Com a realização desta pesquisa objetivou-se avaliar a influência do tipo de silagem sobre a composição tecidual, características físico-químicas e o perfil de ácidos graxos da carne de ovinos terminados em confinamento. No Cap. I foi feita uma revisão integrativa, em que as buscas para a seleção dos artigos foram realizadas nas bases: SCOPUS, Web of Science, Wiley Online Library e Science direct. Para tanto, usou da estratégia de pesquisa a mnemônica PVO (population, variable of interest, outcome) para então definir a pergunta norteadora da pesquisa: “Quais as principais silagens usadas na terminação de ovinos?”. No Cap. II, foi conduzido um experimento com 32 cordeiros mestiços, machos, com peso inicial médio de 19,6 kg terminados em confinamento, alimentados com silagem de ração em mistura total (SRMT) contendo pornunça (Manihot sp.). Os animais foram distribuídos em delineamento de blocos casualizados, em arranjo fatorial 2 × 2, sendo duas formas de fornecimento (FF; SRMT e RMT) e duas relações V:C (40:60 e 50:50). Os dados foram analisados usando modelos mistos, sendo os tratamentos e suas interações considerados efeitos fixos e os efeitos de bloco e o erro experimental, efeitos aleatórios. As médias foram comparadas pelo teste ajustado de Tukey, sendo consideradas diferentes quando P ≤ 0,05. A revisão integrativa revelou que o Brasil foi o país que mais desenvolveu estudos sobre o tema, sendo a silagem da planta de milho a mais utilizada como fonte de volumoso na alimentação de ovinos confinados. De modo geral, o uso de diferentes silagens nas dietas exerce influência direta sobre a qualidade da carne de cordeiros confinados, a composição tecidual, características físico-químicas e ainda o perfil lipídico. Em relação ao Cap. II, as dietas ofertadas na forma de RMT proporcionaram maior peso da perna (P = 0,02), independentemente da relação V:C. Observou-se que a dieta com SRMT40:60 apresentou maior proporção de ossos (O) em comparação à RMT40:60. As proporções dos demais tecidos (M = músculo; G = gordura e outros tecidos) não foram influenciadas (P > 0,05) pelas dietas. O índice de musculosidade, bem como as relações M:O e M:G também não apresentaram diferença significativa (P > 0,05). As dietas não influenciaram a composição centesimal da carne (P > 0,05). Os maiores valores para L* (luminosidade) e perdas por cocção (PPC) foram observados na relação 50:50 em comparação à relação 40:60. As demais características físicas não foram influenciadas pelas dietas (P > 0,05). Os animais alimentados com SRMT, independente da relação V:C, apresentaram carne com maior concentração de C15:1 e C18:3 n-3 comparados aos alimentados com RMT. A relação V:C de 40:60 proporcionou carne com maior concentração de C20:2. Os demais ácidos graxos não foram influenciados pelas dietas (P > 0,05). Assim, com base nos resultados conclui-se que a Pornunça pode ser utilizada com segurança como fonte de volumoso tanto na forma de SRMT quanto na forma de RMT, nas relações V:C de 40:60 ou 50:50, sem prejuízo à qualidade da carne.