Esta dissertação analisa os sentidos produzidos por jovens assentados/as da comunidade de São
Jerônimo, em Caxias (MA), acerca da condição de serem de famílias usuárias do Programa
Nacional de Crédito Fundiário (PNCF). A pesquisa parte da compreensão de que as juventudes
rurais constituem segmentos sociais fundamentais para o entendimento das transformações no
campo, especialmente no que diz respeito às disputas por território, identidades e políticas
públicas. O estudo foi desenvolvido com abordagem qualitativa, por meio de pesquisa
bibliográfica, documental e de campo, com destaque para entrevistas individuais
semiestruturadas, e entrevista com grupo focal. A escolha da comunidade para realização do
trabalho de campo considerou fatores como acessibilidade, atuação da associação local de
assentados/as e presença de jovens. Os dados empíricos foram analisados à luz da literatura sobre
juventudes, questão agrária, políticas de crédito fundiário. Os resultados revelam que os sentidos
atribuídos pelos/as jovens às suas vivências no assentamento estão atravessados por marcadores
sociais como gênero e geração, evidenciando tensões entre permanência e migração, desafios
estruturais e expectativas quanto ao futuro no campo. A pesquisa aponta limites e
potencialidades do PNCF na promoção da autonomia juvenil e na construção de pertencimento e
identidade como jovem rural. Ao focar nas percepções e trajetórias juvenis, o trabalho contribui
para o fortalecimento do debate sobre juventudes rurais e para a reflexão crítica sobre políticas
de acesso à terra no Brasil.