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FRANCISCO EDUARDO DOS SANTOS SOUSA
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Conhecimento tradicional e medicina etnoveterinária no tratamento de pitiose em áreas rurais do meio norte brasileiro
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Orientador : JOSE DE RIBAMAR DE SOUSA ROCHA
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Data: 31/08/2021
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A pitiose é uma infecção causada pelo microrganismo Pythium insidiosum. Esse patógeno acomete plantas, animais, inclusive humanos, e causam sérios prejuízos econômicos. Deste modo, o conhecimento etnoveterinário dos criadores de animais domesticados de rebanho sobre a pitiose é relevante para auxiliar na promoção da saúde animal, além da implementação de políticas públicas que minimizem os impactos econômicos causados pela doença. Esse trabalho está estruturado em três capítulos com os respectivos objetivos: (1) realizar uma revisão sistemática da literatura acerca dos casos de pitiose notificados e publicados de 2000 a 2019 no Brasil; (2) registrar o conhecimento etnoveterinário dos criadores de animais domesticados em comunidades rurais do Piauí; e (3) documentar os tratamentos etnoveterinários utilizados por vaqueiros e agricultores em uma área rural do Piauí, Meio-Norte do Brasil. Para o primeiro objetivo foram compilados 60 trabalhos sobre pitiose no Brasil. Esses estudos difundiram-se nas cinco regiões do Brasil e em 17 unidades federativas. Um total de 430 notificações foram encontradas, com os Equinos (n = 190; 44,18%) e bovinos (n = 116; 26,98%) sendo os mais acometidos pela pitiose. Dos 430 animais notificados 151 morreram, dos quais 101 (66,89%) eram ovinos e 41 (27,15%) equinos. Para alcançar o segundo objetivo foram realizadas 109 entrevistas semiestruturadas com os criadores de animais domésticos de rebanho do município de São Félix do Piauí. Dos participantes da pesquisa 67 eram vaqueiros e 42 agricultores, com idade entre 18 e 77 anos. Os animais comumente criados são caprinos, ovinos, equinos e bovinos, entretanto houve relatos da criação de suínos e felinos. Os animais mais acometidos pela doença foram os equinos (n = 123; 95,3%) e os menos afetados foram os ovinos (n = 2; 1,6%). As perdas econômicas sofridas pelos entrevistados, em função da pitiose, variaram de 50,00 a 7.000,00 R$. O terceiro objetivo foi alcançado por meio da elaboração de uma lista de fitoterápicos e zooterápicos utilizados pelos entrevistados no tratamento da pitiose. Para isso, utilizou-se o valor de uso para determinar a importância relativa das espécies. Foi registrado o uso de 16 plantas e 02 animais (01 réptil e 01 anfíbio) para o tratamento da doença. As plantas medicinais mais usadas eram folha de fonte (Philodendron cordatum) e banana-brava (Cathasetum sp.), e os zooterápicos citados foram couro de sapo-cururu (Rhinella jimi) e cinza do chocalho de cascavel (Crotalus durissus). Os tratamentos apresentaram eficácia em 27 dos casos de pitiose. Os resultados contribuem com informações acerca de qual grupo animal é mais afetado pela pitiose no Brasil e no Piauí. Possibilitou a verificação da distribuição da doença no país e a identificação dos fitoterápicos e zooterápicos utilizados no tratamento da doença. Além disso, proporcionam a verificação dos impactos econômicos causados pela pitiose e podem auxiliar na elaboração e implementação de políticas públicas que minimizem o impacto econômico da pitiose dentro do estado.
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LUAN VICTOR BRANDÃO DOS SANTOS
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COMPOSIÇÃO E ETNOENTOMOLOGIA SOBRE VESPAS SOCIAIS NA REGIÃO MEIO-NORTE, NORDESTE DO BRASIL
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Orientador : PAULO ROBERTO RAMALHO SILVA
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Data: 31/08/2021
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Essa pesquisa teve enfoque as vespas sociais (Vespidae: Polistinae), conhecidas popularmente por marimbondos e cabas no Brasil, país com a maior diversidade de espécies do mundo. Objetivamos identificar o conhecimento e percepção de estudantes do ensino superior sobre as vespas sociais, bem como, sua distribuição e a composição de espécies no Nordeste e em uma fitofisionomia única da região, a Mata dos Cocais. Para tanto, essa pesquisa foi dividida em três fases entre novembro de 2019 a junho de 2021: a primeira foi focada na coleta de espécies de vespas em uma área de Mata de Cocais localizada no município de Timon/Maranhão durante novembro de 2019 a março de 2020, com uso de busca ativa e armadilhas com líquidos atrativos; a segunda foi focada em levantamentos bibliográficos de artigos sobre ocorrência de vespas sociais no nordeste brasileiro e usos de vespas por comunidades tradicionais do país; o último foi concentrado em pesquisa qualitativa exploratória etnoentomológica dos estudantes do curso de agronomia da Universidade Federal do Piauí através de formulários semiestruturados. Os resultados da revisão dos estudos de diversidade no Nordeste indicam que cerca de 1/3 da biodiversidade de vespídeos do país tem registros também na região, o que contrapõe a hipótese de baixa biodiversidade de vespas devido à composição florística nordestina. Em inventário rápido 14 espécies foram encontradas em área de Mata de Cocais, com predominância da tribo Epiponini e da espécie Agelaia pallipes; típicas tanto do Cerrado, quanto da Floresta Amazônica maranhense. Os estudantes conhecem, percebem e classificam as vespas sociais, com percepção ambiental a insetos, em geral, positiva principalmente por reconhecerem sua importância para manutenção da agricultura, ecossistema e utilização como controlador biológico de pragas. Algumas comunidades tradicionais brasileiras, em especial nordestinas, percebem positivamente as vespas e as utilizam para diferentes finalidades, principalmente, como alimento, com consumo dos imaturos (larvas e pupas) e mel, e terapêutico com o uso do ninho para preparação de chás, xaropes e infusões, outros usos como o religioso, decorativo, previsão do clima, lúdico e iscas para pesca também são citados. Em suma, há potencial farmacológico nos ninhos de vespas e portanto devem ser melhor investigados; o medo dos estudantes em ser ferroado é o principal fator que leva ao ataque e destruição de adultos e ninhos e desgosto para com os marimbondos, independentemente do grau de curso que estão e percepção positiva; o Nordeste brasileiro apresenta uma alta diversidade de espécies de vespas e regiões com potencial para estudos taxonômicos como estado da Bahia e biomas poucos explorados como a Floresta Amazônica.
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TERESA MARIA COÊLHO DUARTE NETA
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Expansão Espacial e Mudanças Ambientais a partir do desenvolvimento do Setor Habitacional: Reflexões sobre a Urbanização em Floriano, Piauí
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Orientador : MARCIA LEILA DE CASTRO PEREIRA
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Data: 31/08/2021
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O estudo da forma urbana trata da compreensão das transformações que ocorreram no passado, para então conceber teorias e entendimentos para o atual espaço urbano, a partir da observância da paisagem numa dimensão espaço-temporal. O fenômeno da urbanização brasileira é desigual, heterogênea, o que dá a este processo singularidades. As diversidades evidenciadas caracterizam os aspectos territorial, regional e ambiental, dando aos espaços urbanos diversas conotações de desenvolvimento, por isso é de suma importância trazer para uma cidade média no sul do Piauí o conhecimento sobre como sucedeu a sua expansão territorial e os aportes para sua urbanização. Floriano é uma das cidades do interior do Piauí com grandes perspectivas para o desenvolvimento urbano, social e econômico. A atribuição pode ser inicialmente explicada pelos investimentos do setor público, privado no setor de serviços e habitação. O estudo tem como objetivo principal analisar a relação da política habitacional e a produção do espaço urbano no contexto de Floriano (PI). De forma mais específica conhecer a configuração histórica que elevou as perspectivas atuais de desenvolvimento; estudar os agentes produtores do espaço urbano florianense; entender o meio ambiente natural diante do intenso processo de incentivo imobiliário; contribuir para o entendimento da trajetória da construção de uma Floriano Urbana. Para construir a dissertação, são empregados procedimentos metodológicos da pesquisa bibliográfica e documental baseado em livros, artigos científicos, documentos e acervos de fotografias dispostas em sites. As bases da pesquisa empírica são utilizadas mediante a necessidade de avaliar a percepção obtida através da experiência, da vivência adquirida no local. Verifica-se, que a estruturação da rede urbana influenciou diretamente a expansão da cidade, tornando-se uma grande área de monopólio entre as cidades vizinhas, com isso a atuação do setor habitacional foi imprescindível para a criação de novas áreas de vivências. As mazelas deste processo são a segregação socioespacial, desigualdade social, diminuição da qualidade ambiental.
