A crescente demanda por fontes alternativas de proteína e a necessidade de destinação sustentável de resíduos agroindustriais têm impulsionado pesquisas sobre o uso de insetos na alimentação animal, especialmente em sistemas produtivos alinhados à economia circular. Nesse contexto, o Tenebrio molitor Linnaeus, 1758 (Coleoptera: Tenebrionidae) destaca-se como espécie promissora, apresentando elevado teor proteico, perfil nutricional balanceado e eficiência na conversão de substratos orgânicos em biomassa de alto valor biológico. O presente trabalho foi estruturado em dois estudos complementares. No primeiro, avaliou-se a substituição parcial do farelo de soja por farinha de larvas de T. molitor (FLTM) na alimentação de frangos de corte de 1 a 33 dias de idade. Foram analisados parâmetros de desempenho, digestibilidade, rendimento de carcaça, qualidade de carne e características ósseas. Verificou-se que a inclusão de até 21% de FLTM em substituição ao farelo de soja não comprometeu o desempenho produtivo, a digestibilidade dos nutrientes, nem as características de carcaça e ossos, destacando-se como alternativa viável para formulações de dietas avícolas. No segundo estudo, buscou-se avaliar a viabilidade econômica da utilização da cama de aviário como substrato alternativo na produção de larvas de T. molitor. Foram testados diferentes níveis de inclusão (0 a 100%), com análise de custos, viabilidade larval e índices de lucratividade. A substituição parcial e total da dieta convencional por cama autoclavada reduziu significativamente o custo de produção das larvas, sendo a inclusão de 25% responsável pelos melhores índices de receita bruta e valor agregado, enquanto a substituição integral apresentou o maior índice de lucratividade. De forma integrada, os resultados demonstram que tanto a utilização da FLTM em dietas de frangos de corte quanto a produção de larvas de T. molitor alimentadas com cama de aviário representam estratégias sustentáveis e economicamente viáveis. Além de reduzir a dependência de ingredientes convencionais, como o farelo de soja, estas práticas contribuem para a valorização de resíduos agroindustriais e para o desenvolvimento de sistemas produtivos mais eficientes e ambientalmente responsáveis.