplicável e quatro mostraram 0% de conformidade. Este estudo forneceu padrões viáveis em sua maioria para a implementação de práticas multiprofissionais de cuidado e a base para profissionais de saúde realizarem o gerenciamento da qualidade e monitoramento da terapia com VCM em ambiente hospitalar e esquematização de estratégias validadas por especialistas de prevenção de LRA associada ao uso de VCM.
|
|
|
-
MATHEUS OLIVEIRA DO NASCIMENTO
-
Coencapsulação de fluconazol e riparina B em nanossistemas lipídicos para potencializar a terapia ungueal tópica: uma abordagem de QbD
-
Orientador : ANDRE LUIS MENEZES CARVALHO
-
Data: 06/06/2025
-
Mostrar Resumo
-
O fluconazol (FLC) é amplamente utilizado no tratamento de infecções por Candida, mas o aumento da resistência reforça a necessidade de novas estratégias terapêuticas. A riparina B (RIP), por seu potencial inibidor de bombas de efluxo, surge como adjuvante promissor. Neste contexto, o estudo propõe o desenvolvimento e otimização de carreadores lipídicos nanoestruturados (CLNs) para coencapsulação de FLC e RIP, incorporados em formulação tópica filmogênica, visando melhorar a eficácia no tratamento de infecções fúngicas em pele e unhas, especialmente diante da baixa penetração de formulações convencionais na lâmina ungueal. No primeiro capítulo, foram desenvolvidos métodos analíticos por espectrofotometria UV-Vis capazes de quantificar simultaneamente o FLC e a RIP em CLNs e em amostras de cascos suínos. Baseados em espectroscopia derivada e manipulações matemáticas, os métodos se mostraram eficazes para a análise dos fármacos tanto na formulação quanto na matriz biológica, atendendo plenamente aos critérios de validação. Além disso, foi otimizado um método de extração dos fármacos a partir de cascos suínos, viabilizando estudos de permeação ungueal. No segundo capítulo, CLNs contendo manteigas vegetais foram desenvolvidos com base na abordagem de Qualidade por Design (QbD), visando à coencapsulação de FLC e RIP. A triagem e otimização por planejamentos experimentais (DoE) identificaram a concentração de lipídeo sólido como fator crítico para os Atributos de Qualidade (CQAs). A formulação otimizada apresentou tamanho médio de 144,9 ± 2,25 nm, índice de polidispersão de 0,153 ± 0,03 e potencial zeta de -27,8 ± 1,81 mV. Estudos por DSC e FTIR indicaram interação fármaco-matriz e cristalização imperfeita. A RIP apresentou alta eficiência de encapsulação (81,6 ± 0,65%), atribuída à sua forte afinidade com os triglicerídeos da matriz lipídica, conforme evidenciado pela docagem molecular. Em contraste, o FLC teve menor encapsulação (16,4 ± 2,21%). Os modelos cinéticos indicaram que o encapsulamento modificou o perfil de liberação dos fármacos, sendo guiado por relaxamento da matriz para a RIP e por difusão para o FLC. A coencapsulação resultou em atividade antifúngica superior, com redução de até quatro vezes na concentração inibitória mínima contra cepas de Candida spp., atribuída à alta afinidade da RIP pelas proteínas das bombas de efluxo, evidenciada nas simulações de docagem molecular. No terceiro capítulo, foi desenvolvido e otimizado, por meio da abordagem de QbD, um gel formador de filme contendo CLNs coencapsulando FLC e RIP (CLN-FR@FFG) para aplicação tópica em onicomicose. Estudos in silico e in vitro indicaram baixa afinidade dos fármacos pela queratina, especialmente quando nanoencapsulados. A formulação final atendeu aos CQAs definidos, apresentando tempo de secagem reduzido, baixa entropia e dimensão fractal (textura), além de alta adesão e conteúdo não volátil. Embora os CLNs não tenham promovido aumento na hidratação dos cascos suínos, favoreceram a maior distribuição de poros na lâmina ungueal, efeito dependente do tipo de veículo, já que foi menos evidente no gel termorreversível. Isso se refletiu na maior retenção ungueal da CLN-FR@FFG nas camadas mais profundas da lâmina, conforme demonstrado em estudos in vitro utilizando cascos suínos. Além disso, a formulação apresentou alta bioadesão, resistência à água e liberação sustentada, favorecendo a manutenção prolongada dos fármacos no local de aplicação. Em modelos de lâmina ungueal infectada, CLN-FR@FFG reduziu em mais de 25% a carga fúngica de Candida albicans, com eficácia significativamente maior que as formulações com fármacos livres ou gel termorreversível. A formulação também demonstrou alta estabilidade e baixo potencial irritativo em ensaio HET-CAM. Em conclusão, o sistema desenvolvido apresenta-se como uma alternativa promissora para futuras investigações clínicas.
|
|
|
-
ROSILENE RIBEIRO DE SOUSA
-
Obtenção de formulações de bigel de anfotericina B e avaliação da atividade antiLeishmania in vivo utilizando camundongos da linhagem BALB/c infectados com Leishmania amazonensis
-
Orientador : ANDRE LUIS MENEZES CARVALHO
-
Data: 28/05/2025
-
Mostrar Resumo
-
A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma doença zoonótica com manifestações polimórficas na pele e mucosas, causada por protozoários do gênero Leishmania e transmitida pela picada de flebotomíneos. O tratamento da LTA é baseado em farmacoterapia, utilizando medicamentos como a anfotericina B (AmB), que apresenta limitações devido aos seus efeitos adversos. Novas formulações tópicas de AmB, como os bigéis, têm sido estudadas como uma alternativa para o tratamento da LTA, visando ação local e custo acessível. Este estudo teve como objetivo desenvolver e caracterizar um bigel à base de anfotericina B para uso tópico, avaliando sua atividade in vivo contra a LTA. As características físico-químicas das formulações foram avaliadas, como análise organoléptica, pH, estabilidade, capacidade de retenção de óleo, intumescimento, espalhabilidade e textura. A liberação in vitro e a permeação cutânea do bigel foram estudadas usando células de difusão de Franz em pele de camundongo. Além disso, o potencial de irritação ocular foi avaliado através do ensaio HET-CAM. A atividade antileishmanial in vivo foi avaliada em camundongos BALB/c infectados com L. amazonensis, monitorando a evolução das lesões e a redução da carga parasitária em 74,1% após o tratamento. Os resultados demonstraram que o bigel apresentou características favoráveis para uso tópico, com boa estabilidade, espalhabilidade e liberação controlada de AmB. O estudo in vivo indicou atividade antileishmanial promissora, sugerindo o potencial do bigel como uma alternativa terapêutica para a LTA.