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IZAMARA IANCOWICH
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ATIVIDADE TURÍSTICA EM REGIÕES NÃO LITORÂNEAS: ANÁLISE DO POLO TERESINA, PIAUÍ
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Orientador : WILZA GOMES REIS LOPES
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Data: 30/08/2021
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Entre as ações voltadas para a atividade turística, destaca-se a criação dos polos de turismo, idealizados como forma de descentralizar a gestão turística, tornando-se oficialmente uma metodologia de planejamento. Tais polos são modelos de desenvolvimento, incentivados pelo Governo com a finalidade de promover e ampliar as potencialidades turísticas, a partir da integração de municípios nos âmbitos econômico, ambiental, social e culturais, com parcerias público-provado, por meio da regionalização. Entre os polos turísticos existentes no estado do Piauí, destaca-se o Polo Teresina, considerado um dos mais importantes, pois nele se encontra a capital do estado. Atualmente, o polo está formado pelos municípios de Teresina, José de Freitas, Monsenhor Gil e Santa Cruz dos Milagres. Embora, apresentando atrativos turísticos, tanto naturais como culturais, não se percebe um turismo consolidado e nem ações voltadas para seu desenvolvimento. Dessa forma, faz-se necessária a realização de estudos voltados para o conhecimento do Polo Teresina e suas potencialidades turísticas, visando apoiar os gestores em ações voltadas para o desenvolvimento e divulgação do turismo no local. Então, neste estudo, pretendeu-se como objetivo geral, analisar a atividade turística no Polo Teresina, abordando aspectos de desenvolvimento econômico, social e cultural, com foco na sustentabilidade. Adotou-se como metodologia, levantamento bibliográfico, em que se buscou aprofundar, teoricamente, os assuntos discutidos e análise documental. Foram analisados, então, o Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável do Polo Teresina, de 2014 e, ainda, o Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável do Munícipio de Teresina, datado de 2011. Além disso, foram estudados os Planos Diretores das cidades, que formam o Polo Teresina, como também, as políticas estaduais voltadas para o turismo no Piauí. A análise de dados foi feita por meio de método descritivo, apresentados em forma de tabelas e quadros. Foi realizado, também, levantamento das potencialidades turísticas de cada município, por meio de pesquisa em sites, órgãos de turismo e em material bibliográfico, como também, visitas aos locais. As pesquisas in loco aconteceram, exclusivamente, na cidade de Teresina, onde foram reconhecidos os principais atrativos naturais e culturais da cidade, e realizado registo fotográfico. Como resultados, foi constatado que as potencialidades turísticas apresentam significativa demanda para os segmentos de turismo de negócios e de eventos, na cidade de Teresina, enquanto para turismo religioso na cidade Santa Cruz dos Milagres. Destaca-se, ainda, que os recursos naturais, em sua maioria, já estão inseridos como atrativos turísticos, nos planos de turismo, porém é necessário ampliar a oferta de serviços turísticos, como forma de incorporar a atividade como fator de desenvolvimento nos municípios. Os recursos cultuais em sua maioria são formados pelo patrimônio arquitetônico, pelas peregrinações religiosas e eventos culturais. Assim, no que concerne ao desenvolvimento do turismo no Polo Teresina e à participação em políticas públicas, observou-se que existem medidas orientadas para contemplar o turismo, mas se faz necessário aprimorar estes mecanismos, pois as ações projetadas pelas políticas não conseguiram alcançar os objetivos propostos. Além disso, não são suficientes para atenderem todas as demandas necessárias para estimular o turismo, considerando que a estrutura turística é condição necessária para o desenvolvimento do turismo. As ações do Estado, em praticamente todas as atividades turísticas, são regulamentadoras e não incentivadoras de ações empreendedoras. A estrutura básica e bens simbólicos do turismo são contemplados pelas políticas, porém, no turismo do Polo Teresina, a estrutura específica para atender a demanda também precisa ser incentivada e melhorada.
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JOSEANE DE ARAÚJO ALMEIDA
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Quitrídias (Fungi, Chytridiomycota) em fitotelmata e o potencial para Educação Ambiental na Floresta Nacional de Palmares, Altos PI, Brasil
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Orientador : JOSE DE RIBAMAR DE SOUSA ROCHA
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Data: 30/08/2021
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O Brasil é um dos países que apresenta a maior biodiverdidade do planeta tanto em ambientes terrestres quanto aquáticos, no entanto pouco se conhece sobre a ocorrência e distribuição dos organismos pertencentes ao filo Chytridiomycota nesses ambientes devido a escassez de estudos no país relacionados a esses fungos. Mais restrito ainda é o conhecimento da ocorrência das quitrídias em fitotelmata que até o momento não foi relatada para o país com base nas buscas realizadas na literatura especializada. Estes ambientes são caracterizados como pequenos corpos de água retido por plantas vivas ou mesmo em uma de suas partes. A Floresta Nacional de Palmares é uma Unidade de Conservação de uso sustentável, onde os fitotelmata presentes no tronco de algumas árvores são regularmente abastecidos na estiagem visando fornecer água para a fauna. Considerando a capacidade que as quitrídias possuem em habitar os mais diversificados ecossistemas esse trabalho tem como principal objetivo identificar a diversidade de quitrídias nos fitotelmata em tronco de árvores que são reabastecidos durante a estiagem. E especificamente analisar a dinâmica do desenvolvimento desses fungos durante a estiagem ao utilizarem água do reabastecimento em detrimento ao período chuvoso quando a água é coletada naturalmente; e avaliar a contribuição do processo de reabastecimento dos fitotelmata como instrumento aliado à Educação Ambiental no âmbito da visitação. Foram realizadas quatro coletas durante o período chuvoso e três coletas durante a estiagem coletando-se a água do reabastecimento para isolamento e identificação das quitrídias. Foram identificadas oito espécies pertencentes a seis famílias: Monoblepharidaceae (Monoblepharys hipogina), Gonapodyaceae (Gonapodya prolifera; G. polimorfa), Nowakowskiellaceae (Nowakowskiella elegans; e N. ramosa), Catenariaceae (Catenophlyctis variabilis) Blastocladielaceae (Blastocladiella britannica) e Spizellomycetaceae (Karlingiomyces rosea). Todas as espécies foram encontradas tanto no período chuvoso quanto na estiagem, no entanto as espécies isoladas foram mais abundantes no período de chuvoso, no entanto continuaram se desenvolvendo durante a estiagem evidenciando que o reabastecimento contribui com a conservação das quitrídias. Durante o reabastecimento foi possível observar que essa estratégia é capaz de atrair a fauna para pontos específicos, o que pode ser utilizado como aliado a prática do ecoturismo, por ser uma atividade que exige pouco esforço físico pode ser realizada por pessoas de todas as idades inclusive ser incluída como atrativo turístico. Nesse sentido o reabastecimento além de contribuir com a conservação da comunidade de quitrídias ainda possui potencial para a promoção da Educação Ambiental através da inserção de pessoas no meio ambiente adquirindo e transmitindo conhecimento que vise a conservação do meio ambiente. Por se tratar do primeiro estudo realizado em fitotelmata na Floresta Nacional de Palmares esses resultados contribuem significamente com o conhecimento da diversidade local
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JÉSSICA ALVES DA SILVA
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA CONSERVAÇÃO DO DELTA DO PARNAÍBA: UMA ANÁLISE SOBRE A PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS PROFESSORES DAS ESCOLAS DE ILHA GRANDE, PIAUÍ
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Orientador : MARCIA LEILA DE CASTRO PEREIRA
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Data: 27/08/2021
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A educação ambiental voltada para a conservação dos recursos hídricos pode ser uma importante instrutora no processo de sensibilização ecológica. A inclusão da sociedade no esforço de proteção dessas áreas pode trazer sobre elas um novo olhar, passando-se a valorizá-los como necessários e vitais para existência dos seres vivos. Neste sentido, um ambiente que promove a aprendizagem social é a escola, a educação ambiental permite eliminar fronteiras entre a população local e o espaço formal, ao tomar como eixo a realidade cotidiana. A escolha e seleção de temáticas ambientais e as identidades dos sujeitos locais envolvidos são componentes pedagógicos fundamentais na construção de práticas educativas e criação de situações de aprendizagens calcadas na experiência e na vivência, principalmente em escolas próximas às Unidades de Conservação. A escola é uma instituição social com poder e possibilidade de intervenção na realidade e que, por este motivo, deve estar conectada com as questões mais amplas da sociedade, como as UCs, incorporando-as à sua prática. A temática da água abre infinitas possibilidades de debate no contexto escolar, tendo como ponto de partida o Brasil, no qual apresenta em sua extensão territorial inúmeros recursos hídricos de fundamental importância para todo o planeta, como o Delta do Parnaíba. A região deltaica possui uma zona costeira constituída por um aporte de grandes quantidades de água doce, provenientes de extensos rios e igarapés. No estado do Piauí, o munícipio de Ilha Grande é um dos portais de entrada para o Delta do Parnaíba através do Porto dos Tatus, localizado às margens do rio de mesmo nome, que fornece o abastecimento de água para o munícipio, e promove o turismo, a pesca, dentre outras atividades na região. O trabalho em questão tem como objetivo principal analisar como o Delta do Parnaíba é apresentado no contexto formal nas escolas de Ilha Grande. Em relação aos objetivos classifica-se como do tipo qualitativo e, para isso, foram aplicadas entrevistas telefônicas e presenciais com os professores das escolas, com o objetivo de investigar as práticas educativas de EA desenvolvidas sob o contexto local do Delta do Parnaíba e identificar suas percepções sobre o meio. Como procedimento metodológico foi utilizado à pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo, exploratória e documental. A pesquisa exploratória teve como objetivo descrever os projetos desenvolvidos nas escolas por ONGs e instituições públicas dentre eles o “Projeto Pedagógico da Zona Costeira e Marinha do Brasil”, “APA Viva” e o projeto “Educação, água e cidadania”, voltadas para EA para conservação do Delta do Parnaíba. Entende-se que a aproximação da escola com assuntos relacionados ao Delta do Parnaíba é necessária para sensibilização ecológica de alunos e professores.
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JOSÉ JANIELSON DA SILVA SOUSA
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Educação Ambiental: Gestão e Desdobramentos do Programa Vamos Cuidar do Brasil em Escolas Públicas Municipais de Santa Cruz dos Milagres - PI.
