Banca de QUALIFICAÇÃO: RANDYSON DA SILVA PINHEIRO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RANDYSON DA SILVA PINHEIRO
DATA: 28/05/2025
HORA: 15:00
LOCAL: Sala de Reunião do PRODEMA/UFPI
TÍTULO: Escorpionismo no Piauí: preditores antropogênicos e Etnobiologia
PALAVRAS-CHAVES: antropização; conhecimento ecológico local; escorpiões; fatores socioambientais.
PÁGINAS: 61
GRANDE ÁREA: Outra(s)
ÁREA: Ciências Ambientais
RESUMO:

O escorpionismo emerge como um grave e crescente problema de saúde pública em regiões tropicais e subtropicais, incluindo o Brasil, onde as condições climáticas favorecem a proliferação de escorpiões. A ordem Scorpiones demonstra notável plasticidade ecológica e adaptativa, permitindo o estabelecimento de populações tanto em ambientes naturais quanto em áreas antropizadas e degradadas. A expansão urbana desordenada, e problemas decorrentes dela, como o saneamento básico precário e a proximidade de áreas habitadas com ambientes silvestres, tem sido associados à presença de escorpiões em áreas ocupadas. Em ambientes rurais, a fragmentação e supressão da vegetação, ligadas a atividades agrícolas também parecem desempenhar papel determinante na problemática. Compreender este fenômeno complexo no Brasil, e mais especificamente no Piauí, exige uma perspectiva interdisciplinar, que vá além dos aspectos epidemiológicos e de saúde, e considere fatores ambientais e sociais. A dissertação, estruturada como coletânea de artigos, busca explorar o perfil dos estudos experimentais sobre escorpiões no Brasil; a influência de fatores socioambientais e socioeconômicos na ocorrência e gravidade do escorpionismo no Brasil, com ênfase no Piauí; e as percepções, crenças e práticas populares relacionadas à coexistência com escorpiões em comunidades rurais piauienses. Inicialmente constatou-se, por meio de uma revisão de escopo, um aumento expressivo de estudos sobre escorpiões nos últimos anos, com Pernambuco liderando a produção. Os métodos de coleta mais usuais foram busca ativa com luz ultravioleta, e a identificação predominante foi morfológica. As principais vertentes de pesquisa foram Ecologia e Etologia. A revisão evidencia um padrão ainda tradicional nos estudos, com uso reduzido de metodologias inovadoras. No segundo artigo, investigamos a associação entre a incidência de acidentes/internações envolvendo escorpiões e indicadores de sustentabilidade em municípios brasileiros. Resultados parciais mostram que 71,26% dos municípios têm baixa ou muito baixa pontuação de sustentabilidade, concentrados no Norte e Nordeste, padrão similar à distribuição de notificações e internações. A análise de componentes principais identificou variáveis agrupadas nos eixos socioeconômico, socioambiental, investimento público e ambiental como preditoras. Análises de causalidade com modelos lineares estão em andamento. Avaliamos no terceiro artigo a influência da antropização no escorpionismo em dois municípios piauienses com perfis distintos: Picos (urbano em expansão) e União (com grande área rural). Resultados parciais mostram tendência crescente incomum de casos em 2020-2022, principalmente em União. A distribuição espacial variou, com casos em área urbana em Picos e urbana/rural em União. O uso da terra difere, com União predominando cana-de-açúcar/pastagem e Picos com expansão urbana/lavouras temporárias. O quarto artigo registra percepções, crenças e práticas populares sobre a coexistência humano-escorpião em comunidades rurais de União, Piauí. Utilizando entrevistas semiestruturadas e estímulos visuais, 52 entrevistas parciais indicam que o medo é o sentimento mais citado (75%), e o metassoma a característica mais lembrada. O uso de preparos alcoólicos como tratamento tradicional foi observado. A dissertação enfatiza a necessidade de abordagens interdisciplinares para compreender e gerenciar o escorpionismo no Piauí, destacando a relação entre fatores ambientais, sociais e culturais.

MEMBROS DA BANCA:
Interno - 302.***.***-53 - FRANCISCO SOARES SANTOS FILHO - UESPI
Externo à Instituição - 435.***.***-04 - GILBERTO GONÇALVES RODRIGUES - UFPE
Interno - 2098982 - GIOVANA MIRA DE ESPINDOLA
Externo à Instituição - 024.***.***-18 - MAURICIO EDUARDO CHAVES E SILVA - IFMA
Presidente - 1167785 - ROSELI FARIAS MELO DE BARROS