|
|
|
-
RITA DE CÁSSIA VIANA DE CARVALHO
-
COMBINAÇÃO DE MONOTERPENOS COM FÁRMACOS DE AÇÃO NA VIA DA BIOSSÍNTESE DO ERGOSTEROL NO TRATAMENTO DA LEISHMANIOSE CUTÂNEA
-
Orientador : FERNANDO AECIO DE AMORIM CARVALHO
-
Data: 23/05/2025
-
Mostrar Resumo
-
As leishmanioses são doenças parasitárias negligenciadas e representam um risco global. Sua forma clínica cutânea se caracteriza por apresentar uma única lesão autolimitada, bem como pela presença de múltiplas lesões, apresentando maior incidência no Continente Americano. O tratamento atual ainda permanece um desafio devido a elevada toxicidade e resistência parasitária aos fármacos utilizados. Diante desses fatos a busca pela ampliação desse arsenal terapêutico para o tratamento das leishmanioses incentivam estudos para novas alternativas, como a combinação de compostos bioativos derivados de plantas com fármacos convencionais. Em estudo anterior realizado por nosso grupo de pesquisa, foi demonstrado que a associação de Limoneno (Lim) e Carvacrol (Car) na proporção 4:1 (Lim-car 4:1) apresentou resultados promissores em testes in vitro de avaliação da atividade antileishmanial e de citotoxicidade em células de mamíferos. Diante disto, este trabalho objetivou realizar estudos de prospecção utilizando a combinação Lim-car (4:1) associada com os fármacos que atuam na biossíntese do ergosterol: Nistatina (Nis), Tioconazol (Tio) e Rosuvastatina (Ros), em diferentes proporções em estudos in vitro, para avaliar seu potencial antileishmanial, citotóxico e imunomodulador macrófagico em protocolos experimentais e, em seguida, desenvolver uma formulação de uso tópico utilizando a melhor combinação para o tratamento da Leishmaniose Cutânea em camundongos BALB/c infectados com Leishmania major. A combinação Lim-car (4:1) + Nis] (3:2) foi testada em formas promastigotas e amastigotas de Leishmania major e destacou-se por demonstrar eficácia significativa (CI50 de 2,02 e 0,53 μg/mL-1 respectivamente) e alta seletividade (IS 33,60). Os ensaios de citotoxicidade em macrófagos murinos e hemólise mostraram que as combinações de Lim-car (4:1) com fármacos que atuamna biossíntese do ergosterol não demonstraram toxicidade significativa. Em relação aos parâmetros de ativação de macrófagos, nenhuma das amostras foi capaz de induzir óxido nítrico, atividade lisossomal ou capacidade fagocítica. No entanto, a combinação [Lim-car (4:1) + Nis] (3:2) induziu uma resposta imunomoduladora, com aumento de TNF-α e diminuição de IL-10 e IL-6. Além disso, o ensaio de docagem molecular revelou que a nistatina apresentou alta afinidade de ligação com as enzimas tripanotiona redutase (TryR) e esterol 14-alfa desmetilase (CYP51), sugerindo múltiplos mecanismos de ação antileishmanial. A formulação de bigel contendo nistatina, limoneno e carvacrol foi otimizada utilizando ferramentas estatísticas, resultando em uma formulação estável e eficaz. A cinética de liberação in vitro e os testes in vivo em camundongos BALB/c infectados com L. major demonstraram que a combinação de limoneno, carvacrol e nistatina (3%) reduziu significativamente as lesões ulcerativas e a carga parasitária, mostrando potencial sinérgico e acelerando o processo de cicatrização. Esses resultados sugerem que a combinação de limoneno, carvacrol e nistatina em uma formulação de bigel é promissora para o tratamento da LC. Estudos futuros devem focar na investigação de sinergismo e na otimização de vias vitais do parasito para entender melhor o potencial da terapia combinada.
|
|
|
-
THAIS CRUZ RAMALHO
-
Propranolol nanoestruturado em biopolímero como um sistema de liberação de fármaco para doenças do Sistema Nervoso Central
-
Orientador : HERCILIA MARIA LINS ROLIM
-
Data: 15/05/2025
-
Mostrar Resumo
-
As doenças que afetam o sistema nervoso central (SNC), como tumores cerebrais, ansiedade, depressão, epilepsia e doenças neurodegenerativas, apresentam desafios no tratamento devido à complexidade do cérebro. Embora existam medicamentos, sua eficácia é limitada pela baixa biodisponibilidade, efeitos adversos e pela barreira hematoencefálica (BHE). O propranolol, um β-bloqueador lipofílico inicialmente desenvolvido para doenças cardiovasculares, tem demonstrado propriedades anticonvulsivantes e ansiolíticas, além de melhorar a cognição e auxiliar no tratamento da doença de Alzheimer. No entanto, sua biodisponibilidade oral é de apenas 25 %, o que limita sua eficácia. Uma alternativa para melhorar essa biodisponibilidade é o uso de nanopartículas de zeína, um biopolímero biodegradável, biocompatível e propriedades mucoadesivas que pode favorecer a absorção gastrointestinal do fármaco. Desta forma, o objetivo deste estudo foi investigar o efeito do propranolol estruturado em nanopartículas de zeína no SNC, com foco em doenças relacionadas, avaliando sua eficácia terapêutica, segurança e potencial no tratamento dessas condições. No primeiro capítulo, foi realizado um levantamento bibliográfico que avaliou a eficácia do propranolol em doenças do SNC, com base em 38 publicações de 2003 a 2023. Os resultados mostraram que o propranolol tem efeitos positivos no tratamento de ansiedade, especialmente fobias e transtorno de estresse pós-traumático, e no controle da depressão, particularmente em casos relacionados ao câncer. O fármaco também demonstrou efeitos neuroprotetores na epilepsia e melhorias comportamentais em modelos de Alzheimer, sugerindo seu potencial terapêutico. No entanto, mais pesquisas são necessárias para entender melhor os mecanismos moleculares subjacentes. No segundo capítulo, foram preparadas nanopartículas de zeína (NZ-PROP) do tipo nanoesferas pelo método de nanoprecipitação, para a administração oral do propranolol. As nanoesferas de zeína apresentaram um tamanho de 259,4 ± 12,71 nm, índice de polidispersão de 0,076 ± 0,1, e potencial zeta de -39,5 ± 1,3 mV. A morfologia das nanopartículas mostrou-se regular e esférica e com superfície lisa. A interação entre a zeína e o propranolol foi confirmada por várias técnicas, como espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier (FTIR), difração de raio-X (DRX) e calorimetria diferencial de varredura (DSC), indicando que o fármaco foi eficientemente incorporado nas nanopartículas. A formulação manteve boa estabilidade por 3 meses, com uma eficiência de encapsulamento de 80,16 ± 3,05 %. No estudo do Perfil de liberação in vitro, as NZ-PROP mostraram resistência ao ambiente gástrico, com liberação prolongada do fármaco em pH 6,8 (pH intestinal) de 96,09 ± 0,156 % por 144 h. As nanopartículas não causaram toxicidade em células L929 (fibroblatos de rato), indicando segurança. No terceiro capítulo, a segurança e eficácia das nanoesferas de zeína para a liberação oral do propranolol foram avaliadas. Testes de hemólise mostraram que as nanopartículas NZ-PROP foram seguras (sem danos) aos glóbulos vermelhos. Resultados de ensaios de citotoxicidade com células Caco-2 (adenocarcinoma colorretal epitelial humano) demostrou 100% de viabilidade celular para as nanopartículas com e sem fármaco, assim como com o propranolol livre. Nos testes de ecotoxicidade com Artemia salina, o propranolol livre causou morte em 100 % dos náuplios nas concentrações de 62,5, 250 e 500 μg.mL-1, enquanto com as nanopartículas NZ-PROP, permaneceu a viabilidade em todas as concentrações testadas, indicando redução da toxicidade. A mucoadesividade das NZ-PROP foi superior ao fármaco livre, com uma força máxima de descolamento de 0,2585 ± 0,05 N.cm⁻² e trabalho de adesão de 0,0381 ± 0,002 mN×m, favorecendo uma liberação prolongada do propranolol. Esses resultados indicam que as nanopartículas de zeína são uma estratégia promissora para melhorar a biodisponibilidade oral do propranolol, aumentando sua eficácia terapêutica, o que poderia melhorar a adesão e aumentar o sucesso do tratamento.