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Orientador : MARCIA LEILA DE CASTRO PEREIRA
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Data: 27/08/2021
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A Educação Ambiental (EA) surge como uma estratégia para o enfrentamento de crises sociais, culturais e ambientais, com a perspectiva de mudança, renovação e transformação. Nos anos 90, após a Rio-92, educadores e ambientalistas lutaram para tornar a EA como parte do ensino formal. As políticas públicas de EA visam a transformação da escola em um ambiente mais participativo e próximo das dinâmicas já interiorizadas pelos alunos e comunidades. A partir de 2003 instauram-se no Brasil mecanismos para a estruturação mais efetiva da educação ambiental, possibilitando a articulação integrada de ações no campo institucional. No governo Lula (2003 – 2006), a política pública implementada pelo Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental, dentre outras propostas, buscou desencadear uma discussão em todas as escolas do país por meio do Programa Vamos Cuidar do Brasil (PVCB), considerado como um desdobramento dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN, e que busca fortalecer e enraizar a EA nas escolas através da realização das Conferências Infanto-Juvenis pelo Meio Ambiente (CNIJMA), com a criação das Comissões de Meio Ambiente e Qualidade de Vida (Com-Vida) e a Primavera X. A sustentação teórica deste trabalho aborda a reflexão da EA crítica e emancipatória com relação aos processos das políticas públicas de EA e etapas do PVCB (LIPIETZ, 2002; TRAJBER; MENDONÇA, 2007; MORIN, 2007, 2009; LIMA, 2008, RODRIGUES; LOUREIRO, 2017). Em recentes pesquisas realizadas pelos principais teóricos da EA, é possível constatar que 94% das escolas que possuem Ensino Fundamental no Brasil afirmam praticar EA em seus processos pedagógicos. Porém estes dados não refletem a verdadeira realidade, após análise mais profunda, ao longo dos anos, desde a implementação da PNEA, pode-se perceber que existem contradições entre o discurso e a prática que aparecem na rigidez curricular (TRAJBER; MENDONÇA, 2007; TOZONI-REIS, 2014; VIEGAS; NEIMAN, 2015; TEIXEIRA et al., 2019). Com base no exposto, a pergunta problema que a pesquisa pretender abordar é: O PVCB pode contribuir para a formação e transformação do currículo, espaço físico e gestão democrática no ensino fundamental das escolas públicas? O principal objetivo desta pesquisa é analisar a gestão e os desdobramentos do programa “Vamos Cuidar do Brasil”, suas contribuições para a educação ambiental em seis escolas públicas de Santa Cruz dos Milagres – PI no período de 2003 a 2020. Mais especificamente (i) Descrever o processo de aplicabilidade do programa no ensino regular das escolas públicas; (ii) Caracterizar o perfil dos profissionais da educação (professores, coordenadores, diretores, e demais servidores) das escolas municipais de Santa Cruz dos Milagres-PI e a relação destes com o programa; (iii) Verificar a percepção dos profissionais da educação sobre o programa, considerando suas perspectivas/sonhos, desafios e propostas para a inserção da educação ambiental nas escolas e no município, dentro dos eixos: currículo, espaço físico e gestão; (iv) Verificar os projetos de Educação Ambiental desenvolvidos pelas escolas no período de 2003 a 2020, identificando aspectos de gestão do programa para a resolução de problemas ambientais locais; (v) Relatar a importância do protagonismo juvenil, a atuação e contribuições dos Coletivos Jovens de Meio Ambiente (CJ) para o desenvolvimento de políticas públicas de educação ambiental nas escolas. A abordagem técnica quanto ao objetivo é bibliográfica, exploratória, documental, descritiva e pesquisa de campo, quanto às variáveis é qualitativa. O intuito é contribuir com os processos de implementação e melhoria das políticas públicas de EA, com base nas percepções e experiências das escolas públicas.
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JEFERSON SOUSA ALENCAR
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Educação não-formal: Uma análise qualitativa dos zoológicos do Brasil como espaço integrador de posturas em Educação Ambiental
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Orientador : CLARISSA GOMES REIS LOPES
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Data: 26/08/2021
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As aves apresentam elevadas taxas de extinção na natureza, apesar da sua grande relevância ecológica. Desta forma, é importante a sensibilização de toda a comunidade para os problemas da caça predatória e da manutenção de animais em cativeiro. Os zoológicos têm atuação na conservação de espécies e tradicionalmente oferecem ensino formal, orientado por professores para grupos educacionais, neste cenário, se destaca a Educação Ambiental crítica, em que é necessário compreender o ambiente do zoológico a partir de um olhar ético e humano. Objetivou-se avaliar o conhecimento dos estudantes sobre o tráfico de aves silvestres e o bem-estar animal, comparando a educação ambiental ofertada em zoológicos do Brasil. A pesquisa foi realizada na Escola Municipal Professor Paulo Nunes, localizada na capital de Teresina-PI, um questionário semiestruturado foi elaborado e aplicado envolvendo temáticas de animais silvestres, os dados foram categorizados por meio de análise temática. Deu-se continuidade a pesquisa através de busca realizada em bancos de dados científicos como o do Google Acadêmico, Scielo, ANPEd, ANPPAS, EPEA e Capes, usando as seguintes palavras-chave: “Educação Ambiental” + “Zoológico”, em três idiomas; português, inglês e espanhol. Os dados foram coletados observando os critérios de inclusão e exclusão determinados. De acordo com os teóricos analisados, pode-se observar que, a oferta da educação ambiental através de ambientes externos é uma prática comum no Brasil e que através destes locais é possível aprimorar os conhecimentos dos educandos, pois a aula torna-se mais prática e dinâmica. Mediante as questões elencadas, é necessário, portanto, que se façam novas interferências científicas envolvendo o desenvolvimento de estudos ambientais no ambiente escolar com o intuito de promover a sensibilização por parte dos estudantes que ainda insistem em praticar atos errôneos envolvendo a fauna. A educação é fundamental para o desenvolvimento do indivíduo, por isso a importância dessas temáticas estarem presente no cotidiano escolar e não somente estar presente em revistas, jornais, televisão ou internet. Assim, conclui-se que, o objetivo primordial de todos os zoológicos é o mesmo, o qual seja, ofertar a educação ambiental de modo a desenvolver uma consciência acerca da sustentabilidade e do meio ambiente.
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ANTONIO REIS DE SOUSA
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PATRIMÔNIO NATURAL DO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DA CANABRAVA, PIAUÍ: HISTÓRIA NATURAL E FITOSSOCIOLOGIA
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Data: 26/08/2021
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O ser humano, sua história, cultura e estilo de vida mantém ligação através de relações ecológicas com o planeta Terra, suas ações individuais e coletivas constroem, transformam e modificam o meio ambiente, cujos recursos naturais são limitados. O bioma Caatinga apresenta grande variação fisionômica, além degrande número de endemismos caracterizando-se como o único bioma exclusivamente brasileiro. A perda de uma delas pode representar o desaparecimento de uma diversidade que não existe em nenhuma outra região do mundo. Nesse aspecto, objetivou-se identificar os aspectos naturais e culturais presentes no município de São João da Canabrava, Piauí, relevantes para a transformação da paisagem local, sendo estes ligados a sustentabilidade social, econômica, ambiental, política e cultural. O município de São João da Canabrava, Piauí, apresenta áreas de duas formações rochosas: as formações Cabeças e Pimenteiras, as quais pertencem ao Grupo Canindé, que integra a Bacia do Parnaíba. O modelo deposicional dessas formações é reinterpretado no presente com base no contexto paleogeógrafo da bacia do Parnaíba durante o Devoniano. O município de São João da Canabrava possui uma população de 4.445hab e IDHM baixo, igual a 0,559. A atividade econômica de maior importância para o município é a agropecuária. A metodologia para coleta de dados da pesquisa foi dividida em duas etapas: 1) Levantamento de dados socioambientais (Caracterização do Patrimônio Natural através de levantamento bibliográfico e entrevistas para apreciação de dados socioeconômicos e socioambientais); 2) Levantamento de dados fitossociológicos (Coletar, identificar e caracterizar a estrutura da vegetação lenhosa da Caatinga em duas formações rochosas, Cabeças e Pimenteiras, presente no município de São João da Canabrava, através dos parâmetros fitossociológicos, bem como conhecer a composição florística de todos os estratos e de plantas lenhosas não contempladas no estudo fitossociológico). No que se refere a florística foram identificados 51 táxons de plantas pertencentes a 41 gêneros e 24 famílias, dos quais 47 foram identificados até o nível espécie e 4 ao nível de gênero. As famílias que apresentaram maior riqueza de espécie foram Fabaceae com 16 (31,3%) espécies, Euphorbiaceae com 4 (7,8%) e Bignoniaceae com 3 (5,8%). Os dados fitossociológicos apontaram que a área estudada possui uma alta diversidade de plantas lenhosas para a região de Caatinga através do Índice de Shannon-Wiener (H’) que apresentou um valor de 3,1 nats.ind-1. As espécies com maiores VI e VC foram Croton jacobinensis, Cenostigma macrophyllum, Aspidosperma pyrifolium e Croton grewioides. A altura média dos indivíduos foi 3,51m, com altura máxima de 14,00m e mínima de 1,00m. O diâmetro médio dos indivíduos foi de 9,25cm, com valor máximo de 167,4cm e mínimo de 3,18cm. Na fitossociologia comparativa entre as duas formações (Pimenteiras e Cabeças), pode-se notar que elas diferiram no que se refere a diversidade florística, na qual a formação Cabeças apresentou-se mais diversa com (H’) igual a 2,85 nats.ind-1, enquanto a Formação Pimenteiras apresentou o valor de (H’) igual a 2,37 nats.ind-1. Apenas duas espécies ficaram entre as cincos espécies com maiores VI e VC para as duas áreas: A. pyrifolium, C. grewioides. As espécies C. macrophyllum, Piptadenia stipulacea obtiveram valores expressivos apenas para a Formação Cabeças. Já as espécies foram C. jacobinensis, Cenostigma pyramidale, Pityrocarpa moniliformis, apareceram apenas na lista da Formação Pimenteiras. Quanto a riqueza de espécies as duas formações apresentaram valores semelhantes, no entanto, as duas Formações diferiram quanto a composição florística, apresentando uma quantidade expressiva de espécies exclusivas para cada formação. Quanto as classes de altura e diâmetro, as duas formações apresentaram valores próximos. Conclui-se que o município de São João da Canabrava, apresenta alta biodiversidade de plantas lenhosas, a qual é influenciada pela presença das Formações Pimenteiras e Cabeças. No entanto, os baixos níveis de desenvolvimento humano do município, aliado com a superutilização dos recursos naturais em solos naturalmente pobres, através de práticas agrícolas inadequadas, influenciam na degradação ambiental da Caatinga. Portanto, este estudo aponta a necessidade de uma interação mais sustentável com o ambiente, no intuito de que a reflexão homem-natureza provoque a valorização do Patrimônio Natural e a sua conservação.
