O presente trabalho está inserido na linha de pesquisa de Variação, Diversidade Linguística, Oralidade e Letramento do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGEL) da Universidade Federal do Piauí. O estudo investiga estratégias de leitura e escrita adequadas para alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), com idades entre 6 e 10 anos, que enfrentam dificuldades nessas áreas no início do Ensino Fundamental. Além disso, explora como o letramento visual pode contribuir para a aprendizagem dos alunos em atividades de leitura e escrita. O objetivo geral é investigar como o letramento visual pode ser uma estratégia significativa para a leitura e escrita de alunos com TEA nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Especificamente, pretende-se identificar os níveis de dificuldade no domínio da leitura e escrita das crianças autistas e avaliar quais estratégias são mais eficazes para o desenvolvimento de habilidades linguísticas nesse grupo. A base teórica que orientou esta pesquisa foi fundamentada pelos seguintes estudiosos: Kato (1986), Dondis (2003), Soares (2010), Gomes et al. (2019), Nunes (2013), entre outros estudiosos. Além disso, foram consideradas a teoria histórico-cultural e a defectologia de Vygotsky. A pesquisa buscou por estratégias de leitura baseadas no letramento visual destinadas a crianças com autismo, realizando um levantamento do estado atual do conhecimento ao mapear produções acadêmicas na forma de dissertações de mestrado e teses nos últimos dez anos (2013-2023). Foram empregados os seguintes descritores: "letramento visual + Autismo", "letramento visual + alfabetização", "Autismo + alfabetização", e "ensino de leitura + Autismo + criança de 06 a 10 anos", disponíveis na BDTD/IBICT. O estudo adota uma abordagem microgenética, fundamentada na teoria histórico-cultural, que postula que o desenvolvimento humano ocorre na interação com outros indivíduos, dentro de um contexto social, histórico e cultural. As investigações foram realizadas através de videogravações, audiogravações, fotografias e diário de campo. Estas incluíram observação das aulas e discussões com a professora regente sobre a organização das aulas em relação à participação dos alunos. A pesquisa foi conduzida em três escolas municipais de ensino fundamental na cidade de Picos-PI. Utilizando uma análise microgenética, o estudo envolveu a participação de quatro crianças diagnosticadas com autismo, com idades entre seis e dez anos, inseridas no ensino regular. A análise microgenética dos registros videográficos foi utilizada para identificar os eventos de trocas de ações entre a professora pesquisadora e os alunos com TEA participantes da pesquisa. Esses eventos foram posteriormente transcritos em formato de episódios. Os resultados indicaram impactos positivos do uso de estratégias de letramento visual no desenvolvimento da linguagem e da comunicação das crianças com autismo.