|
|
|
-
GRASIELLY ROCHA SOUZA
-
OBTENÇÃO TECNOLÓGICA DE CÁPSULAS GASTRORRESISTENTES COM EXTRATO SECO PADRONIZADO DE Morus nigra L. COM POTENCIAL PARA AUXILIAR NO TRATAMENTO DE DIABETES MELLITUS TIPO 2
-
Orientador : LIVIO CESAR CUNHA NUNES
-
Data: 09/05/2025
-
Mostrar Resumo
-
O Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) é uma doença metabólica crônica caracterizada por hiperglicemia persistente, sendo um dos principais desafios da saúde pública mundial. Diante da necessidade de terapias complementares seguras e eficazes, este estudo teve como objetivo desenvolver um extrato seco padronizado a partir das folhas de Morus nigra L. e formular cápsulas gastrorresistentes com potencial aplicação como adjuvante no tratamento do DM2. Inicialmente, foi realizada uma prospecção científica e tecnológica nas bases PubMed, Scopus, Web of Science, EPO, WIPO, USPTO e INPI, que resultou na seleção de 22 artigos e 13 patentes. Os dados demonstraram que os efeitos anti-hiperglicêmicos das folhas estão relacionados à inibição das enzimas α-amilase e α-glicosidase, ao aumento da secreção de insulina, à melhora da resistência periférica e à modulação do perfil lipídico e antioxidante. Na etapa experimental, o material vegetal foi submetido à avaliação farmacognóstica, análise térmica (TG/DTG), granulometria e caracterização cromatográfica. Em seguida, foi aplicado um planejamento fatorial 2³ para otimizar as condições de extração, com as variáveis solvente, tempo e agitação. As melhores respostas foram obtidas com solvente hidroalcoólico (1:1), tempo de 60 minutos e agitação, atingindo teores de 135,74 ± 2,51 mg EAG/g de fenóis totais e 17,00 ± 1,23 mg EC/g de flavonoides. A secagem do extrato fluido foi conduzida em spray-dryer, com novo planejamento fatorial 2³ (temperatura, fluxo e adjuvante), sendo a condição ideal 130 °C, 3,0 mL/min e 30% de dióxido de silício coloidal. O extrato seco resultante apresentou 79,00 ± 7,23 mg EAG/g de fenóis e 20,16 ± 0,72 mg EC/g de flavonoides, além de elevada atividade antioxidante frente ao radical DPPH (CE50 = 3,52 µg/mL), estatisticamente equivalente ao ácido ascórbico. O perfil cromatográfico por CLAE-DAD demonstrou a presença de compostos fenólicos relevantes, com destaque para o ácido clorogênico, utilizado como marcador químico. O processo de secagem preservou parcialmente os constituintes bioativos, mantendo a atividade antioxidante e a complexidade fitoquímica dos extratos, especialmente sob condições brandas de temperatura e alto teor de adjuvante. Foi desenvolvido e validado um método por espectrofotometria UV-Vis para quantificar o teor de ácidos clorogênicos totais (ACT) no extrato seco. As cápsulas gastrorresistentes foram selecionadas visando à proteção dos compostos polifenólicos frente à degradação em meio ácido e à liberação seletiva no intestino delgado. Estas foram preenchidas manualmente e submetidas a ensaios de controle de qualidade físico-químico, como: peso médio, desintegração e dissolução em meio simulado com pH 1,2 e 6,8. A formulação apresentou desempenho satisfatório em todos os parâmetros avaliados, confirmando sua adequação para uso como sistema de liberação modificada com aplicação potencial como auxiliar no tratamento do DM2.
|
|
|
-
RAYRAN WALTER RAMOS DE SOUSA
-
AVALIAÇÃO FISIOPATOLÓGICA DE UM NOVO MODELO DE DEPRESSÃO ONCOLÓGICA E A POTENCIALIDADE PARA REPOSICIONAMENTO DE FÁRMACOS ANTIDEPRESSIVOS NA QUIMIOTERAPIA
-
Orientador : PAULO MICHEL PINHEIRO FERREIRA
-
Data: 09/05/2025
-
Mostrar Resumo
-
A depressão é um distúrbio psicológico que afeta fortemente pacientes oncológicos e devido aos diferentes mecanismos até agora descritos, os antidepressivos apresentam potencial de reaproveitamento na terapia do câncer em virtude de suas propriedades antiproliferativas e antitumorais. Diante disso, este trabalho investigou a capacidade antiproliferativa e tóxica in vitro e/ou in vivo de antidepressivos e estabeleceu um modelo tumoral para estudo de depressão oncológica. Inicialmente, antidepressivos de diferentes classes foram submetidos a um screening de citotoxicidade (25 µg/mL) por meio dos ensaios MTT e Alamar blue. Os compostos mais ativos [Amitriptilina (AMI) e Fluoxetina (FLU)] foram analisados quanto à toxicidade em náuplios de Artemia salina (0,1 - 1000 µg/mL) e em diferentes linhagens celulares (0,19 - 25 µg/mL), com determinação do índice de seletividade (IS) e viabilidade de células de Sacoma 180 (S-180) pelo ensaio de exclusão do azul de Tripan, morte celular por citometria de fluxo, e quanto à participação dos canais iônicos (Na+, Ca2+ e KATP) no efeito antiproliferativo e em combinação com doxorrubicina (DOX). Em protocolos in vivo, investigou-se a atividade antitumoral de AMI e FLU (20 e 40 mg/kg) e a combinação destes com 5-Fluorouracil (5-FU, 10 mg/kg + 10 mg/kg) em camundongos com S-180 tratados por 10 dias, a participação do estresse oxidativo (malondialdeído, MDA) e nitrosativo (nitritos) e parâmetros de toxicidade morfofuncional e comportamental. Para o estabelecimento do modelo de depressão oncológica, animais portadores de S-180 foram avaliados usando os testes do campo aberto (TCA), labirinto em cruz elevado (LTCE), caixa claro-escuro, suspensão pela cauda (TSC), do nado forçado (TNF) e de preferência pela sacarose (TPS). Ademais, avaliou-se o efeito do tratamento com AMI ou FLU isoladamente (20 mg/kg, v.o.) ou em associação com 5-Fluorouracil (5-FU 10 mg/kg + 10 mg/kg) no TCA, TSC e TPS em animais com S-180 e a influência do estresse oxidativo (MDA e SOD) no hipocampo e córtex pré-frontal na indução da depressão oncológica. Ambos os compostos AMI e FLU apresentaram atividade inibitória maior que 80 % em diferentes linhagens e toxicidade em A. salina (CL50 = 5,9 e 9,3 µg/mL, respectivamente). AMI e FLU exibiram efeito antiproliferativo dependente do tempo e da concentração com padrão de morte celular sugestivo de apoptose. O bloqueio dos canais KATP interferiu no efeito antiproliferativo de AMI e o co-tratamento com anlodipino elevou o efeito antiproliferativo de FLU. As combinações com DOX revelaram efeito sinérgico e aditivo. As doses de AMI e FLU 20 e 40 mg/kg promoveram inibição do crescimento tumoral em 65,5 ± 5,0 e 73,0 ± 6,1 %; 59,7 ± 10,6 e 64,6 ± 7,6 % (p < 0,05), respectivamente. Em doses mais baixas (10 mg/kg), AMI e FLU também promoveram redução da massa tumoral seja do composto sozinho (38,6 ± 13,9 e 47,5 ± 15,3 %) ou combinado com 5-FU (56,3 ± 8,3 e 56,6 ± 5,6 %. O tratamento com AMI 20 mg/kg aumentou a peroxidação lipídica (p < 0,05) e FLU elevou os níveis de nitritos no tumor (p < 0,05). Os antidepressivos não alteraram parâmetros macroscópicos como peso dos órgãos e parâmetros bioquímicos, embora FLU 20 mg/kg tenha induzido leucopenia e associação de AMI + 5-FU aumentou os níveis séricos da transaminase glutâmico-pirúvica. Os animais com S-180 apresentaram maior tempo de imobilidade no TSC e anedonia no TPS (p < 0,05). AMI 20 mg/kg reduziu a conduta de autolimpeza e AMI e FLU 20 mg/kg reduziram a imobilidade no TSC enquanto no TPS, somente AMI elevou a preferência pela sacarose (p < 0,05). A associação de AMI ou FLU com 5-FU reduziu a frequência de groomings, o tempo de imobilidade (p < 0,05) e aumentou a preferência pela sacarose (p < 0,05). Os camundongos com S-180 manifestaram comportamentos característicos de depressão. Assim, os antidepressivos AMI e FLU atenuaram sinais de depressão em um novo modelo e exibiram atividade antiproliferativa e antitumoral contra células tumorais de S-180, denotando potencialidade farmacológica no tratamento de condições associadas ao câncer.