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MAYRA OLIVEIRA ARCOVERDE
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Aspectos e impactos ambientais dos produtos de higiene menstrual
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Orientador : ELAINE APARECIDA DA SILVA
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Data: 25/08/2021
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A menstruação faz parte do ciclo reprodutivo da mulher, sendo uma descamação das paredes internas do útero quando não há fecundação. Para a contenção do fluxo menstrual são utilizados produtos que podem ser classificados em internos ou externos, descartáveis ou reutilizáveis. São produzidos com uma diversidade de matérias-primas, têm formas diferentes de uso e descarte e, como qualquer outro produto, podem gerar impactos ambientais em todo seu ciclo de vida. O objetivo geral deste estudo é avaliar os potenciais impactos ambientais associados aos produtos de higiene menstrual. E, especificamente, identificar os principais tipos de produtos utilizados para contenção menstrual; adaptar o método Matriz de Avaliação Rápida de Impacto (RIAM) para avaliação dos parâmetros Físico/Químico, Biológico/Ecológico, Social/Cultural e Econômico/Operacional associadas aos produtos identificados; e por fim, indicar alternativas mais sustentáveis ambientalmente para higiene menstrual. Desse modo, inicialmente, foram analisados sites de fabricantes de absorventes descartáveis e coletores menstruais, as informações identificadas foram confrontadas com categorias, como, por exemplo, “consumo de água” e descarte. Foram, ainda, realizadas pesquisas em bases de dados, com associação dos nomes dos produtos, com temas relacionados à sustentabilidade ambiental. Verificou-se que grande parte dos sites dos fabricantes de coletores faz apelo à sustentabilidade ambiental, utilizando como argumento a durabilidade do seu produto, enquanto os fabricantes de absorventes, em geral, trazem pouca ou nenhuma informação a respeito. Também, foi aplicada uma adaptação da matriz RIAM, em que foram analisadas as fases de produção, uso e destinação final dos absorventes descartáveis convencionais e dos coletores menstruais. Os absorventes tiveram impactos expressivamente negativos nos parâmetros Físico/Químico e Biológico/Ecológico, principalmente, por sua matéria-prima de plástico, advinda da extração do petróleo, que não é facilmente biodegradável. O coletor menstrual se mostrou como uma alternativa interessante por ser reutilizável e não demandar a compra de novos itens a cada ciclo menstrual, por consequência, reduz a produção de rejeitos; porém, ainda é avaliado com impactos negativos quanto ao preço de investimento inicial, necessidade de água para a sua higienização adequada, além de existir barreiras associados ao seu uso por questões culturais, por conta da sua inserção vaginal. A sustentabilidade ambiental é uma questão global e atual. Independente de como individual e socialmente elaboremos simbolicamente a menstruação, muitas meninas, mulheres e pessoas que menstruam continuarão a utilizar produtos de contenção do fluxo menstrual e é preciso que mais estudos sejam realizados sobre seus impactos na saúde e no meio ambiente.
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IRENE SUELEN DE ARAUJO GOMES
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COMPOSIÇÃO DA AVIFAUNA E A PERCEPÇÃO ETNOORNITOLÓGICA DOS CONDUTORES DE TURISMO DO PARQUE NACIONAL DE UBAJARA - CE
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Orientador : ANDERSON GUZZI
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Data: 15/06/2021
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O Brasil ocupa um título mundial de país megadiverso, com notoriedade na área da biodiversidade o que traz consigo uma grande responsabilidade para conservação. Com o intuito de preservação da biodiversidade, as Unidades de Conservação (UCs) são atuantes nessa missão. Os Parques Nacionais são UCs responsáveis pelo compromisso de motivar pessoas para questões ambientais, monitorar e conservar o meio ambiente. A pesquisa foi realizada no Parque Nacional de Ubajara (PNU), onde se encontra um cenário único com áreas de vegetação típica de mata úmida e seca. Nesse contexto, objetivou-se identificar os atrativos ecoturísticos do Parque através do uso de dados georreferenciados; classificar dados por meio do levantamento da avifauna sobre as 60 espécies mais abundantes em um aplicativo de acesso para condutores, turistas e funcionários e registrar o conhecimento dos condutores de turismo do PNU, acerca da diversidade e conservação das aves locais. A área do PNU está localizada na Serra da Ibiapaba, envolvendo os municípios de Ubajara, Tianguá e Frecheirinha, no estado do Ceará. Acerca dos dados georreferenciados, seguiram a sequência de escolha, aquisição, processamento digital, classificação, interpretação e geração de mapas. Para o levantamento da avifauna, a metodologia utilizada foi a de delimitação de pontos de escuta, através de registros auditivos e visuais. Os dados obtidos junto aos condutores de turismo da UC são quali-quantitativos, coletados através de diálogos informais e entrevistas semiestruturadas. Com a pesquisa enviada e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa Humana da UFPI/Campus Ministro Petrônio Portella (CAAE 23741019.3.0000.5214). Os resultados dos dados de Sensoriamento Remoto mostraram, através da identificação e a quantificação, que as variações na temperatura da superfície terrestre estão diretamente relacionadas com as dissemelhantes paisagens na cobertura e uso da terra. Através do levantamento da avifauna, foram analisadas as 60 espécies mais frequentes, com dados avaliados de acordo com a abundância, distribuição no Brasil, guildas, status e risco, que serão organizados em um aplicativo para android. Mediante os resultados obtidos com a pesquisa, identifica-se a área do PNU como um local de relevante importância para o conhecimento e conservação da biodiversidade, com possibilidades de práticas ecoturísticas já presentes e desenvolvimento de outras, como a observação de aves, que alia lazer com conservação.
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WESLEY FERNANDES ARAÚJO
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Programa de Saúde e Saneamento Básico na Área Rural do Piauí (PROSAR-PI): promoção da qualidade de vida no Povoado Mirolândia, Picos-PI
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Orientador : JAIRA MARIA ALCOBACA GOMES
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Data: 28/05/2021
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A avaliação de uma política pública ou programa social é um elemento essencial que permite aos tomadores de decisões um melhor direcionamento das intervenções, além de trazer à tona informações sobre a alocação de recursos, melhorar a qualidade da gestão e para saber como e se os resultados pretendidos são alcançados, ao mesmo tempo que propicia um maior controle social. Esta pesquisa trata-se de um estudo de caso referente as ações realizadas em uma comunidade beneficiada pela segunda fase do Programa de Saúde e Saneamento Básico na Área Rural do Piauí (PROSAR-PI/PIAUÍ-II). O objetivo é avaliar a destinação de recursos e as estratégias de desenvolvimento comunitário sustentável adotadas pelo PROSAR-PI/PIAUÍ-II no Povoado Mirolândia, em Picos. Para tanto, recorreu-se à pesquisa documental a partir de dados coletados nas seguintes fontes: Instituto de Águas e Esgotos do Piauí, Diário Oficial do Estado, Controladoria-Geral do Estado do Piauí, Tribunal de Contas do Estado do Piauí e Sistema Integrado de Saneamento Rural do Piauí. Procedeu-se ainda entrevistas semiestruturadas com agentes que contribuíram na execução das ações no local e aplicou-se formulários com chefes das famílias beneficiadas e o período de análise é de 2009 a 2020. A pesquisa foi dividida em 5 eixos temáticos e os seus indicadores demonstraram que o Programa foi eficiente na aplicação de recursos financeiros, apesar dos problemas que retardaram a entrega das obras, tendo em vista a preocupação de atender toda a demanda buscando solucionar sempre os problemas identificados para garantir a cobertura e a longevidade dos serviços. Verificou-se também que o mesmo se apoiou em meios que contribuíram para o alcance dos seus resultados como, por exemplo, a participação dos habitantes e agentes de saúde nas tomadas de decisões, utilização de consultoria para o suporte no gerenciamento e fiscalizações, além da qualidade da infraestrutura e dos processos de divulgação, didática e dos conteúdos educativos que foram bem avaliados pelos moradores. Houve ainda a sensibilização da população para aceitar o modelo de gestão implantado e os beneficiários se adequavam aos objetivos e critérios de seleção adotados. Em relação a efetividade observou-se efeitos sociais, como a frequência no abastecimento de água, redução das despesas para o seu consumo, hábitos de higiene, diminuição de doenças de veiculação hídrica e efeitos institucionais com o fortalecimento da associação de moradores. Além disso, há uma situação de estabilidade financeira, com a inadimplência local inferior a 5% a partir do segundo ano em que a comunidade passou a integrar o modelo de gestão multicomunitário, a existência de uma tarifa condizente com as condições financeiras das famílias, o que corrobora para a continuidade da prestação de serviços no longo prazo. Conclui-se, portanto, que o PROSAR-PI conseguiu ser eficiente, eficaz e efetivo em suas estratégias de desenvolvimento promovidas no local. O seu sucesso foi percebido pela sua forma de atuação que garantiu não somente o acesso ao abastecimento e aos banheiros, mas complementando-o com orientações à população para melhoria da higiene, conservação da infraestrutura implementada, cuidados com o meio ambiente e de se manter adimplentes.
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JOSÉLIA OLIVEIRA CARRIAS
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Níveis de maturidade ambiental em indústrias de tintas imobiliárias
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Orientador : ELAINE APARECIDA DA SILVA
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Data: 05/05/2021
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A construção civil, como uma indústria de emissões intensivas, deve buscar inovações para alcançar uma maior conservação dos recursos naturais. Dentre os materiais utilizados nesse setor as tintas têm a função de colorir, proteger e embelezar. No entanto, é uma atividade que causa diversos impactos ambientais. Esse setor pode se beneficiar com os princípios da Avalição do Ciclo de Vida Organizacional (ACVO) na identificação dos processos, das atividades e das etapas do ciclo de vida de produtos e de serviços que tenham oportunidade de se tornarem mais sustentáveis ambientalmente. Nesse estudo, foi realizada uma visita em uma fábrica de tintas localizada no município de Demerval Lobão-PI, que contribuiu para o conhecimento das atividades do setor, mais especificadamente: matérias-primas, processo produtivo, produtos, consumo de água e energia. Inicialmente, caracterizou-se esse segmento através da literatura científica e documentos ligados ao setor de tintas. Também foram analisados os conteúdos divulgados pelos fabricantes de tintas imobiliárias a fim de identificar se o que é fornecido pelos fabricantes em suas plataformas digitais é suficiente para verificar a maturidade ambiental e elaborar uma ACVO. Foram identificadas quarenta e nove empresas, em que se constatou que cerca de 10% delas estão no último nível (estágio mais avançado) de maturidade ambiental. Para identificar os subsídios para a elaboração de uma ACVO foram investigados os instrumentos ou práticas já adotadas pelas organizações brasileiras. Para isso, foram analisados os documentos disponíveis nos sites das fabricantes de tintas, tais como: Ficha de Informações de Produtos Químicos (FISPQ), relatórios de sustentabilidade/sustentabilidade socioambiental, relatórios relacionados ao Sistema de Gestão Ambiental e licenças ambientais. Através disso, foi possível encontrar subsídios, tais como: informações sobre equipamentos com suas respectivas potências, matérias-primas, efluentes líquidos e resíduos sólidos. No entanto, constatou-se também que a ACVO, assim como a Avalição do Ciclo de Vida (ACV) e as demais ferramentas do ciclo de vida, demandam dados mais específicos do que é possível resgatar nos documentos identificados. Desse modo, confiabilidade, exatidão e uma razoável cobertura temporal são elementos indispensáveis que só são possíveis conhecer quando há uma receptividade da organização no fornecimento de dados, assim como experiência do executor da ferramenta na mineração, organização e interpretação dos resultados.
