A Política Nacional do Idoso e o Estatuto da Pessoa Idosa formam importantes pilares para o
reconhecimento de vários direitos e de suas garantias no contexto das políticas sociais
setoriais. Dentre estes direitos está o da educação para a vida e não para o mercado de
trabalho. Neste contexto surgem as Universidades Abertas da Terceira Idade (UNATIs)
enquanto extensão universitária que oferta serviços a essa população, embora o público
mobilizado seja majoritariamente de mulheres. O objetivo desta pesquisa foi analisar o perfil
e trajetórias de mulheres idosas que fazem parte do PTIA a partir dos indicadores de gênero,
classe e raça/etnia e seus imbricamentos, como eles interferem na inserção delas na
universidade. Desse modo, o problema de pesquisa estabelecido foi quem são as idosas
mobilizadas e que aderem a este serviço extensionista na UFPI? Qual o perfil destas mulheres
idosas? Como as desigualdades de gênero marcam suas trajetórias de vida e a velhice? Quais
as contribuições do PTIA/UFPI no processo de ressignificação da velhice? A pesquisa teve
três fontes: a bibliográfica, documental e de campo. Uma pesquisa explicativa/analítica, com
abordagem metodológica qualitativa mediante instrumento da entrevista semiestruturada com
roteiro. Para tanto, a pesquisa de campo no PTIA/UFPI foi desenvolvida os depoimentos de
15 mulheres idosas que participam do PTIA. A amostragem foi não probabilística e a
princípio, o critério de seleção seria o de idade maior, e que aceitassem participar do estudo,
entretanto quando as entrevistas foram iniciadas, os motoristas de ônibus da cidade de
Teresina-PI estavam em greve e isso fez com que as atividades da universidade passassem a
acontecer de forma on-line, o que impossibilitou o encontro com uma maior quantidade de
público, utilizando-se a técnica de bola de neve, a partir da indicação da primeira entrevistada.
Além disso, houve um registro de inclusão das participantes de maneira sigilosa, contendo
códigos e nomes fantasias para uso na análise de dados, respeitando o padrão ético da
pesquisa. Ressalta-se que os formulários do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
foram assinados pelas participantes. O método norteador desta pesquisa foi o Materialismo
Histórico-Dialético que busca superar a imediaticidade da realidade apreendendo sua essência
histórica e social. Conclui-se que os espaços de extensão universitária atingem
majoritariamente mulheres que ao longo da vida tiveram empregos formais ou vínculos
estatutários e hoje têm direito à aposentadoria e facilidade em acessar o espaço das
universidades.