|
|
|
-
SHEYLLA JENNIFER DE ALENCAR ARRAIS BAIA
-
ANÁLISE SITUACIONAL DO ANTIMICROBIAL STEWARDSHIP PROGRAM EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL DE UMA MATERNIDADE DE REFERÊNCIA
-
Orientador : MARCILIA PINHEIRO DA COSTA
-
Data: 10/04/2025
-
Mostrar Resumo
-
Objetivos: O estudo visa criar uma análise situacional do programa de Antimicrobial Stewardship Program (ASP) na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal III (UTIN III). Metodologia: Foi um estudo prospectivo, observacional, realizado na UTIN III da Nova Maternidade Dona Evangelina Rosa, com 10 leitos e uma taxa de ocupação de 98%, no período de fevereiro a junho de 2024. Foram incluídos recém-nascidos (RN) com diagnóstico suspeito ou confirmado de infecção e em uso de antimicrobiano, excluindo aqueles sem desfecho clínico até o final do estudo. Fez-se levantamentos de dados para diagnóstico situacional, indicadores de processo e indicadores de desfecho microbiológico, clínico e financeiro. Resultados: Foram analisados 57 pacientes, todos fizeram uso de antimicrobiano em algum momento da internação. Mais de 70% dos recém-nascidos avaliados foram pré-maturos e abaixo de 2.500g. O diagnóstico situacional revelou que apenas 26,31% dos elementos essenciais do ASP foram evidenciados, chamando atenção a ausência de expertise em farmácia e ações educativas. A incidência de IRAS variou de 1 a 4%, ficando abaixo da média nacional. A análise microbiológica mostrou 65 isolados, destes destacam-se 16 Klebsiella spp. (05 isolados resistentes a carbapenêmicos), 12 Staphylococcus coagulase negativa, 11 Staphylococcus aureus, taxa de positividade de culturas de 11,9%, sendo a hemocultura responsável por mais de 80% dos isolados. O consumo e uso evidenciou DOTs (Days of Therapy) elevados para antimicrobianos de amplo espectro, como meropenem (1638) e vancomicina (1984),ficando com valores acima de outros estudos. A classificação AWaRe mostra grande utilização dos antimicrobianos de vigilância (53,9%), a WHO (2018) define ideal abaixo de 20-50%. Foram registrados 11 óbitos, com taxa média de mortalidade acima de 20%, considerada alta para os dados nacionais. Por fim, destaca-se que os gastos com antimicrobianos de amplo espectro são significativos, sendo responsáveis por 65% dos custos com antimicrobianos. Conclusão: O estudo mostrou a necessidade de iniciativas que promovam uso racional de antimicrobianos, reduzindo assim a resistência bacteriana, e otimizando os desfechos clínicos e econômicos, utilizando estratégias coordenadas de educação continuada da equipe de saúde na UTIN III, como o Antimicrobial Stewardship Program (ASP).
|
|
|
-
MARCELA DA SILVA NOLETO
-
AÇÃO DO ÓXIDO DE ROSA SOBRE PARÂMETROS HEMODINÂMICOS DE RATAS HIPERTENSAS
-
Orientador : JOAO PAULO JACOB SABINO
-
Data: 09/04/2025
-
Mostrar Resumo
-
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma condição multifatorial influenciada por fatores genéticos, epigenéticos, ambientais, sociais e inflamatórios. Os hormônios sexuais também desempenham papéis importantes no controle da pressão arterial (PA) tanto em mulheres quanto em ratas espontaneamente hipertensas (SHR). Dentre as substâncias promissórias para o tratamento da HAS, destaca-se o óxido de rosa (OR), um monoterpeno presente no óleo e aroma das rosas com propriedades anti-inflamatórias e anti-hipertensivas. Porém, não há relatos na literatura sobre sua ação na hipertensão em fêmeas SHR. Nesse sentido, o presente estudo avaliou o efeito agudo do OR sobre os parâmetros hemodinâmicos de fêmeas Wistar. Os animais foram anestesiados (cetamina – 75 mg/kg e xilazina - 10mg/kg) e submetidos à canulação da artéria e veia femoral. Quarenta e oito horas após, os animais foram conectados a um transdutor de pressão acoplado a um amplificador para registro da Pressão Arterial Pulsátil (PAP), de onde foram derivadas a Pressão Arterial Sistólica (PAS), Diastólica (PAD), Média (PAM) e Frequência Cardíaca (FC). As doses de OR (2,5 e 5,0 mg/kg) não foram capazes de promover uma redução significativa na PAS (∆ = 5 ± 3 vs -4 ± 5 mmHg), PAD (∆ = 4 ± 2 vs 2 ± 7; mmHg), PAM (∆ = 3 ± 1 vs 1 ± 6 mmHg) e FC (∆= 22 ± 9 vs 28 ± 13; bpm) em ratas saudáveis e SHR ao longo dos 120 minutos de monitoramento. Posteriormente, foi avaliado o efeito do OR sobre o sistema nervoso autônomo, por meio da análise da variabilidade da PAS e do intervalo de pulso (IP) das fêmeas Wistar e SHR, onde foi observado que os parâmetros no domínio do tempo da PAS (média, desvio padrão e variância) e do IP (média, desvio padrão, variância e RMSSD), bem como os parâmetros no domínio da frequência da PAS (LF) e do IP (LF, HF e LF/HF) não foram afetados pelo tratamento. Foi realizado ainda, o protocolo de avaliação do efeito vasorrelaxante do OR em artérias aortas de fêmeas da linhagem SHR, onde foi observado um relaxamento vascular na presença ou ausência de endotélio. Portanto, de acordo com os resultados aqui supracitados, podemos concluir que, o OR não alterou os parâmetros hemodinâmicos (PAM, PAS, PAD e FC) em fêmeas Wistar e SHR, mas causou um relaxamento na aorta de fêmeas SHR.
