Esta tese objetiva analisar a estruturação dos espaços da dor, partindo da premissa de que a realidade sociopolítica inerente ao período de ditadura civil-militar na Argentina se materializa nessa categoria espacial das narrativas História do pranto, História do cabelo e História do dinheiro, do escritor argentino Alan Pauls. Este projeto, ancorado, portanto, no âmbito da Literatura Comparada, observa a relação existente na trilogia que ora se denomina como trilogia da perda. Em sua formulação mais concisa, a questão problemática que compele e centraliza este projeto é: como as questões de ordem social, histórica e política inerentes ao período de ditadura na Argentina se materializam na categoria do espaço presente na Trilogia da perda, de Alan Pauls? Para responder a esta interrogativa, tomar-se-ão por base os estudos e leituras preconizados por Candido (2006), Dalcastagnè (1996), Seligmann-Silva (2003), Benjamin (2016; 2018), Compagnon (2001), Sarlo (2007) e Ginzburg (2013). Ao utilizá-los, opta-se por abordar um panorama ora teórico, ora literário, sempre destacando o valor testemunhal e estético das narrativas literárias aqui analisadas, pois percebe-se nelas a inclinação traumática como motor propulsor para representar a Ditadura Militar argentina na literatura.