A política de Assistência Social passa a compor o tripé da Seguridade Social com a promulgação da Constituição Federal de 1988. A sua inclusão no rol de direitos da população representa um importante passo legal no enfrentamento às desigualdades sociais. No entanto, aspectos da formação sócio-histórica do Brasil e de suas respectivas unidades federativas, como o racismo estrutural, implicam na abrangência dessa política, especialmente no que se refere à garantia de direitos da população negra. Portanto, o presente estudo tem como objetivo analisar as ações socioassistenciais no município de Teresina - Piauí, com base em análise bibliográfica e documental, especialmente nos documentos produzidos entre 2017 e 2023, e em pesquisa de campo realizada nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e os Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) da localidade em questão. O método utilizado para responder o problema proposto na pesquisa foi o materialismo histórico-dialético, possibilitando enfatizar a dimensão histórica dos processos sociais, além da análise de conteúdo para extrair o maior potencial de informações possíveis dos dados qualitativos. Como resultados da pesquisa, constatou-se a inexistência de uma abordagem sobre o enfretamento ao racismo nas legislações que orientam a Política de Assistência Social, bem como a falta de programas, ações e atividades sistemáticas nos CRAS e CREAS referente ao tema. Destaca-se, portanto, a necessidade de incluir a questão racial nas normativas que orientam a Política de Assistência Social, além da urgência de um maior direcionamento da gestão municipal do SUAS.