|
|
|
-
FRANCISCA VALDIRENE DE SOUSA NUNES
-
Envolvimento de receptores autonômicos na hipotensão e bradicardia induzidos pelo ferulato de etila em fêmeas espontaneamente hipertensas
-
Orientador : JOAO PAULO JACOB SABINO
-
Data: 08/04/2025
-
Mostrar Resumo
-
Os mecanismos de regulação da pressão arterial no sexo feminino apresentam algumas diferenças, as quais parecem ser, parcialmente, dependentes do hormônio reprodutivo estradiol, que culmina com o reduzido número de casos. Por outro lado, a hipertensão arterial sistêmica (HAS) é causada por diversos fatores, entre eles destaca-se a disfunção endotelial, reflexos cardiorrespiratórios e processos inflamatórios. Por isso, é crescente o número de estudos que buscam prevenir o desenvolvimento da HAS por meio da atenuação dos processos inflamatórios. Entre os compostos com ação anti-inflamatória está o ferulato de etila (FE), que é um produto natural pertencente à classe dos fenilpropanóides que pode atuar também como antioxidante e neuroprotetor, e apesar de haver relatos sugerindo ação cardioprotetora e anti-inflamatória, não há evidências sobre o efeito do FE na modulação cardiovascular em ratas espontaneamente hipertensas (SHR). Nesse sentido, o presente estudo avaliou o efeito do FE sobre a pressão arterial média (PAM) e frequência cardíaca (FC) em fêmeas Wistar e SHR, bem como o possível mecanismo de ação envolvido nessas respostas. As ratas (12 semanas de vida) foram submetidas a avaliação citológica vaginal para determinar a fase do ciclo estral. Em seguida, os animais foram anestesiados com cetamina (75 mg/kg) e xilazina (10mg/kg) via intraperitoneal e submetidos ao procedimento de canulação da artéria e veia femoral. Quarenta e oito horas após a canulação, os animais foram conectados a um transdutor de pressão acoplado a um amplificador para registro da PAM e FC. Após o período de adaptação (60 min) e o registro basal (30 min), iniciou-se a administração de Nitroprussiato de sódio (NPS - 8 μg/kg, i.v.) para confirmar a canulação venosa. Após 30 minutos, os animais foram tratados com salina (0,1 mL/100 g; i.v.) ou FE (7,5; 15; 30 mg/kg; i.v.) para avaliar o comportamento dosparâmetros avaliados. As doses de FE 15 e 30 mg/kg foram capazes de promover reduções sobre a PAM e FC de Wistar e SHR. O bloqueio dos receptores muscarínicos conseguiu impedir a queda da PAM e FC em Wistar, Nas SHR, ainda promoveu uma redução atenuada da PAM. O bloqueio adrenérgico não conseguiu evitar a queda da PAM, tanto nas Wistar e SHR, além de reduzir a FC em Wistar. O bloqueio dos receptores nicotínicos não impediu uma queda na FC de fêmeas Wistar e nas SHR ainda foi observado uma diminuição significativa da PAM. Dessa forma, o FE surge como uma possível ferramenta farmacológica anti-hipertensiva, por meio de sua atuação nos receptores muscarínicos. Entretanto, ainda são necessários estudos posteriores que elucidem outros possíveis mecanismos de ação pelos quais essa substância promove seus efeitos sobre o sistema cardiovascular.
|
|
|
-
ANNY LETICIA SILVA DE OLIVEIRA
-
AVALIAÇÃO DE p-AMINOCHALCONAS SINTÉTICAS COMO INIBIDORES DA BOMBA DE EFLUXO NorA RELACIONADA COM A RESISTÊNCIA A NORFLOXACINA EM Staphylococcus aureus
-
Orientador : HUMBERTO MEDEIROS BARRETO
-
Data: 31/03/2025
-
Mostrar Resumo
-
A resistência microbiana aos antimicrobianos é um grave problema de saúde pública, com um grande potencial de dano para a população, sendo uma das principais ameaças à saúde global atualmente enfrentadas pela humanidade. Portanto, a necessidade de investigar novos compostos capazes de inibir os mecanismos de resistência bacteriana e recuperar o potencial terapêutico dos antibacterianos existentes está se tornando cada vez mais urgente. As chalconas são compostos fenólicos com grande potencial farmacológico, com diversas atividades biológicas já relatadas. Este trabalho teve como objetivos avaliar a atividade antimicrobiana das chalconas: (E)-1-(4-aminophenyl)-3-(2,4-dichlorophenyl)prop-2-en-1-ona e (E)-1-(4-aminophenyl)-3-(2,2-difluorobenzo[d][1,3]dioxol-5-yl)prop-2-en-1-ona, aqui sendo referidas como AC-DC e AC-DF, contra diferentes linhagens microbianas, bem como investigar o seu efeito modulador da resistência aos antimicrobianos frente a linhagens de Staphylococcus aureus produtoras de bombas de efluxo. As análises microbiológicas in vitro foram feitas por meio da técnica em microdiluição em caldo. . Os valores de CIM para a Norfloxacina e o Brometo de Etídio (EtBr) contra as cepas SA1199 e SA1199-B foram determinados na presença ou ausência dos compostos, em concentrações subinibitórias. Também foram realizadas análises de docking molecular in silico para investigar mecanismos de interações moleculares entre as substâncias e a proteína NorA. Os compostos não apresentaram atividade antimicrobiana intrínseca relevante contra as linhages de Staphylococcus aureus testadas. Por outro lado, concentrações subinibitórias das p-aminochalconas potencializaram a ação da norfloxacina e aumentaram a ação do brometo de etídio contra S. aureus SA-1199B, reduzindo os valores de CIM, exibindo um efeito semelhante ao verificado para a clorpromazina, um inibidor padrão da bomba de efluxo. Os ensaios de fluorometria, para determinar o acúmulo intracelular de EtBr, mostraram que os compostos inibiram o efluxo de EtBr em SA1199B. Além disso, estes compostos acoplaram-se no sitío de ligação NorA, fazendo contato com os resíduos Ile141, Phe303, Phe140 e Arg310, sendo Dicloro estabilizado por uma interação Pi com Phe303, enquanto o Difluor interage com Phe140. Este conjunto de evidências sugere que as p-aminochalconas são inibidoras de NorA, e poderiam ser utilizadas como adjuvantes da Norfloxacina contra estirpes de S. aureus que superexpressam NorA.
|
|
|
-
YASMIM MARQUES DE SOUSA MOURA
-
CARACTERÍSTICAS ASSOCIADAS À PRESENÇA DE SÍNDROME METABÓLICA EM INDIVÍDUOS HIPERTENSOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
-
Orientador : CARLA SOLANGE DE MELO ESCORCIO DOURADO
-
Data: 27/03/2025
-
Mostrar Resumo
-
A Síndrome Metabólica (SM) é caracterizada como um agregado de alterações no metabolismo de um indivíduo, como, por exemplo a hipertensão arterial. Essas alterações metabólicas aumentam o risco de desenvolvimento de problemas associados e/ou lesão em algum órgão-alvo, o que consequentemente, pode resultar na utilização de múltiplos medicamentos e no aumento da complexidade da farmacoterapia utilizada por esses indivíduos. Objetivos: Analisar as características associadas à presença de síndrome metabólica em indivíduos hipertensos de 50 a 70 anos de idade do município de Bocaina - PI. Metodologia: O estudo tem delineamento transversal e a amostra final foi composta por 103 participantes. Os participantes eram orientados a comparecerem em jejum de 12 horas para a coleta dos seguintes parâmetros bioquímicos: colesterol total, HDL, LDL, triglicerídeos e glicose em jejum. Também foram coletados os dados demográficos, hábitos de vida, peso, altura, circunferência da cintura, presença de comorbidades, pressão arterial e as características do regime terapêutico utilizado de cada participante. A SM foi definida com base nos critérios preconizados pela National Cholesterol Education Program's Adult Treatment Panel III (NCEP - ATP III), para a estratificação do risco cardiovascular foi utilizada o escore de risco de Framingham e para a análise da farmacoterapia foi usado o Índice de Complexidade da Farmacoterapia (ICFT). O programa JASP 0.19.3 foi utilizado para análise estatística por meio do cálculo de Odd’s ratio sendo complementado pelo teste exato de Fisher para as variáveis dicotômicas e o teste U de Mann-Whitney para aquelas ordinais (p ≤ 0,05). Resultados: Dos 103 hipertensos, observou-se a prevalência do sexo feminino com 69,90% (n= 72) com a média de idade de 59,40 ± 7,39 anos. Utilizando os critérios para SM da NCEP - ATP III, constatou-se que a SM foi evidenciada em 69 hipertensos (67%), representando uma alta de prevalência de SM e, quanto ao gênero mais prevalente com SM, foi o sexo feminino (72,46%). Dentre os parâmetros estudados, os que apresentaram diferença estatística significante demonstrando forte associação com a presença de SM em hipertensos foram: a circunferência abdominal [OR 4,577 p = 0,002 (95% IC 1,621 - 13,545)]; a glicose em jejum (U= 688,5 p< ,001); os triglicerídeos (U=495,0 p< ,001) e o risco cardiovascular (U=801,5 p=0,003). Em relação a terapia farmacológica dos participantes do estudo, o número médio de medicamentos por indivíduo foi de 3,12 ± 1,75 medicamentos e o número médio de ICFT encontrada foi de 8,6 ± 4,87, no entanto, não foi observada associação da presença de SM com a complexidade do regime farmacoterapêutico utilizado pelos indivíduos hipertensão. Conclusão: Os resultados do presente estudo mostraram uma alta prevalência de SM e a circunferência abdominal, a glicose em jejum, os triglicerídeos e o risco cardiovascular apresentaram associação com a presença da SM nesta população de indivíduos hipertensos.
