A análise de matrizes vegetais ricas em compostos apolares utilizando técnicas hifenadas, como a cromatográfica gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG-EM) apresenta alguns desafios relacionados com a baixa volatilidade de certos compostos, como os ácidos graxos livres e triacilgliceróis. Três metodologias de análise da fração apolar do extrato etanólico das folhas de Mimosa pteridifolia (Benth.), pertencente à família Fabaceae, foram comparadas, permitindo identificar 64 compostos, dos quais, 46 são inéditos em M. pteridifolia. Os compostos identificados são classificados como ácidos graxos (1-17); amidas (20 e 21); diácidos (22-24); terpenoides (18, 19, 25-35, 38, 49-55), dentre os quais, diterpenoides (25, 26, 34, e 38), sesquiterpenoides (18, 19, 29 e 30), triterpenoides de cadeia linear (27, 33 e 35), triterpenoides pentacíclicos (49-55), politerpenoide (32) e dois derivados do β-caroteno, a diidroactinidiolida (28) e loliolida (31). Adicionalmente, foram identificados tocoferois (36 e 37), esteroides (56-59), flavonoide (60), ácidos fenólicos (61 e 62), álcool (63), cetona (64), hidrocarbonetos (39-42), monoacilglicerois (43-45) e lactonas (46-48). A metodologia que se mostrou mais adequada, foi a que utilizou a derivatização da fração hexano/AcOEt por transesterificação-esterificação, seguida de sililação e análise por CG-EM, pois proporcionou a identificação de compostos mais voláteis como ésteres metílicos, derivados de ácidos graxos livre e de triacilglicerois, minimizando possíveis danos causados à coluna cromatográfica.