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Banca de DEFESA: ITELMARIA CERQUEIRA DE CARVALHO ESCORCIO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ITELMARIA CERQUEIRA DE CARVALHO ESCORCIO
DATA: 13/12/2024
HORA: 14:00
LOCAL: SALA Nº01 -ANTIGA PREXC (por trás do HU)
TÍTULO: Impacto da Colostroterapia em Recém-Nascidos de Muito baixo Peso em Unidade Neonatal de uma maternidade de Alto Risco
PALAVRAS-CHAVES: Aleitamento Materno; Colostro; Recém-Nascido de Muito Baixo Peso.
PÁGINAS: 59
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Medicina
RESUMO:

Introdução: A prematuridade é uma das principais causas da morbimortalidade infantil, especialmente no período neonatal. Os recém-nascidos de muito baixo peso (RNMBP) tem risco aumentado de infecções devido imaturidade do sistema imunológico. A literatura aponta que a administração orofaríngea de colostro materno nas primeiras horas de vida estimula                       o desenvolvimento da imunidade e favorece o desenvolvimento da microbiota intestinal, podendo estar  relacionada com um melhor prognóstico.

Objetivo: Avaliar a morbimortalidade de RNMBP com a implementação da colostroterapia.

Metodologia: Estudo longitudinal, quantitativo, experimental, do tipo ensaio clínico controlado e randomizado,  realizado na UTI Neonatal de uma maternidade Estadual de referência em alto risco em Teresina-PI. A amostra foi constituída por 58 RNMBP, com peso menor que 1500g, observado no período de julho de 2023 a março de 2024. Os RN foram divididos em dois grupos: Grupo experimental, aqueles que receberam colostro cru diretamente na mucosa oral, iniciando nas primeiras 48 horas de vida por até 7 dias, em intervalo de 3 horas entre cada administração; e Grupo controle, os que receberam água destilada estéril na mucosa oral.

Resultados: Ao analisar as características demográficas das mães, não foram observadas diferenças estatisticamente significativas em nenhuma das variáveis. Isso significa que os grupos eram em sua maioria comparáveis em termos de idade, cor, escolaridade e estado civil, tanto no experimental quanto no grupo controle. Dados relativos ao tipo de parto e número de abortos não mostraram grandes discrepâncias. Um ponto de destaque foi o alto número de mulheres que enfrentaram infecções e gravidez de risco em ambos os grupos. Também foi notável a diferença no número de partos, com uma proporção maior de mães com mais de dois partos no grupo experimental em comparação ao grupo controle. Foram observados um grande número de complicações maternas. Infecções do Trato Urinário são uma das mais comuns, ocorrendo em 50% dos casos. Aproximadamente 10,3% das mães relataram ter uma gravidez sem risco significativo. A maioria dos prematuros era do sexo masculino, com um peso médio de 1064,4 g. A idade gestacional média foi de 28,8 semanas, sendo igual para ambos os grupos. A idade média de desfecho foi de 44,2 dias. No grupo experimental, 51,7% dos prematuros nasceram com peso entre o percentil 10 e 90 para a idade gestacional, enquanto no grupo controle esse percentual foi de 72,4%. Apenas 6,9% dos prematuros no grupo experimental nasceram com peso acima do percentil 90. Destes, 27,6% receberam pelo menos uma dose de colostro nas primeiras 48 horas de vida e 31% dentro de 72 horas. O início da colostroterapia ocorreu em até 96 horas para 31% dos prematuros no grupo experimental. A idade média para o término foi predominantemente com 168 h de vida. A maioria iniciou a alimentação enteral entre 24 e 96 h após o nascimento, sendo o leite materno o tipo de dieta predominante, recomendado também após a alta hospitalar. As doenças infecciosas apresentaram menor prevalência                          no grupo experimental, com apenas 20,7%, em comparação com 96,6% no grupo controle.   Presença de doenças respiratórias foram observadas em 62,1% dos prematuros no grupo em colostroterapia e em 72,4% no controle. As doenças gastrointestinais tiveram um percentual semelhante em ambos os grupos. Não houve registro de doenças neurológicas ou renais no grupo experimental, enquanto no grupo controle essas doenças foram registradas em 13,8% e 3,4%, respectivamente. Em relação ao desfecho, 79,3% dos RNMBP no grupo experimental receberam alta hospitalar, comparado a 41,4% no grupo controle. No grupo em colostroterapia, 20,7% foram a óbito, um percentual significativamente menor do que os 58,6% observados                  no grupo controle.

Conclusão: Com base nos resultados, várias conclusões podem ser extraídas deste estudo. Inicialmente, as características demográficas das mães não mostraram diferenças estatisticamente significativas entre os grupos experimental e controle, indicando que ambos eram comparáveis em idade, cor, escolaridade e estado civil. No entanto, foi notável a diferença no número de partos, com uma proporção maior de mães com múltiplos partos no grupo experimental. Quanto aos riscos durante a gestação, houve uma alta incidência de complicações maternas, com destaque para infecções do trato urinário e doenças hipertensivas como eclâmpsia e pré-eclâmpsia. Essas condições foram acompanhadas por outras complicações como trabalho de parto prematuro, sangramento vaginal, gestação gemelar e restrição de crescimento intrauterino. A presença de diabetes gestacional, hipertensão específica da gestação e coreoamnionite também foi observada, afetando uma parte significativa das gestantes. No que diz respeito aos RNMBP, predominaram aqueles do sexo masculino, com um peso médio de 1064,4 gramas e idade gestacional média de 28,8 semanas. O grupo experimental apresentou uma proporção menor de prematuros nascidos com peso fora do percentil 10-90 para a idade gestacional em comparação ao grupo controle. Além disso, uma parcela significativa dos prematuros no grupo experimental recebeu colostro nas primeiras horas de vida, demonstrando uma prática associada a potenciais benefícios na redução de complicações infecciosas. Os desfechos também foram distintos entre os grupos: o experimental mostrou uma taxa mais elevada de alta hospitalar (79,3%) e uma taxa de mortalidade significativamente menor (20,7%) em comparação ao grupo controle, onde a taxa de mortalidade foi de 58,6%. Isso sugere que a colostroterapia pode desempenhar um papel fundamental na melhoria dos resultados neonatais, especialmente em termos de redução da mortalidade e morbidade. Portanto, os resultados destacam a importância da colostroterapia como uma intervenção promissora no cuidado neonatal precoce, com potencial para impactar positivamente a saúde e o desenvolvimento de prematuros, além de enfatizar a necessidade de estratégias eficazes para mitigar os riscos maternos durante a gestação.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2365867 - MAURICIO BATISTA PAES LANDIM
Interno - 1792692 - LUIZ AYRTON SANTOS JUNIOR
Externo à Instituição - 218.556.843-49 - ISABEL CLARISSE ALBUQUERQUE GONZAGA - SESAPI
Notícia cadastrada em: 06/12/2024 10:15
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - STI/UFPI - (86) 3215-1124 | © UFRN | sigjb06.ufpi.br.instancia1 26/12/2024 07:42