|
|
|
-
ILANA DOS SANTOS SOUSA
-
AVALIAÇÃO ANTITUMORAL DA CITRININA LIPOSSOMAL NO MODELO DE CÂNCER DE PELE MELANOMA
-
Orientador : JOAO MARCELO DE CASTRO E SOUSA
-
Data: 18/03/2025
-
Mostrar Resumo
-
A Citrinina isolada do fungo endófito Penicillium citrinum, se destaca por possuir atividades citotóxicas, antioxidantes e neuroprotetoras, porém, com conhecidos efeitos adversos, tais como, nefrotoxicidade, falta de seletividade e hepatotoxicidade. Nesse sentido, a utilização de nanotecnologia pode ser uma ferramenta interessante para melhoria das atividades farmacológicas de produtos naturais. O presente estudo teve como objetivo geral realizar uma avaliação nanotoxicogenética e antitumoral de lipossomas contendo citrinina em testes pre-clínicos com um modelo animal de melanoma metastático. Primeiramente, foi realizado uma revisão sistemática para uma melhor compreensão sobre o desenvolvimento de moléculas carregadas por nanopartículas com efeitos biológicos para o tratamento do câncer de pele. Posteriormente, foi realizado um estudo com lipossomas contendo citrinina na concentração de (2μg/kg-i.p) em modelo animal de melanoma metastático, comparando com o uso de cisplatina (2mg/Kg-, i.p.) e citrinina livre (2μg/Kg- i.p.). O tratamento começou 7 dias após a indução do câncer de pele, durante 21 dias consecutivos. Os resultados do levantamento sistemático mostraram quais moléculas foram nanoformuladas para o tratamento do câncer de pele. As principais moléculas estudadas incluíram nanopartículas magnéticas e híbridas, além de fármacos-alvo, como cobimetinibe e lenvatinibe, que demonstraram eficácia e seletividade em relação às células tumorais. Posteriormente, nos testes bioquímicos e hematológicos, a citrinina livre resultou em um aumento significativo nos níveis de hematócrito e hemoglobina. Em contrapartida, a citrinina lipossomal demonstrou resultados semelhantes, mas sem a mesma magnitude de impacto nos parâmetros hematológicos. O aumento dos parâmetros de leucócitos observado nos grupos tratados com CIT, LIP-CIT e CIS pode indicar uma modificação na resposta imune, possivelmente relacionada a uma inflamação ou uma ativação do sistema imunológico. O estudo também demonstrou alterações nas enzimas hepáticas, como aspartato aminotransferase e alanina aminotransferase, nos grupos tratados com citrinina na concentração de 2 µg/kg. Esses aumentos nos níveis de enzimas hepáticas são indicativos de dano hepático, demostrando que a citrinina livre pode desencadear uma resposta inflamatória ou causar lesão direta às células do fígado. A citrinina encapsulada nos lipossomas demonstrou eficácia antitumoral significativa, reduzindo o volume do tumor sem os efeitos colaterais severos observados na forma livre, como hepatotoxicidade. Em relação aos efeitos genotóxicos em células sanguíneas, a LIP-CIT apresentou menos genotóxica em células sanguíneas quando comparado com CIS e CIT o que mostrou a eficiência da nanoformulação lipossomal para minimizar os efeitos adversos de toxicidade em células tumorais. Em conclusão, a encapsulação da citrinina em lipossomas mostrou-se uma estratégia eficaz para manter sua ação antitumoral, ao mesmo tempo que reduz os efeitos colaterais, abrindo novas possibilidades terapêuticas para o tratamento de melanoma metastático.
|
|
|
-
PATRICIA NUNES DOS SANTOS
-
Análise do impacto do índice bispectral no consumo de sedativos e desfechos clínicos de pacientes críticos
-
Orientador : CARLA SOLANGE DE MELO ESCORCIO DOURADO
-
Data: 12/03/2025
-
Mostrar Resumo
-
A sedação é um componente essencial no manejo da agitação e ansiedade em pacientes críticos, mas a sedação profunda pode estar associada a complicações, como aumento do tempo de ventilação mecânica, prolongamento da internação e elevação da mortalidade. O Índice Bispectral é uma ferramenta para monitoramento da sedação, mas seu uso na UTI ainda é limitado. O objetivo deste estudo foi avaliar a o impacto do monitoramento do Índice Bispectral no consumo de sedativos e nos desfechos clínicos de pacientes críticos internados em unidade de terapia intensiva. Trata-se de um estudo prospectivo, descritivo e quase randomizado, realizado na UTI do Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU-UFPI) entre abril de 2024 e janeiro de 2025. Foram incluídos 39 pacientes, divididos em dois grupos: 20 no grupo controle (avaliação clínica tradicional) e 19 no grupo BIS (monitoramento pelo Índice Bispectral). Os participantes foram acompanhados quanto ao consumo de sedativos, tempo de ventilação mecânica, duração da internação e desfecho clínico (alta ou óbito). A análise estatística utilizou o software GraphPad Prism, empregando testes de normalidade, correlação e comparação entre grupos. Não houve diferença estatisticamente significativa no consumo médio de midazolam entre os grupos (p = 0,4977), mas o grupo BIS apresentou menor custo total com sedação (p = 0,022). A mediana de dias de internação na UTI foi ligeiramente maior no grupo BIS (20 dias) em comparação ao grupo controle (16 dias)(p = 0,1636). O tempo de ventilação mecânica foi menor no grupo BIS (9 dias) do que no grupo controle (11 dias), porém sem correlação estatística relevante (p = 0,3104).No desfecho óbito, o grupo BIS apresentou um percentual de 36,84%, enquanto o grupo controle foi de 70% (p = 0,0379). O valor médio do BIS para a população estudada foi de 49,89, sem correlação positiva entre o BIS e a escala RASS (r = -0,1216; p = 0,2304). Conclui-se, que o BIS não reduziu significativamente o consumo de sedativos, o tempo de permanência na UTI ou o tempo de ventilação mecânica. A ausência de correlação significativa entre os valores do BIS e da RASS reforça a necessidade de utilizar o BIS como ferramenta complementar e não como substituto das avaliações clínicas subjetivas. Esses achados reforçam a necessidade de mais estudos para consolidar o papel do BIS na prática clínica da terapia intensiva
|
|
|
-
RENATA PEREIRA DA SILVA
-
Potencial Terapêutico da casca do Anacardium Occidentale L. no manejo da Diarreia Aguda
-
Orientador : LIVIO CESAR CUNHA NUNES
-
Data: 10/03/2025
-
Mostrar Resumo
-
A presente investigação explora o potencial terapêutico da casca de Anacardium occidentale L. no tratamento da diarreia aguda, com foco nos compostos bioativos presentes em seus extratos. A pesquisa foi conduzida por meio de prospecção científica, utilizando plataformas como SciELO, PubMed, Web of Science e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), com descritores como "Anacardium occidentale", "cajueiro", "dysentery", “diarreia”, “extrato etanólico”, "ethanolic extract", “casca” e "bark", combinados com operadores booleanos "AND" e "OR". Foram incluídos artigos publicados em inglês, português e espanhol entre 2018 e 2024. Adicionalmente, realizou-se prospecção tecnológica em bases de patentes internacionais como European Patent Office (EPO), World Intellectual Property Organization (WIPO) e United States Patent and Trademark Office (USPTO) e no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). A análise dos extratos evidenciou variações significativas no resíduo seco, correlacionadas com a presença de flavonoides, taninos e outros metabólitos secundários identificados por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC). A otimização dos métodos de extração mostrou-se fundamental para o desenvolvimento de formulações farmacêuticas mais eficazes, já que a quantidade de resíduo seco reflete a concentração desses compostos. A coloração dos extratos também serviu como indicador da presença de bioativos, com tonalidades mais intensas sugerindo maior atividade antioxidante. A análise por HPLC identificou compostos diretamente associados às propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias dos extratos. O bioensaio com Artemia salina indicou toxicidade moderada, enquanto a ausência de atividade antimicrobiana intrínseca sugere que os efeitos terapêuticos estão mais relacionados à modulação da resposta imune e à redução da inflamação. Esses resultados confirmam a relevância da casca de Anacardium occidentale L. como agente promissor no tratamento da diarreia aguda, destacando a importância de análises detalhadas dos compostos bioativos e das características dos extratos. Essas descobertas são fundamentais para futuras pesquisas e para o desenvolvimento de formulações que possam melhorar a saúde pública, especialmente em regiões com acesso limitado a tratamentos convencionais.
