DIVERSIDADE DE OOMICETOS (Oomycota) E CONSERVAÇÃO NO PARQUE NATURAL MUNICIPAL LAGOA DO SAMBICO, TIMON - MA
Diversidade. Oomicetos. Dinâmica. Patogenicidade. Percepção Ambiental.
Os organismos zoospóricos podem ser encontrados com distribuição cosmopolita em diferentes tipos de substratos. Apresentam flagelos em suas estruturas de reprodução sexuada e/ou assexuadas. Eles podem ser parasitas de algas, peixes, plantas e crustáceos. A pesquisa teve como objetivos principais: caracterizar o Parque Natural Municipal Lagoa do Sambico, Timon, Maranhão no seu aspecto ecológico e ambiental, levantar a diversidade de Oomicetos presente na lagoa, destacando aqueles com potencial patogênico às plantas e animais e avaliar a percepção dos moradores do entorno. São poucos os relatos com estes organismos, sendo que neste local o estudo é pioneiro. A pesquisa é de natureza quantitativa, qualitativa e bibliográfica, com uma análise criteriosa da realidade que se apresenta. Como partes práticas e experimentais, foram realizadas cinco coletas, bimestrais, de Agosto/2014 a Maio/2015 em quatro pontos distintos da área e um formulário semiestruturado foi aplicado. A pesquisa foi aprovada no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí, sob o número: CAAE/435 893 15.5. 0000.5214, em observância a Resolução 466/2012, de pesquisa com humanos. A técnica utilizada para o isolamento e descrição dos Oomicetos consiste na iscagem dos fungos por meio de diferentes substratos. As frequências de ocorrências foram calculadas segundo escala de Braun-Blanquet e índice de similaridade de Sorensen. Fatores abióticos como a temperatura também foram avaliados além de abundancia e riqueza das espécies. Com o estudo foram identificados 16 espécies de Oomicetos pertencentes a cinco famílias: Olpidiopsidaceae, Pythiaceae, Pythiogetonaceae, Leptolegniaceae e Saprolegniaceae. As espécies Olpidiopsis aphanomyces Cornu, Saprolegnia luxurians Bhargava & G. C. Srivast e Aplanopsis terrestris Hohnk são descritas como primeiras citações para o Brasil. A análise da temperatura mostrou um indicativo para o aparecimento ou não dos Oomicetos, no período chuvoso houve maior ocorrência, no mês de fevereiro, com 13 isolamentos distintos, onde foi verificada maior riqueza. As análises estatísticas mostraram que o Índice de Similaridade de Sorensen foi significativo, sete táxons foram considerados similares aos períodos chuvosos e de estiagem. A abundância foi maior no período chuvoso, com 57 isolamentos. A percepção ambiental dos moradores do entorno é limitada, porém reconhecem que a água da lagoa não pode ser utilizada por causa da poluição. Segundo a literatura especializada nem todos os Ooomicetos encontrados apresentaram potencial patogênico, os gêneros Aphanomyces, Pythiogeton, Pythium, Achlya e Saprolegnia possuem representantes de importantes patógenos para plantas e animais. O parque precisa ser revitalizado para que os moradores do entorno não continuem sofrendo com o problemas ambientais existentes, como odor e acúmulo do lixo, provocando doenças e contaminação na água da lagoa. É necessário incrementar esforços para informar e sensibilizar a população sobre as questões ambientais.