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RUANNA THAIMIRES BRANDÃO SOUZA
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Diversidade vegetal em cristas dunares residuais no Municipio de Ilha Grande, Piauí, Brasil, com ênfase na conservação de Anacardium occidentale L.
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Orientador : IVANILZA MOREIRA DE ANDRADE
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Data: 30/03/2021
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As dunas são ecossistemas costeiros com padrões morfológicos distintos, classificadas em móveis, semifixas e fixas, onde é possível observar a formação de cristas residuais dunares (CDRs). Objetivou-se com este estudo caracterizar a composição florística e quantificar as diferenças na vegetação que poderiam ser atribuídas a passagem de dunas migratórias sobre a vegetação de restinga estabelecida em séries de cristas transversais e longitudinais bem como avaliar o perfil socioambiental dos moradores sobre o uso e a ocupação do cajuí (Anacardium occidentale L.) na localidade Labino, Ilha Grande, Piauí. Para amostragem fitossociológica foi utilizado o método de parcelas múltiplas. Para cada duna selecionada, nove pontos de amostragem foram estabelecidos em intervalos de 125 m ao longo de dois transectos de 1 km de comprimento, um percorrendo os CDRs transversais na parte central dos caminhos de duna, e um outro ao longo das CDR longitudinal sul. Em cada local de amostragem, três parcelas foram estabelecidas a uma distância de 30 m uma da outra, perfazendo 27 parcelas para cada um dos quatro transectos, ou seja, 108 parcelas no total. Para a amostragem da vegetação lenhosa foram estabelecidas parcelas de 10 × 10 m (100 m²), e dentro de cada parcela uma outra de 1 × 1 m (1 m2), não coberta por espécies lenhosas, para amostrar os indivíduos de herbáceos-arbustivos (ervas, lianas, subarbustos e arbustos e arbustivos), com 1,3 m de altura. Para o estrato arbóreo foram amostradas plantas lenhosas com tronco principal, circunferência à altura do peito (CAP) ³ 5 cm e altura ³ 1,3 m. Os parâmetros fitossociológicos calculados para cada espécie arbórea foi Dominância Absoluta (DA), Dominância Relativa (DR), Freqüência Relativa (FR), Freqüência Absoluta (FA), Densidade Relativa (DR), Densidade Absoluta (DA). Para as espécies de ervas-arbustos os parâmetros calculados foram (FR), (FA), (DR) e (DA). Para estudar os padrões da vegetação do campo de dunas, na atualidade e durante o período de 16 anos (2003-2019) foram utilizadas imagens de satélite. Para a coleta de dados sociais, utilizou-se o método de entrevistas semiestruturadas por meio de formulários, observação direta e visitas semanais. Os dados foram analisados qualitativa e quantitativamente. Os resultados apontaram que a área estudada é caracterizada por apresentar dunas fixas em forma de barcana e parabólica com inúmeras cristas dunares residuais florestadas por frutícetos ou moitas. Foram registradas 36 espécies, distribuídas em 31 gêneros e 20 famílias. A família com maior número de espécie foi Fabaceae (seis), seguida de Cyperaceae (cinco), Poaceae (quatro), Rubiaceae (três) e as demais com duas ou uma espécie. Para o estrato herbáceo o maior valor de importância foi para Euploca polyphylla (Lehm.) J.I.M. Melo & Semir (55,89), Cyperus articulatus L. (39.71), Ipomoea asarifolia (Desr.) Roem. e Schult (38,63) Chamaecrista ramosa (Vogel.) H. S. Irwin and Barneby (35,64) e Spermacoce verticillata L. (35.63). O estrato arbóreo apresentou um porte menor configurando-se com 2m a 4m de altura e com plantas crescendo de forma agrupada. Anacardium occidentale e Byrsonima crassifolia (L.) Kunth foram as espécies arbóreas predominantes. A. occidentale predominou em abundância, frequência e área basal apresentando-se como uma espécie chave e capaz de sobreviver ao soterramento parcial nas margens dos caminhos de dunas. Nenhum padrão de sucessão foi observado nas ervas e subarbustos. A maioria dos entrevistados pertencia ao gênero feminino (71,5%) e adultos (65%), nascidos e criados na própria comunidade (98%), com ensino fundamental incompleto (42%), renda igual a um salário mínimo (50%). A principal atividade econômica é a pesca (55,5%) seguida pela atividade de extrativismo (29%). Na comunidade 98,5% dos moradores utilizam o cajuí para alguma finalidade e constitui-se com uma das atividades mais rentáveis para a comunidade ou a única fonte de renda em safras anuais, embora alguns fatores como o desmatamento (55%) prejudiquem sua conservação. A passagem periódica de dunas migratórias é um fator importante na criação e continuação do predomínio das populações de cajuí da restinga em Ilha Grande. O presente estudo confirma a importância do ecótipo de restinga Anacardium.occidentale para estabilização de dunas, devido seu comportamento pioneiro, crescimento agressivo, tolerância a condições extremas de habitat e boas interações bióticas que garantem seu sucesso em ambientes fortemente influenciados por perturbações naturais e humanas. É também possível destacar espécies vegetais encontradas em áreas de dunas e gerar dados para subsidiar planos de manejo e conservação de espécies importantes nessa região e estado.
Link: meet.google.com/fty-igcr-fbz
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CRISTIANE BARBOSA MONTEIRO
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Bases técnicas para reformulação da atual legislação referente ao volume do reservatório de detenção na cidade de Teresina/PI
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Orientador : CARLOS ERNANDO DA SILVA
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Data: 08/03/2021
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O crescimento desordenado das cidades promove a degradação do espaço urbano, impactando na quantidade e qualidade das águas urbanas. Os eventos de inundações são crescentes e apresentam-se como um dos principais desafios das administrações municipais. Os reservatórios de detenção atuam como medidas de controle na fonte e são estruturas hidráulicas presentes na concepção dos planos diretores de drenagem das cidades; sua execução é onerosa e requer uma análise minuciosa dos procedimentos de dimensionamento. Em Teresina-PI, a legislação vigente estabelece uma única equação para estimar o volume do reservatório de detenção em toda a cidade. A equação foi ajustada considerando a média das características das diferentes sub-bacias e informações hidrológicas local, sendo expressa em função da área impermeável do empreendimento. Acredita-se que as sub-bacias não são homogêneas e as características podem variar amplamente e consequentemente influenciar no volume necessário ao reservatório. Neste trabalho, estabeleceu-se uma equação para estimativa do volume do reservatório de detenção para cada uma das sub-bacias de Teresina incorporando, além da área impermeável, a largura específica, a declividade e o CN. A caracterização das sub-bacias foi feita a partir de informações do Plano Diretor de Drenagem Urbana de Teresina, associadas a análise de imagens de satélite utilizando-se o QGIS. Simulou-se o volume do reservatório e a influência das características das bacias por meio do SWMM. O desenvolvimento das equações foi realizado através de análises de regressão e de variância utilizando-se o programa R. Os resultados indicam uma heterogeneidade entre as características das sub-bacias que influenciam no volume requerido ao reservatório de detenção. As equações propostas foram estruturadas com base em um polinômio de terceiro grau e tiveram discrepância inferior à 10% em 97% dos casos testados. A incorporação das variáveis permitiu a estimativa confiável do volume do reservatório de detenção, demonstrando que a legislação atual, por não considerar a heterogeneidade das regiões, resulta no superdimensionamento das estruturas na maior parte das sub-bacias. O melhor entendimento da influência das características das sub-bacias demonstrou a necessidade de readaptação da legislação vigente em Teresina, potencializando a implementação menos onerosas das medidas de controle.