|
|
|
-
JOSÉ OTÁVIO CARVALHO SENA DE ALMEIDA
-
Estudos in silico e in vitro de peptídeos encontrados na peçonha de Bothrops moojeni: Seus potenciais antidiabéticos, antioxidantes e vasculares
-
Orientador : DANIEL DIAS RUFINO ARCANJO
-
Data: 07/03/2025
-
Mostrar Resumo
-
As disfunções vasculares representam um dos maiores perigos à saúde das populações e encontrar soluções e tratamentos para essas condições é fulcral para a sociedade em se considerando o número de indivíduos acometidos. Tais questões que afetam a saúde apresentam uma grande diversidade etiológica e, portanto, é necessário encontrar terapias que tratem dessas diversas origens e de suas causas. Em virtude de se descobrir novas ferramentas para o tratamento das mais variadas doenças o estudo de peçonhas, venenos, secreções animais e seus derivados se apresenta como uma fonte quase inesgotável de recursos. No Capítulo I foi feita uma revisão integrativa que se propôs a avaliar quais são os achados a respeito dos mecanismos farmacológicos no desenvolvimento das ações antidiabéticas de peptídeos obtidos a partir de venenos, peçonhas e secreções animais. A revisão foi norteada pela seguinte pergunta: “Quais foram os peptídeos de origem animal e seus respectivos mecanismos de ação estudados para o tratamento direto da condição diabética?” de acordo com a estruturação determinada pelo acrônimo PECo (P, Problema; E, Exposição, Co, Contexto). As bases utilizadas foram Scopus, PubMed e Web of Science e envolveram um recorte temporal dos últimos cinco anos (2020-2024). Os mecanismos envolvidos são bastante variados e estão relacionados ao agonismo de receptores de GLP-1, ao agonismo de receptores de insulina, à inibição de canais de potássio, ao aumento da expressão de transportadores de glicose do tipo 4 (GLUT4), à inibição de alfa-amilases, dentre outros. Assim, tem-se que esses peptídeos são moléculas que apresentam um grande potencial no tratamento do diabetes. No Capítulo II se objetivou demonstrar os efeitos e a capacidade que três peptídeos potencializadores de bradicinina (BPPs) BPP-Bm01, BPP-Bax12 e BPP-13a encontrados na peçonha da jararaca (Bothrops moojeni) tem sobre o sistema vascular, sobre o sistema antioxidante e sobre o sistema relacionado ao tratamento do diabetes por metodologias in silico e/ou in vitro. Os achados do trabalho foram positivos e reforçam a ideia de que tais peptídeos podem ser benéficos para a saúde vascular. Determinando, assim, o potencial desses BPPs sobre os sistemas avaliados e a necessidade de se investigar mais detalhadamente essas moléculas com metodologias mais aprofundadas.
|
|
|
-
ANA VICTÓRIA ALVES PERES
-
Naringenina-7-O-D-glucosídeo complexada com ß-ciclodextrina e seus efeitos sobre o estresse oxidativo e inflamatório no diabetes e hipertensão: Uma abordagem In silico e In vitro
-
Orientador : DANIEL DIAS RUFINO ARCANJO
-
Data: 07/03/2025
-
Mostrar Resumo
-
A inflamação é um mecanismo de proteção natural no qual o organismo designa atividades do sistema imunológico para combater infecções, eliminar moléculas tóxicas ou recuperar-se de lesões, no entanto, quando exacerbada, se torna uma condição clínica no qual o sistema imune, através das citocinas e quimiocinas contribui para a formação de espécies reativas de oxigénio levando a condições de estresse oxidativo, que por sua vez, agravam ou desencadeiam quadros inflamatórios causando danos teciduais irreversíveis e contribuindo para o desenvolvimento de doenças crônicas como hipertensão e diabetes. Devido a isto, é muito frequente que pacientes diabéticos sofram com anormalidades das células cardíacas devido ao estresse oxidativo induzido pela hiperglicemia, que por sua vez intensifica ainda mais a depleção da membrana miocárdica por meio da resposta inflamatória. Embora haja muitas medicações para o tratamento destas comorbidades, sendo grande parte destas sintética, estes fármacos acabam por gerar diversas reações adversas, seja por sua biodisponibilidade, interações medicamentosas, metabolismo ou excreção, e é devido a isto que se vem estudando cada vez mais a biodiversidade dos produtos naturais como otimização do tratamento das condições clínicas. Tendo este princípio e devido a sua diversidade estrutura, diferentes tipos de flavonoides são continuamente estudados para avaliar suas propriedades farmacológicas como ações antioxidantes, atividades anti-inflamatórias, antidiabéticas e anti- hipertensivas. Pertencente a classe dos flavonoides, a naringenina se destaca por estas ações farmacológicas, no entanto pouco se sabe sobre sua forma glicosilada, e devido a sua conformação estrutural este flavonoide possui baixa biodisponibilidade no organismo, sendo a complexação com β-ciclodextrinas um dos métodos utilizados para melhorar a solubilidade da naringenina. Com o intuito de reunir informações sobre as propriedades farmacológicas supracitadas, este trabalho realizou uma pesquisa por estudos pré-clínicos sobre a Naringenina-7-O- βeta -D-glicosídeo complexado com ciclodextrinas (NAR-7-O-G/β-CD) em plataformas bibliográficas – (BVS, Science Direct, Pubmed e Web os Science), assim como busca pelas patentes nas plataformas (EPO, INPI e WIPO) (Capítulo I); resultando em 31 artigos elencados para análises e 5 depósitos de patentes; Em seguida foi feito um estudo da naringenina glicosilada (NAR-7-O-G) em relação a naringenina não glicosilada na fração 7 (NAR) para avaliar suas diferenças entre as características farmacocinéticas e as propriedades físico-químicas por predições ADMET e técnicas de ancoragem molecular (Capítulo II) revelando que que a NAR-7-O-G se enquadra tanto nas regras de Lipinsk como possui alta afinidade de ligação com alvos proteicos envolvidos nos processos inflamatórios, antioxidantes, antidiabéticos e anti-hipertensivos possuindo por tanto possíveis ações moduladoras nestes sítios ativos; E a fim de verificar as ações do complexo NAR-7-O-G/β-CD, realizaram-se testes in vitro para identificar as capacidades terapêuticas antioxidantes, anti-inflamatórias, antidiabéticas e anti- hipertensivas (capítulo III), e através de testes de hemocompatibilidade com sangue humano O+, verificou-se uma taxa de hemólise menor que 2% em diferentes concentrações da NAR-7-O-G/β-CD, tendo como resultados destes estudos um indicativo de que a estrutura glicosilada deste flavonoide estando complexada com betaciclodextrina possui potencial como agente terapêutico frente as comorbidades abordadas.
