Esta Tese incorpora a atualidade do pensamento freiriano e os construtos da Linguística Aplicada buscando embasamento para abordagens teóricas e aplicadas no campo dos estudos da linguagem, tecendo aproximações e atualizações com os estudos de letramentos, de práticas de letramentos, eventos de letramentos, múltiplos letramentos, multiletramentos e letramentos críticos. A pesquisa situa-se no contexto espacial do município de Palmeirais (PI), enfocando os sujeitos, as práticas humanas, a multiculturalidade e o ensino de linguagem. O objetivo principal é investigar o papel dos multiletramentos no ensino remoto considerando domínios reflexivos e críticos sobre as linguagens e os diferentes contextos sociais e multiculturais. O problema da pesquisa reflete-se no seguinte questionamento: como os multiletramentos são evocados de maneira que respondam às demandas socioeducacionais, interacionais e multiculturais dos indivíduos? A assertiva de que os multiletramentos são inscritos nas vivências dos sujeitos e atuam para que as experiências locais reflitam sobre os saberes e os construtos globais da tecnologia, da cultura e do conhecimento corporifica a hipótese do trabalho. A investigação caracteriza-se como qualitativa de natureza etnográfica crítica (Magalhães, 2012), firmada nos campos da Linguística Aplicada (Moita Lopes, 2006; Rajagopalan, 2003, 2006), também conforme as reflexões de Freire (1989, 1992, 2000, 2004, 2017), na Linguística Aplicada e Linguística Aplicada Crítica (Moita Lopes, 2006; Pennycook; Makoni, 2019), na Pedagogia dos Multiletramentos, conforme o Grupo de Nova Londres (GNL, 1996). A investigação evidenciou contribuições para a compreensão das particularidades do ensino remoto, o que pode espelhar ações presentes e futuras servindo como design ou apresentando soluções já experimentadas no âmbito do período pandêmico, como também contribuir com reflexões para se repensar o ensino de linguagem na dimensão de uma educação linguística crítica, reconhecendo os sujeitos para além dos espaços escolares tanto para situações mediadas com o uso de tecnologias digitais, como para situações em que não se faça uso de ferramentas tecnológicas.