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ANTONIA ALIKAENE DE SÁ
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Expedição de Spix e Martius no Piauí: Flora e Aspectos Socioeconômicos 200 anos depois
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Data: 25/02/2021
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O Brasil, desde o seu descobrimento, tem sido admirado e visitado pelos europeus, tanto pela fertilidade e diversidade biológica, quanto pelas riquezas minerais e a cultura do seu povo. Naturalistas europeus, atraídos pela variedade de paisagens e formas de vida vieram ao país. Dentre os visitantes destacaram-se Spix e Martius que a partir de uma expedição científica de três anos (1817 a 1820) percorreram o Brasil de sudeste a noroeste. Em 2019 completaram-se 200 anos que passaram pelo interior Piauí. Estes cientistas deixaram um grande legado de descobertas, o que nos motivou a pesquisar e a atingir os seguintes objetivos: (I) Inventariar a Flora atual da região percorrida por Spix e Martius no Piauí comparando dados com as espécies do Piauí descritas na Flora Brasiliensis; (II) Levantar informações acerca dos aspectos socioeconômicos com base no relato da expedição para comparar com o moemtno atual; (III) Discutir a desterritorialização e territorialização indígena que ocorreram na região Piauiense, por onde passou a Expedição; e (IV) Produzir material para transposição didática sobre a história da Expedição no Piauí. A seleção dos municípios para realização da nova excursão seguiu a rota descrita por Spix e Martius, comparando com a atual divisão político-geográfica do Piauí. A revisita aconteceu em uma expedição ao campo, maio/2019. As plantas coletadas na expedição foram herborizadas e identificadas, com base na classificação proposta pelo APG IV, usando metodologia usual em botânica. Como resultados, a composição florística deteve 162 taxa distribuídos em 114 gêneros e 37 famílias. Fabaceae (39spp.), Malvaceae (16 spp.), Poaceae (15 spp.), Bignoniaceae e Euphorbiaceae (9 spp. cada) foram as famílias mais representativas e os gêneros mais representativos foram Sida sp., (6 spp.) Cyperus sp. (5spp), Waltheria sp.,Chamaecrista sp., Mimosa sp. e Ipomoea sp. (4 spp. cada). A vegetação apresenta espécies endêmicas da Caatinga e do Cerrado. No levantamento das espécies do Piauí contidas na Flora Brasiliensis foram encontradas 166 espécies coletadas por Martius, distribuídas em 36 famílias. Fabaceae (43 spp.), Poaceae (29 spp.), Malvaceae (9 spp.), Asteraceae e (8 spp.) Arecaceae (7 spp.), apresentaram maior número de espécies. Das 166 espécies, 78 (47%) sofreram alterações de nomenclatura e 91 (54,81%) foram incluídas em outras famílias. Permanecem com o mesmo nome 88 (53%), e dentre estas, 75 (45,18%) permanecem com o mesmo nome e ocupando a mesma família. Os aspectos comparativos mostraram que 14 (8,43%) espécies, 31 (18,67%) gêneros e 19 (52,77%) famílias são em comum com a flora atual coletada. Quanto ao hábito de vida a maior parte é formada por ervas. A flora atual quando comparada com a flora coletada por Martius apresentou pouca semelhança, exceto em nível de Família. Quanto ao perfil socioeconômico as principais transformações ocorridas foram a mudança da Capital para aproveitamento da navegabilidade do rio Parnaíba e a construção da Fábrica de Laticínios em Campinas. Em 1819, a região era pouco habitada, 71.370 com baixa densidade demográfica – 0,28 hab/km2. Só existia a cidade de Oeiras e algumas vilas. Passados 200 anos, a população alcançou 3.118.360 com densidade demográfica de 12,4 hab/km2, considerada ainda baixa. Atualmente o Piauí está dividido em 224 municípios, 16 deles perfazem a região de estudo. Toda população hoje tem acesso à educação. Os municípios com maior IDEB na região são Oeiras e Acauã. A região está agrupada em territórios de desenvolvimento e suas principais potencialidades econômicas são apicultura, bovinocultura e cajucultura. Os indicadores socioeconômicos demonstram que a região continua subdesenvolvida havendo necessidade de ampliação de políticas públicas para a região semiárida e intervenções do setor privado, identificando potencialidades dos municípios, sob uma perspectiva de desenvolvimento regional. Quanto aos indígenas Gueguê e Acaroás relatados por Martius no Piauí, observou-se que estes passaram pelo processo de desterritorialização e territorialização, a comunidade se organizou existencialmente em uma região (Regeneração e Amarante), marcada pela desterritorialização e dizimação de grupos indígenas. Essas mudanças foram marcadas pelo trabalho escravo e resistência dos grupos indígenas e negros. Atualmente a comunidade é reconhecida como Mimbó e reside em Amarante. Por fim, visando a disseminação do conhecimento, foi produzido um material didático ilustrado em cordel para divulgar a epopeia dos naturalistas no sertão Piauiense com um relato da viagem a ser disseminado nas escolas da educação básica, principalmente nos municípios contemplados pela pesquisa.
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ANIBAL DA SILVA CANTALICE
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Serviços ecossistêmicos no comércio de cerâmica artesanal: avaliando os impactos ambientais e a sustentabilidade em tempos de pandemia Sars-CoV-2
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Orientador : ROSELI FARIAS MELO DE BARROS
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Data: 24/02/2021
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O ser humano contribui significativamente para a degradação dos recursos naturais em busca de bens de consumo diretos ou indiretos. Preocupada com o bem estar das pessoas e a manutenção das condições propícias para as gerações futuras, a comunidade científica buscou formas de estudar essas interações e suas consequências na conservação destes recursos. Linhas de pesquisas como Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e Serviços Ecossistêmicos (SE) surgiram mostrando essa relação antropocêntrica, bem como as consequências desses usos; nesse ponto abordamos o Sars-CoV-2 doenças zoonótica, ligada ao uso descontrolado de recursos naturais e as mudanças de nichos ecológicos ou socioculturais ligadas ao ser humano. O artesanato é uma das formas de materialização cultural mais difundida em todo o mundo, atuando como fonte de geração de renda e inclusão social para populações vulneráveis. De um modo geral, sua produção está intimamente ligada a utilização de recursos naturais, provocando por diversas vezes a exploração excessiva destes. Diante disso, objetivou-se: (a) verificar como os serviços ecossistêmicos são usados pelo ofício do artesanato ceramista e que impactos os visitantes do polo cerâmico veem nessa prática; (b) avaliar os ODS que estão de acordo no ofício de artesanato ceramista; (c) avaliar como a atual pandemia de Sars CoV-2 tem impactado o ofício de artesanato ceramista e de que forma os artesãos estão contribuindo com as medidas de isolamento e controle da doença. Realizou-se levantamento no Polo Cerâmico do Poti Velho localizado no município de Teresina, onde ocorre a produção artesanal e comercialização das peças em cerâmica Vermelha, em 30 boxes. Os resultados obtidos demonstraram que fatores como escolaridade, tempo de permanência no local de comercialização e percepção influenciam o consumo, bem como que existe indicações que a utilização desse serviço ecossistêmico não é acessível aos grupos mais vulneráveis socialmente. Com isso, entendemos que por mais que os serviços socioeconômicos sejam disponíveis a população em geral, grande parte não consegue usufruí-lo. Em relação a cadeia produtiva, os resultados demonstraram etapas obrigatórias e opcionais, sendo esta última encarada como as que permitem um maior lucro agregado ao artesanato. Os impactos ambientais são mitigados de maneira superficial, justificado pela falta de condição econômica para a atuação das mesmas. Em sua maioria os ODS não apresentam indicadores, que possam ser utilizados no ofício, contudo quando aplicados, demonstram que existe um amplo espaço para melhoria do desenvolvimento sustentável.
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NEYLA CRISTIANE RODRIGUES DE OLIVEIRA
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Mudanças climáticas e educação ambiental: percepção e práticas de professores em escolas municipais de Teresina, Piauí
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Orientador : DENIS BARROS DE CARVALHO
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Data: 24/02/2021
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As Mudanças Climáticas (MCs) configuram-se em um fenômeno global, mas com efeitos locais. Podem causar eventos extremos ao meio ambiente como perda da biodiversidade, fluxos migratórios e alterações nos índices pluviométricos. Nesse contexto, as ações antropogênicas são apontadas como intensificadoras desses efeitos e a Educação Ambiental (EA) com potencial para transformação social e desenvolvimento de medidas de mitigação e adaptação. Este estudo possui natureza quali-quantitativa e por objetivo: Pesquisar o perfil profissional (formação e trajetória), percepção de impactos e práticas educativas utilizadas pelos professores para trabalhar as MCs em escolas municipais que possuem a política pública COM-VIDA, Teresina, Piauí. Para coleta de dados realizou-se pesquisa bibliométrica, documental e de campo (aplicação de questionários semiestruturados). Participaram desta pesquisa 24 docentes de 12 escolas da Rede Municipal de Ensino de Teresina (RMET) cadastradas no Programa Nacional de Escolas Sustentáveis (PNES). Os dados foram categorizados por Análise de Conteúdo. A bibliometria indicou aumento de publicações sobre a educação climática, principalmente a partir de 2017, com destaque para Estados Unidos e países da Europa. Constatou-se que o PES da Secretaria Municipal de Educação de Teresina (SEMEC), desenvolveu projetos de EA que abordaram temas socioambientais de importância local, mas nenhum trabalhou diretamente as MCs. Os professores consideram as MCs alterações no clima ao longo de períodos comparáveis, intensificadas por ações antrópicas, podendo causar impactos tanto aos ecossistemas, quanto às populações humanas. O termo “MCs” foi associado pelos educadores às disciplinas de Ciências e Geografia, mas perceberam as mudanças que a interdisciplinaridade tem promovido nas práticas pedagógicas, com a participação dos professores de todas as formações nas ações e projetos ambientais. Além disso, apresentam conceitos naturalistas de EA e destacam que a postura do ser humano como dissociado da natureza pode interferir na intensificação da Crise Climática Global. Contudo, os professores reconhecem o potencial da EA no desenvolvimento de medidas de mitigação e adaptação ao fenômeno climático. Portanto, sugere-se realizar novas pesquisas sobre a educação climática para comparar com os resultados encontrados nesse estudo, especialmente em escolas sem COM-VIDA.
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STÊNIO LIMA RODRIGUES
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EXPANSÃO DO CULTIVO DA CANA-DE-AÇÚCAR (Saccharum officinarum L.) E SEUS REFLEXOS SOBRE A COBERTURA DA TERRA NO MARANHÃO
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Orientador : JAIRA MARIA ALCOBACA GOMES
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Data: 12/02/2021
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cultivo da cana-de-açúcar configurou-se como uma atividade tradicionalmente desenvolvida no Brasil e em diversos países, assumindo papel indubitável para o crescimento econômico. No Maranhão, a agricultura canavieira cresceu significativamente a partir das últimas décadas do século XX, gerando consequências econômicas, sociais e ambientais. Com base nesse panorama, pretende-se analisar a expansão do cultivo da cana-de-açúcar e a consequente modificação na cobertura e no uso da terra no Maranhão, no período de 1998 a 2018. Nesse ensejo, designaram-se os seguintes objetivos específicos: analisar as características socioeconômicas dos municípios produtores de cana-de-açúcar; examinar a quantidade, o rendimento e o valor de produção da cana-de-açúcar nos municípios produtores; demonstrar as modificações na cobertura e no uso da terra nos municípios produtores de cana-de-açúcar; averiguar a ocorrência de supressão de vegetação nativa para o cultivo de cana-de-açúcar nesses municípios. Para tanto, o campo da pesquisa abrangeu os 80 municípios produtores da cana-deaçúcar no estado do Maranhão. Como amostra para aprofundamento, selecionaram-se, por critério não-probabilístico, São Raimundo das Mangabeiras e Campestre do Maranhão, por serem os maiores produtores, respectivamente. Utilizaram-se informações disponibilizadas pela Pesquisa Agrícola Municipal (PAM) e pelos Censos Agropecuários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além de imagens dos satélites Landsat 5 e 8, captadas na plataforma do Projeto MapBiomas e em banco de dados secundários contendo a quantificação das classes de cobertura e de uso da terra. Ademais, realizaram-se análises gráficas, tabular, cartográfica e multivariada, por meio da técnica análise fatorial exploratória. Os resultados evidenciaram as características sociais e econômicas dos municípios produtores, agrupadas por meio da extração de fatores, assim denominados: produção e renda; uso da terra; recursos produtivos; e conservação ambiental. Nos municípios com maior incidência da atividade canavieira, São Raimundo das Mangabeiras e Campestre do Maranhão, identificou-se a ocorrência de supressão de vegetação nativa para a expansão canavieira, bem como competição da cana com outras culturas, como a soja e o milho. Diante desse cenário, evidencia-se a necessidade de proposições de políticas ambientais para a conservação da vegetação nativa e da biodiversidade.