|
|
|
-
JEFFERSON DA CRUZ ESTEVES
-
PERFIL TOXICOGENÉTICO E ANTIPROLIFERATIVO DA CRISINA LIVRE E EM NANOCÁPSULA EM TESTES NÃO CLÍNICOS
-
Orientador : FELIPE CAVALCANTI CARNEIRO DA SILVA
-
Data: 06/03/2025
-
Mostrar Resumo
-
O câncer é uma doença responsável por inúmeras mortes ao ano e um problema global. Desta forma, é importante investigar novos compostos terapêuticos mais seletivos, que possam ajudar a minimizar esse cenário. As investigações toxicológicas de substâncias são essenciais no processo de descoberta de fármacos, pois permitem direcionar outras investigações que possam contribuir para a procura de substâncias com atividade antitumoral. Dentro desse contexto, a Crisina é um flavonoide de origem natural com propriedades biológicas de importância terapêutica como atividade anti-inflamatória, antioxidante, antigenotóxica, apoptótica, entre outros. Visando contribuir para as possibilidades de aplicação da Crisina dentro do contexto oncológico, o presente estudo teve o objetivo de avaliar sua toxicidade em teste de A. salina, seus possíveis efeitos genotóxicos em células de A. cepa, efeitos antiproliferativos em células tumorais e normais bem como prever seu perfil de semelhança à fármacos e toxicidade em análise in silico. A toxicidade da Crisina avaliada por Artemia salina, nas concentrações de 1000; 500; 250; 125; 62,5 e 31,25 µM nos períodos de 24h e 48h tiveram a CL50 determinada em 657 µM e 258,9 µM, respectivamente. No ensaio de Allium Cepa a Crisina apresentou efeito citotóxico nas duas maiores concentrações entre as avaliadas (250, 125 e 62,5 µM), entretanto, não foi identificado efeitos genotóxicos. O efeito antiproliferativo com base no ensaio de MTT frente as linhagens MCF-7 e MCF-10 apresentou valores de IC50 de 53,4 e 120,8 µM respectivamente, não foi possível determinar o valor de IC50 nas linhagens B16F10 e U87 sendo estimado como superior as maiores concentrações utilizadas (>125 µM e >200 µM respectivamente). As previsões in silico demonstraram que a Crisina não viola nenhuma das regras pré-estabelecidas para compostos candidatos à fármacos e apresentou toxicidade relativa baixa. Diante dos resultados, conclui-se que a Crisina apresenta efeitos citotóxicos que podem explicar sua ação antiproliferativa em células cancerígenas, as previsões in silico ainda demonstram que ela possui, em uma análise inicial, a características físico-químicas fundamentais para fármacos com biodisponibilidade oral compatível.
|
|
|
-
KEYLA LIANA BEZERRA MACHADO
-
ANÁLISE DA ATIVIDADE DO TIPO ANSIOLÍTICA E ANTIDEPRESSIVA DA FRAÇÃO ALCALOÍDICA II PROVENIENTE DA CASCA DA RAIZ DA Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir EM CAMUNDONGOS C57BL/6: UMA ABORDAGEM in sílico E in vivo
-
Orientador : MAURICIO PIRES DE MOURA DO AMARAL
-
Data: 06/03/2025
-
Mostrar Resumo
-
Estima-se que 4,05% da população mundial possua um transtorno de ansiedade, equivalendo a 301 milhões de pessoas. A ansiedade torna-se patológica quando os comportamentos de evitação e o medo sustentam-se e são perturbadores, apesar de ocorrer ausência de perigo ou perigo potencial. Outro transtorno que afeta milhões de pessoas no mundo é a depressão, estima-se que 3,8% da população seja afetada. Devido a problemas relacionados ao uso dos ansiolíticos e antidepressivos, a farmacoterapia destes transtornos necessita de opções mais eficientes e com menos efeitos adversos. Uma alternativa estaria no uso de produtos naturais, como os alcalóides indólicos, conhecidos como psicodélicos clássicos. A Mimosa tenuiflora (Wild) Poir. (Jurema Preta), planta típica de áreas semiáridas do Brasil, possui alcalóides psicodélicos, como N, N-dimetiltriptamina (DMT), com atividades farmacológicas provavelmente mediadas por receptores serotoninérgicos, como o 5-HT2A. Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito ansiolítico e antidepressivo da fração alcaloídica II (FA II) proveniente do extrato da casca da raiz da M. tenuiflora em estudos in sílico e in vivo com camundongos C57BL/6. Nos estudos in sílico, foi utilizada a plataforma PreADMET. A Bufotenina (4.46175) e o DMT (8.23325) atravessam livremente a BHE. E a Yuremamina (0.771346) atravessa de forma moderada. A Bufotenina (5.66068), o DMT (56.9742) e a Yuremamina (14.3759) apresentaram média permeabilidade nas células Caco-2. Em relação à HIA, a Bufotenina (89.469891), o DMT (96.591263) e a Yuremamina (85.074898) apresentaram valores superiores a 70%, possuindo elevada absorção intestinal. Os valores de PPB da Bufotenina (12.548244) e do DMT (24.097811) demonstraram baixa ligação às proteínas plasmáticas. A Yuremamina (96.950305) possui elevada ligação às proteínas plasmáticas. A Bufotenina, o DMT e a Yuremamina não foram capazes de inibir a P-gp. A Bufotenina e o DMT são substratos fracos da CYP3A4 e não inibem essa enzima. A inibição da CYP3A4 pela Yuremamina pode interferir no metabolismo de outros fármacos metabolizados por essa enzima. A Bufotenina, o DMT e a Yuremamina apresentaram resultados negativos para o potencial de carcinogenicidade em camundongos. Na inibição do gene hERG, a Bufotenina e o DMT apresentaram risco médio, e a Yuremamina apresentou alto risco. A Bufotenina, DMT e Yuremamina obtiveram resultados negativos para a presença de mutagenicidade nas cepas TA1535 +S9, TA100 +S9 e TA100 -S9. Na cepa TA 1535 -S9, apenas a Yuremamina apresentou resultados positivos para mutagenicidade. Nos testes comportamentais, foram realizados o Teste do Labirinto em Cruz Elevado (TLCE), Teste da Caixa Claro-Escuro (TCCE), Teste do Campo Aberto (TCA) e Teste de suspensão pela cauda (TSC), utilizando as doses 3, 6 e 9 mg/kg da FA II. Os resultados foram apresentados como média ± erro padrão da média (E.P.M.) e analisados por ANOVA, seguido pelo teste post hoc de Dunnett, utilizando o software GraphPad (versão 8.0). Considerou-se significância estatística para valores de p < 0,05. No TCLE, a FA II na dose de 9 mg/kg apresentou resultado significativo (p < 0,05) no número de entrada nos braços abertos, assim como a FA II nas doses de 3, 6 e 9 mg/kg aumentaram de maneira significativa (p < 0,001) o tempo de permanência dos camundongos nos braços abertos. No TCCE, ao reduzir o tempo de latência, os grupos tratados com FA II apresentaram efeito do tipo ansiolítico. No TCA, as três doses de FA II (3, 6 e 9 mg/kg) reduziram reduzir significativamente o comportamento de grooming (p < 0,05). No TSC, A FA II (3, 6 e 9 mg/kg) reduziu o tempo de imobilidade dos animais significativamente (p < 0,05). Os testes in sílico demonstraram resultados promissores em alguns parâmetros, como o de atravessar facilmente a BHE e possuírem boa absorção intestinal. Os testes comportamentais demonstraram que a FA II possui um efeito do tipo ansiolítico e antidepressivo.
|
|