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FRANCISCO IGOR RIBEIRO DOS SANTOS
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INFLUÊNCIA DO CONHECIMENTO ECOLÓGICO LOCAL DE COMUNIDADES RURAIS NA SUCESSÃO ECOLÓGICA EM FRAGMENTOS FLORESTAIS TROPICAIS SAZONALMENTE SECOS
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Orientador : CLARISSA GOMES REIS LOPES
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Data: 12/02/2021
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As florestas tropicais sazonalmente secas (FTSS) sofrem diversos impactos relacionados à pressão humana no uso das terras, e a perda de biodiversidade é iminente. A constante degradação das florestas indica que futuramente a maioria das florestas maduras serão substituídas por manchas florestais em diferentes níveis de sucessão. O conhecimento ecológico local dos agricultores, bem como a verificação das espécies conhecidas e utilizadas nos fragmentos florestais, é uma ferramenta importante e pode subsidiar políticas de manejo para regeneração de áreas antropizadas. Diante do exposto, este trabalho tem por objetivos: (I) investigar os conhecimentos ecológicos das comunidades circunvizinhas de um fragmento de floresta tropical seca, bem como sobre o processo sucessional deste tipo vegetacional (II) avaliar a relação das variáveis preditoras e do conhecimento dos agricultores de diferentes comunidades sobre as espécies iniciais e tardias em fragmentos florestais secundários. O estudo foi realizado em fragmentos florestais do Eco Resort Nazareth (José de Freitas, PI) e em duas comunidades do entorno: Segurança II e Assentamento São Domingos. A pesquisa foi desenvolvida com agricultores que possuem bastante conhecimento sobre os fragmentos florestais e sobre as áreas abandonadas. O universo amostral foi definido de acordo com a técnica bola de neve. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas e turnê guiadas para coletas das espécies vegetais. Obtivemos a participação de 36 agricultores (9 mulheres e 27 homens). Foram reconhecidos pelos agricultores 137 espécies em áreas de regeneração, sendo divididas em colonizadoras iniciais (32,84%), tardias (27,1%) e plantas que são iniciais e tardias (40,15%). A riqueza de espécies no geral na comunidade Segurança II foi de 126 espécies, sendo 91 espécies colonizadoras iniciais e 82 tardias. Na comunidade São Domingos a riqueza geral foi de 73 espécies, sendo 43 para colonizadoras iniciais e 40 espécies para as tardias. No modelo linear generalizado (GLMs) em ambas as comunidades as variáveis preditoras para conhecimento da riqueza de espécies iniciais foram idade, tempo e a junção entre essas variáveis. Para as espécies tardias, as variáveis número de visitas aos fragmentos florestais, tempo de regeneração dos fragmentos e a junção entre essas variáveis atuaram significativamente nos modelos. Em ambas as comunidades, os idosos reconhecem mais as espécies colonizadoras inicias, enquanto as espécies tardias foram mais reconhecidas pelos agricultores mais jovens. Os informantes indicaram que as plantas em áreas em regeneração, logo após o corte raso, são capazes de retornarem e que a ação antrópica pode invalidar o processo de sucessão ecológica de acordo com o grau de perturbação dos fragmentos florestais. No geral as experiências e vivências dos agricultores contribuíram para a formação do conhecimento das transformações das áreas de fragmentos florestais. Conclui-se que os agricultores possuem conhecimento em relação às espécies de plantas encontradas nos fragmentos florestais e esse conhecimento é estratégico para o manejo e conservação dos recursos florestais tropicais sazonalmente secos.
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PEDRO HENRIQUE SOARES MELO
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Regime de fogo nas terras indígenas do Cerrado maranhense
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Orientador : GIOVANA MIRA DE ESPINDOLA
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Data: 11/02/2021
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O fogo é um dos principais agentes promotores de distúrbio e estresse em diferentes biomas, bem como um potencial modelador da diversidade, distribuição e composição de espécies. O Cerrado tem sido classificado como um bioma dependente do fogo, sendo uma dinâmica com forte influência do clima e que varia de acordo com a fitofisionomia local. As atuais práticas agropecuárias e os conflitos agrários têm alterado o regime de fogo na região. Neste sentido, nem todos os incêndios possuem algum tipo de benefício ecológico, podendo, inclusive, agravar a degradação ambiental. Historicamente, as terras indígenas do Cerrado maranhense têm registrado a ocorrência de incêndios florestais, e o diagnóstico destes eventos é de fundamental importância para se entender as relações entre os regimes de queima nessas áreas e suas consequências. Assim, o objetivo geral desse trabalho foi estudar o regime de fogo nas terras indígenas do Cerrado maranhense e entorno no período 2008-2017. Os objetivos específicos foram os seguintes: i) determinar a duração, começo e final das estações chuvosas e secas para cada ano no período; ii) identificar e caracterizar as cicatrizes de área queimada por meio de séries temporais de imagens orbitais de sensoriamento remoto; iii) caracterizar a dinâmica sazonal da ocorrência de incêndios florestais. Para a delimitação das cicatrizes foi utilizada a série temporal das imagens Landsat (resolução 30 m) disponíveis no catálogo do Google Earth Engine. As análises foram baseadas no Índice de Queimada Normalizada. Para definição das estações chuvosas e secas, utilizou-se dados de precipitação provenientes de estações meteorológicas do Instituto Nacional de Meteorologia e da Agência Nacional de Águas. Os resultados mostraram que durante o período estudado a área queimada total nas terras indígenas e entorno foi 2.599.393 hectares, distribuída em 26.282 cicatrizes. A área queimada anual foi bem diferente nos dez anos estudados, sendo que 70% da área de estudo queimou ao menos uma vez no período. Os anos de 2012 e 2017 foram os que tiveram mais área queimada. Os anos com menor área queimada foram 2008 e 2011. A estação seca média (ESM) concentra 85% do acumulado de área queimada nos anos estudados. A temporada de incêndios começa no mês de junho e termina em novembro. Quase não há ocorrências de área queimada nos meses de dezembro a maio. Agosto, setembro e outubro respondem por 81% da área queimada. As áreas com maior recorrência de queimadas estão localizadas majoritariamente nas bordas das Terras indígenas. Os padrões descritos constituem o primeiro passo para o entendimento dos regimes do fogo na região e para estabelecer direções com o fim de melhorar estratégias de manejo e orientar políticas públicas.
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FRANCISCO ANTONIO GONÇALVES DE CARVALHO
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GESTÃO PÚBLICA E DESENVOLVIMENTO URBANO NA CIDADE DE PICOS (PI): UMA ANÁLISE DO RIO GUARIBAS
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Orientador : ANTONIO CARDOSO FACANHA
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Data: 11/02/2021
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O processo de desenvolvimento urbano por muitos anos foi pautado numa realidade capitalista, em que a exploração predatória do meio ambiente era utilizada para produção e consumo de bens de forma irracional. A urbanização desenfreada causa a degradação progressiva de áreas de mananciais, sendo importante estudar a ampliação das políticas de gestão ambiental nos municípios, observando os impactos causados pela degradação ambiental nos espaços urbanos. O presente estudo tem por objetivo analisar as ações desenvolvidas pela gestão pública da cidade de Picos – PI quanto ao uso e a ocupação das margens do Rio Guaribas em seu perímetro urbano, ressaltando as consequências ambientais, econômicas e sociais para a comunidade local. Como objetivos específicos, buscou-se: propor uma reflexão sobre a gestão pública do desenvolvimento urbano; contextualizar o processo histórico de urbanização no Estado, e na cidade; discutir a gestão pública sob a perspectiva das transformações recentes ocorridas na cidade, ressaltando as ações políticas, as mudanças habitacionais e diagnosticar a realidade vivida pelos moradores residentes às margens do Rio Guaribas, confrontando com as ações da gestão pública. Nesse sentido, observando o objeto de estudo, é importante entender como vem ocorrendo a atuação da gestão pública da cidade de Picos no tocante às políticas ambientais voltadas ao Rio Guaribas e como os questionamentos da população residente às margens desse rio são consideradas na construção dessas políticas. A pesquisa se caracteriza como exploratória, de abordagem qualitativa, viés a partir do qual são analisadas diferentes perspectivas sobre uma mesma temática. Os dados foram coletados através de entrevistas, com roteiros semiestruturados previamente elaborados pelo pesquisador, de forma que auxilie na compreensão do tema abordado. Os dados foram analisados através da técnica análise de conteúdo. Nesse contexto, é de suma importância entender quais políticas ambientais a Prefeitura Municipal do município de Picos já implanta na cidade, observando as ocupações irregulares, a poluição e a preservação do rio. A Secretaria de Meio Ambiente do Município trabalha com políticas de educação ambiental para promover em toda a sociedade picoense a consciência sobre a importância da sustentabilidade na formação e desenvolvimento da cidade, além de utilizar políticas nacionais, como a de zoneamento urbano, visando organizar a utilização e ocupação do solo do município. Cabe ressaltar, ainda, que o município trabalha na fiscalização e prevenção quanto a poluição do rio Guaribas, com o intuito de promover a reestruturação do rio. Entretanto, na prática, muitas dessas ações não saíram do papel, gerando problemas na gestão do meio ambiente e insatisfação na população.

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LETÍCIA SOUSA DOS SANTOS FERREIRA
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CONHECIMENTO DE ESTUDANTES SOBRE VERTEBRADOS SILVESTRES TERRESTRES EM UM GRADIENTE DE URBANIZAÇÃO
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Orientador : WEDSON DE MEDEIROS SILVA SOUTO
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Data: 10/02/2021
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As interações dos humanos com a natureza resultaram, sobretudo, em alterações negativas na biodiversidade. Ter conhecimento da fauna silvestre, portanto, torna-se relevante para traçar estratégias educacionais pautadas na conservação. Mediante isso, este trabalho tem por objetivos: (I) realizar revisão sistemática da produção científica acerca do conhecimento e/ou atitudes de estudantes sobre os vertebrados terrestres no Brasil; e (II) registrar o conhecimento de vertebrados silvestres entre estudantes de ensino médio em função de um gradiente de urbanização. Esta dissertação está organizada em dois capítulos. O capítulo 1 contempla o primeiro objetivo no qual compilamos 63 trabalhos sobre vertebrados nas plataformas Portal Periódicos da CAPES, Google Acadêmico, Web of Science e Scielo de 2005 a 2019. Pudemos categorizar os trabalhos em: I- Conhecimento (13); II- Reconhecimento (17); III- Conhecimento + Atitudes (12) e IV- Reconhecimento + Atitudes (21). Essas pesquisas difundiram-se nos seis domínios fitogeográficos, cinco regiões e 21 estados do Brasil. Um total de 257 vertebrados foi citado nas categorias I e III e 212 foram utilizados para identificação nas categorias II e IV. No capítulo 2 contemplamos o segundo objetivo, no qual aplicamos questionários semiestruturados e lista livre a 354 estudantes da 1ª, 2ª e 3ª série do ensino médio em seis escolas públicas no município de Teresina, Piauí. Um total de 3.683 citações referentes a 180 vertebrados foi reportado. Desses, 161 espécies foram identificadas, sendo 100 nativas e 61 exóticas, pertencentes a 87 famílias. Os estudantes periurbanos citaram mais espécies, porém sem diferenças significativas (p > 0,05) para os demais grupos de estudantes. As 161 espécies corresponderam a 78 aves, 54 mamíferos, 22 répteis e seis anfíbios. Aves e mamíferos foram os grupos mais citados, com aves mais conhecidas por estudantes periurbanos e rurais. “Viu em matas” (n = 974) e mídia (n = 927) foram as fontes de conhecimento mais reportadas pelos estudantes e a aula de campo foi a sugestão mais relatada para melhorar o ensino dos vertebrados (n = 155). Recomenda-se a aplicação de estratégias de ensino mais apropriadamente direcionadas aos estudantes em realidades biogeográficas distintas, iniciando a partir de espécies nativas conhecidas pelos estudantes, com ênfase na fauna local em detrimento da exótica.
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MARIANA FONTENELE RAMOS
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DIAGNÓSTICO DAS PERDAS DE SOLO POR EROSÃO PLUVIAL NA BACIA HIDROGRÁFICA DA BARRAGEM PETRÔNIO PORTELA, INSERIDA NO SEMIÁRIDO PIAUIENSE,
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Orientador : GIOVANA MIRA DE ESPINDOLA
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Data: 02/02/2021
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A erosão do solo é um fenômeno natural que ocorre continuamente sobre a superfície terrestre, porém o seu agravamento varia conforme as características ambientais e antrópicas de cada região, tornando-a um problema ambiental. Desse modo, esta pesquisa propõe analisar as perdas estimadas de solo por erosão pluvial na bacia hidrográfica da Barragem Petrônio Portela, localizada no semiárido piauiense, levando-se em consideração a sua caracterização e análise ambiental somadas à transformação temporal de suas condições antrópicas, o que permite obter um conhecimento mais amplo da região. Para isso, apresenta-se o mapeamento das variáveis determinantes para a ocorrência de erosão hídrica na bacia, por meio do sensoriamento remoto e do geoprocessamento, realizando, também, uma análise de conteúdo sistêmico e interdisciplinar que compreenda os aspectos ambientais e socioeconômicos da região, demonstrando a importância da utilização de bacia hidrográfica como unidade espacial básica para um planejamento ambiental adequado. Depois foram gerados os mapas de perdas de solo por erosão pluvial para os anos de 2005, 2008, 2013 e 2018, através da Equação Universal de Perda de Solo Revisada (RUSLE). Dessa maneira, os componentes da RUSLE foram avaliados de forma individualizada por meio dos seguintes fatores: fator R, fator K, fator LS e fator CP. Assim, com os resultados obtidos, a erosividade das chuvas (fator R) foi de 6418,6 MJ mm ha-1 ano-1, sendo classificada como mediana. Os solos da bacia apresentaram um alto potencial de erodibilidade, com o fator K médio equivalente a 0,033 ton.ha/MJmm. Já o fator topográfico (LS) mesmo apresentando uma pequena variação, atingindo a média de 5,65, foi o fenômeno que mais influenciou na espacialização das perdas de solo na bacia em estudo. Quanto ao fator CP, observou-se que a extensão da área com solos expostos e as destinadas às atividades agropecuárias foram as maiores responsáveis pelas variações temporais das taxas de erosão. A bacia apresentou durante os quatro anos analisados, um nível de perda de solo considerado moderado a forte, dos quais 2005 e 2018 apresentaram as maiores perdas por erosão pluvial. Nesta perspectiva, espera-se que a identificação de áreas associadas a processos de erosão acelerada, realizada pelo estudo, forneçam subsídios para a criação de estratégias de planejamento de ações adequadas e associadas ao manejo e conservação dos recursos naturais na bacia hidrográfica da Barragem Petrônio Portela.
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CAÍQUE RODRIGUES DE CARVALHO SOUSA
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FORMAÇÃO AMBIENTAL PARA A CIDADANIA
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Data: 29/01/2021
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A cidadania é um processo que permite assegurar a dignidade humana, por meio da disposição de direitos e deveres às interações sociais. A educação ambiental (EA) é essencial para a formação cidadã e considerada componente essencial e permanente da educação nacional, na busca de formar cidadãos críticos, participativos, reflexivos e sensibilizados com a questão ambiental. O componente curricular Biologia apresenta muitos conteúdos de cunho ambiental e facilita a abordagem da EA nas suas atividades educacionais. Muitos profissionais da Biologia são egressos do Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade Federal do Piauí (MDMA-UFPI), cujo perfil é de especialistas com visão crítica e interdisciplinar para o exercício da pesquisa e docência e habilitados para gerenciar políticas ambientais e desenvolvê-las ao alcance do desenvolvimento sustentável. O objetivo geral dessa dissertação foi analisar o caráter transversal da EA, por meio de sua abordagem na disciplina de Biologia (ensino médio), como perspectivas acadêmicas para minimizar/solucionar problemas urbanos e no mestrado em desenvolvimento e meio ambiente. Para isso, os objetivos específicos foram os seguintes: a) Trazer panorama, com recorte temporal de dez anos, de artigos científicos em escalas nacional e internacional que abordaram temáticas socioambientais no ensino de Biologia; b) Verificar perspectivas de EA, a partir de trabalhos científicos realizados no Brasil, que envolvem a temática de educação ambiental no ambiente urbano; e, c) Compreender conceitos e objetivos de EA do ponto de vista de mestres formados no MDMA-UFPI, caracterizando o perfil desses profissionais. Para tais, foi realizado estado da arte de artigos científicos, em contextos nacional e internacional, sobre a discussão de temáticas socioambientais em diferentes circunstâncias, no ensino de Biologia (2009-2019), e, também, sobre perspectivas acadêmicas de EA em contextos do ambiente urbano brasileiro (2014-2019). Além disso, foram aplicados questionários aos mestres em desenvolvimento e meio ambiente da UFPI para verificação de suas compreensões sobre EA. No ensino de Biologia, a EA foi evidenciada como ação educativa para a formação cidadã, como amenizadora de problemas socioambientais, como necessária à compreensão do meio para o bem-estar das pessoas, entre outros. Nos contextos urbanos, a EA foi trazida como medida compensatória para contextualizar políticas públicas e estabelecer ações sobre eventuais impasses ambientais, como possibilidade para apontar problemas de impactos ambientais nas cidades contemporâneas, como ato de cidadania que considere a arborização urbana como fator de preservação ambiental da cidade, etc. Os mestres em desenvolvimento e meio ambiente, em sua maioria, são formados em Ciências Biológicas, com especialização em Gestão Ambiental, e que veem a EA como processo de formação (educacional) e de valores sociais, cujo intento é integrar ciência e tecnologia para a sustentabilidade ambiental.
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JULIO CESAR DE MOURA LUZ
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EXPANSÃO URBANA E ÁREAS SENSÍVEIS: A tutela jurídica das elevações geológicas (Picos, Piauí, Brasil)
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Data: 12/01/2021
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A cidade de Picos, localizada na região Centro-Sul do Piauí, Nordeste do Brasil, caracteriza-se como uma cidade média, influente no âmbito da região de desenvolvimento que compõe. A cidade, geograficamente, é envolta por inúmeras elevações geológicas, inclusive em seu perímetro urbano. O cenário natural tem conflitado com a expansão urbana contínua. Emerge, desse contexto, um problema. Tais elevações geológicas têm sofrido graves intervenções com o crescimento da cidade: desde seu uso para construção de habitações, até o corte das encostas para ampliação de áreas planas e exploração das riquezas naturais. O Direito Ambiental deve balizar as relações sociais a fim de compatibilizar o desenvolvimento econômico com a exploração dos recursos naturais disponíveis. O objetivo deste trabalho foi discutir a expansão urbana de Picos/PI e analisar os instrumentos de proteção jurídica referentes às elevações geológicas do perímetro urbano da cidade frente à legislação ambiental. Para tanto, optou por construir a dissertação em quatro movimentos: o primeiro, baseado na história oral e em documentos, faz o estudo das origens das intervenções nos morros exemplificando com o Morro da Mariana. O segundo movimento propôs a análise do planejamento urbano à luz do conceito de espaços verdes e espaços territoriais especialmente protegidos. O terceiro movimento trouxe uma reflexão sobre a função do direito ambiental no gerenciamento dos riscos de intervenção nas áreas sensíveis; no último movimento, tem-se um estudo de caso em relação à aplicação de três instrumentos de tutela jurídica ambiental o caso de intervenção em um morro inominado. No apêndice, apresentamos uma posição jurídica sobre a regra que considera encostas com mais de 45º como áreas de preservação permanente. O crescimento da cidade de Picos ocorreu sem um planejamento urbano efetivo e, atualmente, não há qualquer sinal de melhora na situação que se tornou um fato consumado. Além disso, sem pressão social suficiente, os mesmos erros passados poderão continuar pois a aplicação dos instrumentos de tutela jurídica ambiental não demonstraram efetividade suficiente para garantir o equilíbrio constitucional entre valores ambiental, social e econômico. A sustentabilidade urbana na cidade de Picos é mero discurso e não tem a garantia de nenhum dos poderes da república. O crescimento de conflitos entre expansão urbana e meio ambiente ainda estão no horizonte da cidade.
LINK DA SALA VIRTUAL: https://conferenciaweb.rnp.br/webconf/jose-machado-moita-neto
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